sábado, 29 de dezembro de 2007

Des(p)ejos mentais.

Há dias em que quero dizer tanta coisa que nem consigo articular frases com nexo de tanta vontade que jorro por segundo. Há dias em que me apetece telefonar a alguém e passar uma hora a dizer estupidezes que não lembram a ninguém, outros em que o refúgio do silêncio se torna mais sagrado que um templo e outros até em que a varanda implora que vá lá gritar um amo-te para toda a cidade ouvir. Há outros dias, raros, em que faço uma ou outra coisa dessas. Hoje não. Hoje não tive vontade absolutamente nenhuma. Não me apeteceu companhia, não me apeteceu ver gente e muito menos me apeteceu gramar mensagens sobre coisas que não interessam ao diabo. No entanto, hoje, tive disso tudo. Fui ver, estava sol. Visto uma camisa, saio de casa, começa a chover. Foi mais ou menos assim. É planear ir a uma discoteca e afinal ir parar a uma aula de yoga. (Há momentos em que perco o sentido do texto e me deixo apenas e só a dizer... vá lá, merda. Este foi um deles.) Um dia - sou tão utópico com isto do um dia -, um dia vou conseguir perceber o porquê de me sentir tão estúpido em certos dias. Em tempos decidi que a solução era arranjar companhia para esses dias. Depois constatei que estava errado. A companhia é um bicho difícil de entender. Arranjar uma boa companhia é uma tarefa árdua. Pelo menos para mim. Tenho amigos que, desde que a companhia tenha o que nós, pessoas educadas, civilizadamente chamamos... pipi, é uma óptima companhia. Como é óbvio, agora tenho de bancar o papel de pessoa íntegra e referir os prós e os contras de nos focarmos apenas e só no sexo quando nos queremos abstrair de alguma coisa. Mas não me apetece. Vou antes fazer de conta que sou meio tarado (que não sou - sou completamente) e aplaudir de pé quem desvasta essa savana que é a caça pela alma gémea do sexo - que geralmente está ao alcance de 30 euros na berma da estrada - e invejar a satisfação com que alguns hão de chegar a casa. Não, isto foi exagerado. Mas numa coisa tenho de dar a mão à palmatória, conseguir recolher a sida e o alfabeto das hepatites numa noite é obra. E fazê-lo e chegar a casa com um sorriso na cara é de homem. Homem acabado.


Pequena nota em rodapé: folgo em saber que 3 pessoas me consideram a pessoa da vida delas. Desde já um beijo cibernáutico (deduzindo que é tudo do sexo feminino!). O resto depois ah e tal combina-se, não desanimem, o futuro espera por nós!

Segunda pequena nota em rodapé: Boas entradas a todos... que visitam o blog, como é óbvio.



E agora à presidente da junta: Prometo grandes mudanças para 2008.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Straight up

Então e tu, andas bem? Ando com falta de ti, mas cá vou andando. Também me dá disso, às vezes, mas deixo passar a onda e fica tudo bem. Vamos passar este paleio todo e vamos sair daqui. Hum? Tu queres-me, eu quero-te, podemos continuar aqui a desperdiçar minutos preciosos ou podemos ir para um sítio mais privado e falar depois. Eu vou ali para dentro fazer de conta que não disseste nada, se entretanto quiseres ter uma conversa normal sabes onde me encontrar. Bem, ao menos tentei. Desistes assim tão facilmente?

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Boas Festas

Com o intuito de poupar uns euros em mensagens, aqui vão os meus votos de bom natal para e só para quem cá passa. Sou invejoso, só quero o melhor para quem me lê. Beijinhos e abraços.

Atenciosamente,
a gerência.

domingo, 23 de dezembro de 2007

Nomes

Os nomes têm uma magia quase imperceptível. A forma como cada um chama a outra pessoa tem sempre uma entoação que marca o grau de sentimento que nutre. Foi sentir o frio de uma lâmina de uma faca a entrar por um orgão vital dentro. Foi mais ou menos isso o que aconteceu quando na tua lista escreveste Rui Nuno. Nessa altura olhei para mim, com aquele olhar de quem vai dar más notícias, e declarei solenemente... Mais uma vez te enganaste. Se não me tivesse enganado, como a minha consciência impiedosa me faz questão de lembrar, para ti eu seria sempre o Rui. O facto de teres de especificar com o Nuno só alerta o facto de poder haver outro Rui que, eventualmente, te confundirá na hora de saber quem é quem. Se não me tivesse enganado, Rui, na tua vida, haveria apenas um. Depois haveriam os Rui Pedro, Rui Miguel, José Rui e todas as combinações lembráveis com o nome Rui. Mas Rui, com as três letras isoladas, haveria apenas um. O teu continua ímpar, talvez à espera de alguém com quem rivalizar. O segredo dessa resistência nunca saberei se estará na minha relutância em tirar-te do trono ou na raridade do teu nome. Hmm, talvez mais a primeira. Quando me apaixonar por uma Maria ou por uma Ana tiro as dúvidas.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Betray

Após longa reflexão, lá me decidi a pegar nos extensos dados estatísticos providenciados por vocês na minha poll e fazer algum uso deles.
Gostei das quatro pessoas que disseram que foi uma coisinha sem importância. É bonito. Embora logo após ter colocado essa hipótese tenha reconhecido que é um pouco ambígua para se cingir a uma única opção. Porque o que para uns não tem importância para outros é um escândalo de pregar na cruz. Eu sou bastante liberal nestes assuntos, um beijo sem querer não é absolutamente traição nenhuma, bem pelo contrário, é um teste, só para nos certificarmos que o que temos é melhor que o que acabamos de beijar, repito, sem querer. Vá, não me julguem, eu nunca traí ninguém - também nunca namorei, mas isso não interessa ao caso. Se por deficiência mental considerarmos que ter um caso com alguém e ter outro em simultâneo, por mais pequeno que seja, seja traição... obviamente - tal como metade da população mundial - já traí.
Quem é que se mantém fiel a uma relação de circunstância? Oh, já sei, os que se iludem que as ditas possam evoluir para algo maior e melhor. Que, sei lá, talvez dali vá surgir a tal pessoa. Hmm, eu não sei, mas se a tal pessoa realmente existe, ela não vos vai andar a foder e a mandar passear quando bem lhe apetece. Isto sou eu a especular.
Não sou apologista do namorar por namorar nem do não namorar. Há que achar um meio termo. Geralmente difícil de encontrar quando levamos com um par bem levado - reacção normal: gajas (ou gajos) são putas (ou filhos das ditas, no caso delas). E toca a tentar encontrar alguém para nos vingarmos. É uma reacção engraçada, não digo que não. Quem gosta de saber disso costuma ser aquele vosso ombro amigo que está lá sempre para vos amparar quando precisam. Preciso de ajuda, vamos ao meu quarto. Feito. Estou melhor. Foda-se, agora também sou puta, merda. Três palavrões numa frase, sinal que a raiva é capaz de ser grande. E uma ponta de arrependimento. E outra de satisfação.
Trair, diga-se o que se disser, sabe bem. Se não soubesse ninguém traía. Dá uma adrenalina doida dar uma por fora. É aquela coisa de lutar contra o conhecimento do mundo para que ninguém saiba que somos cabrões. E quem disser que não... das duas uma, ou está com a/o acompanhante ao lado ou está tão tão tão vidrada no amor que paira no coração que não consegue sequer pensar em traições. Ou lembrar-se da última vez que a praticou.
O essencial a reter é que trair está de tal forma banalizado que já há quem defenda o acto. Pronto, estou a exagerar, tal como estava de certa forma a brincar quando afirmava que era um mal necessário para avaliar a qualidade. Mas a verdade é que ficamos muito mais conscientes do que temos depois de uma traição, isso é inegável. E se a traição é tão boa de se realizar (os efeitos secundários - leia-se consequências - já cada um sabe de si) e se de certa forma até faz bem, será a luta inglória entre o manter na linha e o cruzá-la? Sempre achei que sim, mas também sempre esperei por alguém que me fizesse acreditar no contrário.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Silence

Deu isto.

Am I too good for you, am I just paranoid?
Should I get clinical, should I speak louder?
Maybe I should close my eyes for years
And wait for the strongest feeling
Out of all of the feelings
to raise
from
you.


E às vezes ponho-me a pensar se a cabeça que pensou isto poderá estar, eventualmente, no caminho certo. Se fossemos todos assim lá se iam as curtes de uma noite, os amores de verão (sempre gostei dos amores verão, é mais uma daquelas coisas que só acontecem aos outros), os amigos coloridos (leia-se, fuck friends em versão adolescente - acho que fica mais fofinho à vista) e todos os outros condimentos que fazem com que tenhamos medo de envelhecer e entregar o nosso instrumento de amor usado (e desgastado) a alguém em definitivo. Ah, como é bom ter dúvidas. Nunca saber se podia ter sido aquela a mulher da minha vida ou se a curte foi algo a mais. Não saber de maneira nenhuma se aquele sorriso, naquela noite, era um sim ou um está a ficar tarde. Enfim, enfim, por vezes sinto que é injusto não sabermos o que os outros pensam. Estar com alguém e não conseguir encontrar uma forma de chegar ao ponto em que os dois assumem que querem é sair dali e ir a uma esquina qualquer trocar fluídos. É pior que ter chocolate com avelãs à frente e não conseguir abrir a embalagem. Quer dizer... comer chocolate engorda, trocar fluídos é tão ou mais eficaz que umas corridas no parque ao domingo de manhã (Pergunto-me ao que equivalerá correr no parque ao domingo de manhã enquanto se trocam fluídos. Deve ser, sei lá, o expoente máximo da actividade física.). Vou continuar a ouvir Silence 4, hoje quero ir dormir com espírito de quem vê luz ao fundo do túnel num futuro utópico. Amanhã logo se vê.

Visões

Viro paneleiro no momento em que vejo gajos que exibem orgulhosamente a sua bonita namorada quando esta é algo que se assemelhe a, va lá, o mesmo que é expelido do meu organismo quando como em demasia. Apetece parar de pactuar com esta mecância gajo/gaja. A sério, se é para chegar a estes níveis mais vale refugiarmo-nos no celibato e vivermos as nossas vidinhas. Note-se que celibato é apenas um eufemismo para rabetice. Qual é o grande facto em comum entre o celibato e a paneleirice? Não se fodem gajas. Adiante, tudo bem que o amor tudo cura e tudo melhora, mas foda-se, será que ficamos assim tão cegos? Uma coisa é apanhar uma borracheira descomunal e acordar com o nosso amor, ... da noite anterior, ao lado. Outra é acordar todos os dias. A borracheira passa, a estupidez é eterna. Não ponham em questão o facto de eu apoiar ou não o amor entre pessoas feias... não ponham porque o abomino por completo. Parágrafo, que vem um anúncio importante.
Olha-me este caralho armado em bonitão. Convém esclarecer, antes de mais, que para ser feio não é preciso, somente, não ser bonito. Eu não sou bonito, mas também não sou feio. Vocês não são bonitos (se fossem não estavam a ler isto, estavam entretidos com alguém bastante rico num sítio chique qualquer), mas não se consideram feios. Embora se vos visse a todos era capaz de escolher um ou outro para colocar o rótulo. Minimizado o campo de insulto, continuemos...
...Talvez noutro dia, que vai ali um casal que retrata o meu ódio na perfeição, estou a ficar nauseado.

Burn baby burn

Começo a percorrer com o olhar a tua gola decotada amarela e preta e já a prever como me vou sentir no fim. A tua pele chama-me sem que dês conta enquanto que todos os meus poros gritam desejo com a maior força possível. Sinto a epiderme cansada só de olhar para ti. Se saltasse uma palavra sorteada do meu vocabulário era quero-te. Sem dúvidas nem reticências. Tenho uma fixação pela pele. Olho, colo, desejo, devaneio, volto e ganho vergonha na cara. Acho sempre que a pele foi feita para ser tocada, a toda a hora. E a tua estava a pedir a dose diária recomendada. Já para não falar da minha. Se despir com o olhar fosse possível já estarias nua quando me disseste olá. Um olá para ti, outro à pele, outro ao desejo. Ahh, engraçado como dá para ficarmos apanhados da noite para o dia. Apanhados pela súbita vontade de agarrar em alguém e maltratá-la docilmente. Como quem possui no amor. Incrível, que injusto, isto é como estar a ver um filme pornográfico enquanto se tenta manter uma conversação racional ao telemóvel. Tantos sentidos a trabalhar, imagina o esforço que faço só para falar contigo! E o pior de tudo é ver um lábio em forma de asterisco vir na minha direcção e não saber se me vai acertar nos cardinais ou se me põe um ponto final definitivo. Sou entregue à sorte, não acredito no destino, mas gosto de acreditar que as coisas boas virão, inevitavelmente, de qualquer jeito. Ou seja, acredito que ser um pastelão de primeira possa trazer os seus dividendos, mais século menos século. Dizes-me adeus hoje e matas tudo o que semeaste durante horas. Vê lá como te despedes, brincar com o fogo pode queimar... E eu de bombeiro tenho pouco.

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Hi there

Hmm, duas coisinhas. Primeiro... foda-se! Quatro mil visitas, vou ter de parar de fazer posts a cada mil visitas senão mal tenho textos para os intercalar. Mais uma vez o meu obrigado, nunca é de mais. Segundo, quero participações na nova votação, tenho explorado pouco o tema, com dados objectivos torna-se mais fácil. Relembro, mais uma vez, que a votação é anónima, não há forma de ninguém saber quem votou o quê. Incluindo eu, como é óbvio. Ah, última nota, não incluí a opção "Já trairam comigo" porque tiraria a importância à questão central do problema, ou seja, faria com que a necessidade que meio mundo se tem em afirmar como alpha male para cima da outra metade eclipsasse os podres interiores a serem revelados.

Beijinhos e abraços à tripulação.

Let it go

Tenho um medidor qualquer dentro de mim que quando se enche de lamechice tende a ter de exportá-la a qualquer custo. Geralmente uso o blog, outras vezes disparo para onde estiver virado. É o dar e receber em défice a dar de si. Tenho medo que por muito que dê ou/e receba nunca chegue a ser demais. Nunca estiveram um dia inteiro com quem mais vos interessa e chegarem ao fim do dia a querer mais? É estranho, esta tendência que temos a querer maximizar o bom que tiramos das relações. Parece um atalho sinuoso à destruição do que presamos. Sonho muito, constantemente até. E do sonho à ilusão é um passo tão pequeno como incerto. Tenho para mim que é no sonho que nasce metade da asneira que fazemos numa vida. Acusar quem não fez, magoar quem não merece, sei lá, o rol é enorme, todo o mundo o vive. Quando escrevo de coração cheio não articulo bem as palavras, é como se a necessidade de dar algo ao papel se sobrepusesse à necessidade de o fazer em português. É um paralelismo perfeito! Quando temos tanto para dar que mal o conseguimos segurar, mal há oportunidade nem sabemos como começar nem continuar. Se vissem o aspecto desta folha de papel... as letras são quase ilegíveis, estou a tremer e não é de frio. Hmm, suponho que o facto de ir dormir agora seja bom. Se te encontrasse agora ias ter uns momentos bem complicados, a levar com tanto...
amor. Chamo-lhe assim.

domingo, 25 de novembro de 2007

Once upon a time

Parte fundamental para engraçar com alguém? Sentido de humor. Impossível imaginar-me a estar com um cubo de gelo, sempre odiei o frio. Foi assim que me entraste pela vida dentro, com esse sorriso que faz rir a mim e a meio café e com esse espírito sempre disposto a tirar-me as amarguras que andam cá por dentro de vez em quando. Fazias-me sentir bem, especial... acho que qualquer pessoa gosta disso. E eu nao fujo, de todo, à regra! Companhia como já não tinha fazia uns tempos, chegaste na altura certa e carregaste nos botões precisos. Principalmente no do carro, quando o desligaste e ficamos no bem bom, umas belas horas, a ouvir rádio e a deixar o desejo apoderar-se de nós. Estavamos os dois a ver quem o aguentava menos. E quem menos queria saber disso. Estávamos bem, e enquanto assim estivessemos ir dormir era uma perda de tempo. A não ser... que fosse para recuperar forças. Qual bonito par, fomos o suporte um do outro por uns bons tempos, quase tão bem aproveitados como recordados. Temos um sofá com o nosso nome gravado e uma barreira temporal assinada por baixo. Quando nos apetecer podemos ir lá buscá-la, não custa nada, está ao alcance da memória. Dois dedos de conversa e estamos lá. Ainda dizem que viajar no tempo é impossível...

Just ask

Ás vezes apanho uns sorrisos que cativam a sério. Ficam tão gravados aqui dentro que para me ver livre deles é um trabalhão. Posso me apaixonar por sorrisos à vontade visto que não há perigo da relação se deteriorar, afinal uma discussão entre mim e um sorriso não terá um final lá muito imprevisível. Houve uma pergunta feita numa série que ando a ver que me parecia feita a mim. Até porque a personagem em questão nunca chegou a responder. How fucked up are you? E o silêncio abateu-se. E a verdade é que quem ficou a pensar na resposta fui eu. Geralmente, quando me sinto extremamente confiante tento agarrar-me com tudo a esse momento porque já sei que é uma questão de tempo até tudo se eclipsar, daí que a relatividade dum fucked up seja enorme. Considero-me fucked up quando a vontade para fazer o que quer que seja para me mudar for... nula. E as vezes em que tal acontece não são tão raras assim. Se calhar o que sinto não é aquele estado de espírito de merda que parece assolar grande parte de nós, talvez me falte é quem me faça perguntas como aquela. Quem veja por trás dos sorrisos cativadores e consiga ver que andam ali arestas por limar. E era no próximo parágrafo que entravas tu e perguntavas, com ar descontraído e completamente desprovida de perconceitos, How fucked up are you?. Isto, claro, se fosses de quem eu estou a falar.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Estradas perigosas

Quando me tomaste de assalto nunca percebi bem o que me aconteceu. Pelo menos nessa noite. Às vezes aparecem raparigas como tu. Até gosto... mas não gosto. Ter uma rapariga a fazer o papel que um gajo vulgarmente tem de fazer (leia-se, garanhar e tudo a que isso obriga), é tanto um realizar dos pedidos feitos ao longo dos anos, como... um descomunal descréscimo do desejo. Mesmo que inconscientemente, acho que qualquer gajo perde sempre uma certa pica com uma gaja que se faça à grande. Não é que seja de declinar a oportunidade, mas ok. Vendo bem as coisas, lá terei de voltar à tal questão do equilíbrio. É que se repararmos bem, tudo, mas mesmo tudo o que interage connosco tem de estar em equilíbrio, senão cansa, desgasta ou, simplesmente, não serve. É bom ter alguém a galar-nos, quanto mais não seja para nos subir o ego, mas até que ponto é bom dar bola a alguém assim? É que a nossa privacidade pode ficar seriamente afectada caso tenhamos tido a sorte de apanhar alguém com a mania da possessão por algo que nem sequer lhe pertence. E isto é só um exemplo! O telemóvel vibra mais numa semana que no resto do mês, a caixa de entrada de e-mails entope, sei lá. O cenário pode ser hiperbolizado, como é lógico, mas o perigo está lá. Isto tudo para sintetizar que a racionalidade é um sensor a ter sempre alerta quando ficamos desprotegidos em relação a um possível... vá lá, perigo. Perigo, engraçado o termo, há por aí muita gente que vive para arranjar um bocado de perigo.

Boa noite.

Não conseguia estar longe nem mais um segundo. Juro, estava a dar em doido. Tive de vir. Não quero que continuemos esta guerra sem vencedores, vamos sair desta porta e gritar os dois vitória. Não imaginas as saudades e a falta que me fazes. O que passou já era, vamos fazer da história que passou um prefácio do nosso livro, ainda temos tanto para dar! Daqui a uns anos vais querer olhar para trás e pensar se teria valido a pena? Eu hoje disse não e estou aqui para te levar comigo nesta resposta. Não vai ser esse refúgio que te vai livrar dos males da vida, mais vale lutares contra 20 adversidades comigo que contra 5 sozinha! Dá-me a mão que os meus dedos já quase se esqueceram ao que sabe a tua pele. Para não falar nos lábios que guardaram em segredo cada movimento do último beijo. É estranho, sabes, acordar sem ti ao lado. Mesmo nos dias em que acordavas mal disposta e o nosso bom dia era uma discussão conjugal à moda antiga, era nesses momentos que olhava para o tecto e sorria. Sorria de alegria por poder discutir com alguém assim, como tu. Por isso anda comigo. Vamos passear de mão dada, rir, chorar, discutir e amuar. E no fim vamos para casa, porque o nosso quarto está de luto desde que o deixaste. E assim me pintou o coração.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Conjugar filosofar

Acho que a tal lei que diz que na Natureza tudo tende para o equilíbrio é um bocado treta. Muitas vezes sinto-me um completo desgraçado e é raro sentir-me um gajo afortunado. Se calhar há outro alguém que se sente muitas vezes um gajo afortunado e raras vezes desgraçado. Se isto estiver certo, estou perdido! Condenado a um fiasco de vida. Depois admiram-se que um gajo se agarre com unhas e dentes às poucas oportunidades que tem de ser feliz... Deve ser por isso que sou malandro, o meu interior já aceitou o facto de a natureza não me ter brindado com o lado positivo do ying-yang, daí a resignação ser o caminho mais prático. Estou a brincar - na parte de ser malandro. Estou a brincar mas já me acusaram disso várias vezes. Eu, um trabalhador incansável no que toca... ao que me interessa. Um pouco como todos. Então, veja-se, por exemplo, numa relação, não me importo de trabalhar para que as coisas corram bem. Nunca fui muito de orgulhos inquebráveis (lógico que andar com o burro às costas também não serve), sempre defendi que um bocado de cada um é mais que suficiente. Ás vezes dá-me uma nostalgia doida de certas alturas. Fico perdido em pensamentos, completamente absorto. Depois acordo e sorrio. Sorrio sempre. Com o tempo todos aprendemos que é impossível mudar o passado e que mais vale tratar de melhorar o futuro. Eu aprendi, de uma forma ou de outra. O tal equilíbrio negativo que a Natureza nos reserva deve servir para isso mesmo, para nos ensinar.

Descrições

Não aguentando mais a espera que parecia infinita o cruzamento de olhares impulsionou a aproximação; as respirações confundiram-se e os lábios tocaram-se selando a união num beijo sentido e desejado. Luís deixa que as suas mãos se precipitem para o fundo das costas de Joana, contorcendo-a involuntariamente, e encontra a sua pele de seda por baixo da camisola de lã. Viaja com os dedos, distâncias de prazer por entre poros esculpidos aleatoriamente, crava as unhas na pele e alia a dor ao prazer, enquanto que a outra mão envolve a nuca e percorre o rosto com amor. Joana deixa-se encostar ao sofá observador, deleitada com aquele mundo novo, enquanto que novos caminhos lhe são mostrados, um a um. Sente já as contracções que o seu corpo sofre com o toque na barriga, que é percorrida sem piedade, saboreando cada milímetro de pele como se fosse único, variando entre a carícia leve, o arranhão carinhoso ou o toque com a língua, sempre desconcertante, que faz com que Joana se veja na necessidade de retribuir, caminhando pelo peito de Luís, sentindo a caixa pulmonar a variar de tamanho cada vez mais depressa, directamente proporcional ao desejo e intensidade do momento. O confidente sofá ajeita-se, fazendo com que Joana se sente no colo de Luís, de frente para ele, beijando-o incessantemente, como se do último minuto de vida se tratasse. Um movimento de corpo começa a desenvolver-se, é um constante balançar que os leva para outros campos - "Apetece tanto!" pensam ambos -, mas aguentam-se, enquanto se exploram mutuamente. Luís percorre a barriga desnudada, continuando o ritual de prazer até chegar ao peito, apenas protegido pelo usual soutien, que é desembaraçado, fazendo com que a explosão de prazer se consume. Subindo a camisola, Luís aprecia como é belo o amor, recíproco, que se respira naquela sala! Os seios, agora nus, vão de encontro aos lábios desejosos, enquanto são beijados e acariciados, entre língua e dedos, vale de tudo um pouco, na busca de dar e receber maior prazer! Os olhares cruzam-se, um sorriso aparece no rosto de ambos, um "És tão linda..." solta-se para a atmosfera iluminando o momento.
"Ensina-me uma coisa gira", sussurra-lhe Joana. Estão já lado a lado, abraçados ao momento, quando a mão de Joana desliza pela barriga de Luís, ao passo que os lábios segredam "É tão fofinha... apetece comer...". Continuando o trilho, a mão desliza ainda mais, sendo agora a vez de Luís se desorientar completamente. "Vais ter de me ensinar...", e as mãos fundem-se, na busca do aperfeiçoamento do prazer mútuo, Joana a aprender a dar e Luís a aprender a receber. Estão já eufóricos, Joana acaricia o sexo de Luís enquanto o beija, de forma louca e intemporal, conhecendo-lhe toda a boca e língua, para nunca mais a esquecer, enquanto este se deixa levar pelo prazer e viaja por mundos mágicos, sempre muito bem idealizados, nas histórias que imaginava de momentos como aquele. Luís sente a necessidade de retribuição e estabelece uma simetria corporal perfeita entre eles, avançando para o sexo dela também, com um "Também me tens de ensinar..." impulsiona Joana a fundir mais uma vez a sua mão com a dele e indica-lhe o caminho certo para o prazer máximo. O cenário é agora louco, enquanto se acariciam mutuamente, beijam-se como se de um amor impossível se tratasse. O momento perpetua-se, enquanto vai perdendo intensidade... até à exaustão, quando os beijos loucos se transformaram de novo em beijos amorosos. A serenidade.
Levantam-se passado um pouco, mas, mal o olhar se cruza novamente, a vontade de beijar volta a ganhar força e perdem-se mais um pouco, deixando-se levar mais um vez. "Anda aqui", sorri-lhe Luís, pegando nela e enconstando-a à parede, prendendo-lhe os braços, abertos, e percorrendo-a com os lábios, de uma forma carinhosamente brusca, sabendo que o sentimento de impotência de Joana confere ainda mais prazer a ambos. Solta-lhe os braços e ficam bem juntos, tão juntos que nem um simples átomo seria capaz de atravessar a distância que os separava. Num impulso, Luís vira Joana de costas para ele, pegando esta nas mãos dele, colocando-as na sua anca, "Vês... era assim, o sonho...". Segue-se um abraço sentido. Joana sente-se protegida naquela posição, Luís parece embalá-la no interior do seu abraço, fazendo com que nada nem ninguém a possa magoar naquele momento. Joana vira um pouco o rosto e beijam-se pela enésima vez naquela noite. Luís percorre mais uma vez a barriga... subindo aos seios, sedentos de um toque de amor, ali proporcionado. Uma das mãos cede à força da gravidade e deixa-se cair até chegar onde ambos desejavam, o sexo, novamente. O momento é novamente louco, os corpos balançam como se quisessem algo mais, algo que não chegava nunca mais. Joana empurra Luís contra a parede novamente, onde, ainda de costas, o excita, comprimindo o seu corpo contra o dele. Afasta-se um pouco, mas retribui de pronto essa distância com uma mão que viaja novamente ao expoente máximo de prazer masculino. O prazer tende a intensificar-se cada vez mais, de forma descontrolada. Estão já fora de si, não há já grande domínio. Estariam ali uma vida inteira se algo não os fizesse parar. A intensidade é tal que Joana se vira para Luís e procura o seu ombro, sempre presente, e agora... Agora, silêncio. Silêncio, para sempre.



Este estava perdido no disco, escrevi-o à cerca de ano e meio, decidi mete-lo aqui, acho que nem tudo o que cá vier parar tem de ser obrigatoriamente criado na hora... Texto muito hardcore, eu sei, mas enfim, só lê quem quer. Outras histórias.

Correrias

Isto é tortura, ter de estar aqui atrás de ti, assim colado, sem poder passar a linha por causa de Deus nosso senhor sabe quem? Raio de concerto de merda. E eu até que gosto destes gajos. Não continues tão colada que ainda solto o animal que há em mim. Mãozinha na anca, por baixo da camisola, faz aqueles truques que aprendeste no cinema - como diz o Pedro Abrunhosa. Estamos em sintonia. A noite adivinha-se longa até podermos extravasar o que nos vai na alma. Culpa tem a mania de fazer de guia aos visitantes. Dorme tudo lá em casa? Dorme! E tu? Também. Eu sei. De um lado para o outro, copo ali, copo acolá, tudo parece longe e tudo parece mau. Bom bom era ir embora, isso é que era. O concerto acaba mas a festa não. Mais uma eternidade gasta em ir "ali ao canto". Arrgh, vamos embora e é já. E fomos, com a noite meia abortada clandestinamente. Não se perdeu nada, acreditem. É daquelas noites que mal saio me arrependo e dava meio PIB para ter tomado outra decisão. Chegamos a casa, a felicidade. Dorme tudo na sala, vamos ficar aqui um bocado no paleio? Siga lá então. Luzes apagadas, chega cá que as tuas amigas não me podem ver contigo. E falam, falam, falam... e nós já vamos longe da conversa. Adormecem todas, vamos sair daqui, fecha-se a porta da sala, os quartos são nossos. E tu és minha. E eu sou teu. E nem há joguinhos de beijos fofinhos nem toques de amor, é arrancar-te os lábios com fome de ti e arranhar-te a pele para me gravar em ti. O desejo é tanto que o corredor é demasiado estreito para nós. Foge para o quarto senão ainda nos ouvem. Adeus adrenalina, bom dia prazer extremo. Que quarto simpático, só para nós. Fecha os estores que o sol está para nascer, vamos fazer desta noite algo muito especial.

Dias.

Tenho para mim que existem dois tipos de dia que a memória melhor guarda. Os muito felizes e os muito tristes. E temo que grande parte desses dias estejam relacionados com o sexo oposto. Por exemplo, um dos dias mais felizes da minha vida foi quando tirei carta (porque todo o mundo me dizia que eu não ia conseguir, porque não estudava). O que é que isto tem a ver com o sexo oposto? Quem me passou no exame era uma senhora - se sou estúpido? Na. Hmm, mas tirando este vagueio, é bem verdade que a maioria das grandes recordações tem a ver com casos bonitos ou feios. O beijo que marcou, o namoro mais bonito, a surpresa especial, por aí. Tenho um dia que considero o dia mais bonito da minha vida. Teve de tudo um pouco e um pouco de tudo. Alegria, amigos, música, festa, cumplicidade e amor, muito amor. Foi como pedir um quadradinho de chocolate e darem-me um inteiro. Foi o maior dia do ano, visto que acordamos de manhã cedo e só adormecemos na tarde seguinte, por falta de força de pálpebras. Foi o maior dia do ano mas não foi por ter acabado quando adormecemos, foi porque foi a partir daí que resumiste a minha vida a um dia. Acordei quando te conheci e vou adormecer quando te deixar.

To wrap

Apaixonei-me por uma palavra inglesa. Wrap. Ainda à pouco apareceu numa música dos Live que passou aqui. A frase era... Wrap your legs around me. Pronto, tinha de ser um bocado hardcore, mas não tira a beleza à palavra. Ter umas legs "wrapadas" em nós é uma sensação de carinho, eu acho. É tão aconchegante que por vezes nem apetece dar o passo seguinte e ficar perdido, ali, feito bebé. Pronto, se calhar não é bem assim, mas é bem agradável. E, que me lembre, quando era bebé a minha mãe nunca wrapou as legs na minha pessoa, logo, a expressão "feito bebé" também não ganha muitos pontos. O que quero dizer, com tanta merda em tantas linhas, é que sou fã dessa colocação corporal. Não estou (já) a falar do acto propriamente dito, um abraço sentado numas escadas ou num sofá serve perfeitamente. Uma conversa lábios nos lábios não é bonito? Sentir a respiração a misturar-se no pouco espaço que separa as bocas. Fazer aqueles joguinhos de ir falando e tocando os lábios como se fosse puro acaso. Olhinhos para baixo que o contacto visual tira um bocadinho de magia. Perfeito. Quando se fartarem beijem-se como se não houvesse amanhã. É isto que a gente leva desta vida, recordações e momentos, fruto da nossa criatividade. Cada um com o seu segredinho, cada qual com o que a vida tem de melhor.

Bubblegum (Lips!)

Cada vez mais me convenço que somos meros peões nos jogos furtivos das gajas. Afinal de contas, já dizia o ditado escocês, pipi rules the nation - não sei onde fui buscar isto. Mas é que vendo bem é bem verdade, o poder está quase todo centrado em vocês. As relações gajo-gaja são uma semi-anarquia bem camuflada de democracia quando assim convém... ao Rei - leia-se, vocês! Se numa argumentação mais agressiva têm de arranjar maneira de fazer com que as tarefas sejam iguais para os dois, é uma democracia (a tal igualdade...), na esmagadora maioria dos casos, simplesmente tem de ser tudo feito à vossa maneira. Ora, expliquem-me então como é que alguém com tanto poder entre as pernas consegue subjugar-se por vezes ao mais ridículo do deputado pobre do PCP (sempre gostei do PCP, ninguém vota neles a não ser os velhos alentejanos e eles lá se vão aguentando com isso)! Porque a verdade é uma, vocês podem muito bem escolher o gajo muito mais facilmente do que nós escolhemos a gaja - infelizmente é o mundo cão em que estamos. É como andar metido com alguém e não apetecer mais. Adeus e está arrumado o caso. Somos umas pequenas pastilhas elásticas no mundo do desejo sexual. Masca-se, se é bom continua-se, se não deita-se fora. Embora, claro, todos saibamos que uma pastilha elástica não é um alimento que se dilui pelo organismo, é mais que certo que vai chegar a hora em que o sabor se vai esvair. Ciclos.

Interregnos

Afortunados aqueles que não perdem neurónios na latada. Coimbra não perdoa a quem cumpre a tradição, fritam-nos os cérebro e marcam-nos frequências ao mesmo tempo. Nós aguentamos! Não se lembram é que há gente que tem blogs para actualizar e assim fica difícil! De qualquer modo, o saldo é bem positivo. Agora, muito descanso (mais?) e vamos lá ver se meto o barco a navegar outra vez a boa velocidade. Cof. (Este "cof" é porque fiquei constipado, apenas)

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Warm up

Às vezes dá-me para olhar e gostar. Contigo aconteceu isso. Gostei logo ali, simples e fácil. Nunca cheguei bem a saber se fui cativado ou se tu é que o foste. Se calhar é a magia destas coisas, o não saber, o só sentir. Tenho o hábito de fazer de cada história um conto de fadas, como se o futuro só pudesse ser risonho. Ás vezes nem me lembro que para tudo correr bem temos de querer os dois. Mas é bonito. É como ouvir Pearl Jam numa disco e ficar sóbrio no exacto momento em que me tocas. Queres fugir daqui? Só se for contigo. E fugia do país, se fosse preciso. Levava uma muda de roupa na mala e a ti no banco ao lado. E ia de coração cheio. Não me custa nada mudar quando vejo que é para melhor. Mudo-me para o teu lado e levo-te em braços para onde te apetecer. E hoje apetece-te mais um bocado de mim. Amanhã vai apetecer a mim. E se continuarmos a querer, todos os dias, mais um bocado de cada um, o dia anterior vai sempre saber a pouco e o seguinte aguardado com maior expectativa. Somos a nossa motivação diária e isso deixa-me tão ou mais feliz que ver-te curvar a esquina para me ver. E acredita que é das melhores sensações que guardo quando não estás por perto.

C(r)ash it

O materialismo é um bem comum a todas as relações, quer os envolvidos queiram ou não. Quem não faz contas à vida perto do 14 de Fevereiro ou do 25 de Dezembro? É mais que óbvio que a quantidade de namoros que acaba pouco antes dessas datas seja enorme. Todos eles, claro, porque não deu mais para continuar... Cof, sim, claro. Imaginem um gajo como eu, que faço anos a 1 de Fevereiro, a namorar com alguém que faça anos algures pelo meio/fim de Janeiro (dia 20, por exemplo). Para que a minha situação económica não seja gravemente comprometida tenho de fazer uma série de contas, um trabalhão! Primeiro, convém saber que tipo de prendas a namorada dá. Se for o real deal, é sempre bom namorar durante o natal, pois algo bom irá chegar, mesmo tendo nós de dar algo em troca. (Estas coisas das trocas de prendas são sempre uma merda, queremos sempre dar melhor que o outro e acabamos sempre por inflaccionar os valores de data em data até chegar a pontos incomportáveis, mas enfim, outros temas!) Caso contrário acabem. Agora reparem, o ideal será acabar antes dos anos dela e recomeçar antes dos meus, para não gastarem nada e terem a vossa prendinha. Um bico de obra. Não dá mais. Aniversário dela. Se calhar podemos tentar... Meu aniversário. ... Afinal não dá, esquece. Dia dos namorados! É uma condução arriscada, mas é o que todos desejam nas datas mais complicadas. O Natal não está tão longe como isso, vão começando a repensar as vossas relações.


Pronto, eu sei que isto não é mentalidade que se tenha, mas é sempre engraçado imaginar situações destas.

Rancor

Decidi morrer. É fácil querer morrer. O difícil é conseguir morrer. Enumero razões e vão todas ter a ti. A tua incapacidade... mata-me. Engraçado o jogo de palavras. Vou morrer para te libertar. Para conseguires fazer o que nunca conseguiste fazer comigo ou para mim. Vais chorar. Chorar tanto que a água que gastas num banho vai parecer uma gota de água. Vais chorar pelas vezes que o devias ter feito e pelas vezes que fizeste tudo para não o fazer. Vais ter dores insuportáveis e insónias constantes. Vou assombrar-te a cada esquina e fazer das tuas noites uma luta incessante contra o medo. Vou morrer para que possas mudar, mas vou fazer de tudo para que mudes para pior. Para que vivas no medo. Para que lhe chames azar sem saber que sou eu quem te pinta o destino. Para que chores nos ombros das tuas amigas e lamentes a minha morte, a falta que te faço e o que farias para me ter de volta. E nenhum sacrifício será suficiente, porque se há decisão que não tem volta a dar... é a morte. Vais aprender tarde, tal como eu, que aproveitar os momentos simples é tão ou mais importante que saber compreender os piores. Mas aí já vai ser tarde. Tarde demais para mim, que já não poderei abdicar do meu ódio, mas ainda pior para ti... não fosse a tua única forma de me ver... os teus piores pesadelos.

sábado, 13 de outubro de 2007

Evolution, baby

Tantas coisas novas do lado direito, já viram? Tenho de vos chamar em especial atenção a uma nova componente deste belo blog. Decidi denominar esta componente de... votação. Para ser original. Está mesmo por baixo da Gerência (com letra maiúscula, não fosse eu aqui uma entidade suprema). Dito isto, tratem já de ir votar e estar sempre atentos àquele espacinho pois mais perguntas aparecerão, aquando do fim desta. Aqui Deus agradece o voto e a ajuda para tornar este espaço um lugar tão vosso quanto meu. Pronto, mais meu que vosso, mas que vocês possam gostar um bocadinho mais. Ah, fiz também uma organização em relação aos posts, para poderem aceder mais rapidamente ao tipo de texto que mais gostam, está lá mais para baixo! Sou um fofo, não sou?

Já agora, 3000 visitas é um orgulho, obrigado!
(O hit counter já existia, só estava era no fim da página)

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Reciclagem

Separar toca a todos, já diz o slogan da reciclagem. O difícil é saber como e o que separar. Por mais agitada que possa ser a vida do comum mortal, a necessidade de algo mais está sempre presente. Querer alguém para nós faz parte da mutação a que estamos sujeitos ao longo da vida e lutar por isso é uma consequência natural dos nossos impulsos. Quem não gostava de sair sempre de casa com a certeza que vai acordar bem disposto no dia seguinte? Estas ideias platónicas aplicam-se a todos nós, no entanto a linearidade não é assim tão óbvia. A mulher perfeita não existe e as buscas incessantes não têm de ser necessariamente satisfeitas ao virar da primeira esquina. É quando açambarcamos uma filosofia de desleixo do padrão qualitativo que corremos maiores riscos de fazer asneira. Más avaliações trazem más experiências. Eu a modos que tenho dupla personalidade, tanto consigo ter a conversa mais séria que consigam imaginar como posso ser o maior parvalhão que conhecerão na vida. Isto é aplicado por muito boa gente, podemos conhecer a mulher ideal numa noite e termos, na verdade, conhecido uma valente puta. Mas isto é como tudo na vida, só se sabe o que valeu a pena quando as coisas acabam. De forma sucinta, o que acho é que tanto gajos como gajas desejam estar com alguém que supere as expectativas. Tenho para mim que quando nos cai na rifa alguém com dupla personlidade, um pouco como eu, mas aplicado à quantidade de parceiros sexuais em curto espaço temporal, das duas uma... Ou damos numa de incineradora e aceitamos o lixo que nos é gentilmente cedido... ou, simplesmente, fechamos a porta. É que nunca fui grande apreciador de bicicletas, porque uma coisa é estar comigo, outra coisa é eu saber que o slogan é logo aplicado no dia em que a nossa actividade cessar. É como aquelas gajas que vivem para o sexo para o seu mais que tudo e quando o tal romance acaba, a necessidade fala mais alto, daí que a conclusão para esse tipo de gaja esteja intrinsecamente ligada ao propósito da reciclágem: Se parar... toca a todos!

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Diálogos

Já viste, parecemos namorados... Foda-se, mau, já a mandar a boca para ver a minha reacção? Parecemos... Ar mais enfadonho era impossível. É suposto perceberes a dica, tenho culpa que fiques a olhar para mim com essa cara? Não dizes nada? Se abro a boca é para dizer que tenho de ir embora. Raio de conversa que havias de trazer. Leva essa má disposição daqui... Tu é que a trouxeste. Nunca sei o que gostas que diga quando falamos de nós. Sabes bem do que eu gosto. Que não fale, já sei. Sempre que faço planos acabo sempre por estragá-los, queres estragar os nossos? Não tem necessariamente de ser assim... Ouve, não quero nem vou discutir isto, se quiseres mudamos de assunto ou desatamos aos beijos, caso contrário volto cá outro dia. Pronto, armo-me em forte parto logo o vidrinho. Ar amuado, olhos a brilhar. Paciência para isto... E eu que faltei à futebolada para cá vir. A sério, a última coisa que me apetece é ter de aturar um problema a esta hora. Quero é tratar de mim. O que faz com que para tratar de mim tenha de tratar para ti primeiro... foda-se, ficam sempre a ganhar, vocês. Mas alguém merece isto? Ar querido, sorriso bonito e o melhor alinhamento de cordas vocais que me é possível. Anda cá bebé... diz lá o que se passa...

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Keep on waiting

Há um paradoxo engraçado nas minhas amizades, detesto gajos que se pareçam comigo, adoro gajas que se pareçam comigo. Devem ser problemas com a concorrência. Daí que quando diga as maiores virtudes de um bom amigo... elas costumem ser as que eu não tenha. Não suporto pessoas que me tentem cortar a boa disposição. Eu, que sou dos gajos mais pacatos que conheço, sou menino para andar ao murro só por causa disso. É o pior que me podem fazer. Era o que melhor (pior?) sabias fazer. Lembras-te? Não, claro que não. Era involuntário, já. Acontecia e pronto. Depois saíam-me uns vai-te foder, do nada (dizias tu), e lá vinha a tua cara de espanto. Não sabias brincar não te metesses comigo. Ainda me acusaste de ser explosivo, depois. Explosivo, eu? Era explosivo mas era quando brincavas comigo. Sim, este brincar foi com duplo sentido! Lembras-te daquele, cala-te que já estou farta de te ouvir? Claro que te lembras, o jantar cheio de gente animada e tu ao meu lado, a conseguir falar menos que um poste e com menos expressões que um sinal de trânsito. Estava com vergonha tua. Ao menos sempre tivemos o bom senso de esconder as nossas coisas de quem nos conhecia, senão naquele jantar desconfio que te tinha corrido da sala, logo. Mas não tinha autoridade sobre ti, teoricamente. Foi a partir daí que tudo correu como correu. Acho que só o facto de te ouvir já me enervava. Nem que fosse a dizer que eu era o melhor gajo que já conheceste. Cansavas-me. E tudo porque querias que o meu mundo fosse parecido com o teu. O meu mundo não é difícil de mudar, difícil é fazer com que eu o queira mudar. O nosso problema foi nunca teres percebido isso.

Feitiços

Ás vezes dão-me flashs incríveis. Nunca vos aconteceu engraçarem a sério com alguém que vêm? Já, claro, mas estou a falar duma maneira diferente. Não é por ser podre de boa ou super linda, é por gostar, apenas! Vi à tempos um destes espécimes, estava mesmo ao meu lado. Deu-me o tal flash, na hora. Depois reparo melhor, tinha uma mancha (provavelmente álcool), no peito. Continuo a reparar, (como estava ao meu lado dava para ouvir a jovem) falava algo alto... pronto, alto demais para os meus ouvidos, mas eu continuava ali apanhado. Desconfio que podia ter flatulência e eu continuava a gostar da miúda! Estes fenómenos são estranhíssimos, deve ser amor limitado a uma noite, ou algo do género. Dessa vez nem tentei falar com a rapariga, não fosse ficar apaixonado a sério e meter-me numa daquelas complicações que o coração dispensa. Já uma outra vez, tive de tirar as dúvidas, não podia adiar mais as explicações para estes imbróglios. A diferença, desta vez, é que havia ali qualquer coisa recíproca... olhar ali, sorriso acolá, lá se estabelece comunicação (não me perguntem como começou). Falar no meio de uma barulheira enorme nunca foi grande coisa, mas por mim estava ali a noite toda. E quanto mais ela falava mais eu gostava. Cala-te, por favor, senão apaixono-me. Não, fala mais, se fazes o favor. O entendimento era tão grande que eu já estava a ver a mulher da minha vida à frente. O medo na cara das amigas, o terror de ver um rebarbado a tentar sacar a mais bonita do grupo. Mas não, sou só eu meninas, calma, venho em paz. Paz, paz, paz... e amor. Mas não, devo ter ar de papão cabrão, tanto andaram que lá a obrigaram a ir embora, que está na hora, anda daí. Estava na hora era de sairmos dali os dois. Não saímos, nem com o contacto dela fiquei. Ainda bem. A sério, ainda bem. Tirei as minhas dúvidas sobre os meus flashs, devem ser as raparigas que combinam comigo na perfeição, as tais. Agora quando saio tenho um medo terrível de gostar de alguém em especial. E se gostar, jamais tentarei criar qualquer tipo de conecção! Se em duas horitas fiquei a ver estrelas amarelas como as que existem nos quartos dos bebés, imagino se der bola para uma semana, fico capaz de morrer por ela, ás tantas! Obrigado desleixamento, por teres permitido que me tenha esquecido de sacar o contacto dela, salvaste-me do amor da minha vida. Agora que já sei o que me espera nos after-flashs, vou viajar para a Califórnia ou para Itália, e caminhar muito. Caminhar e esperar pelos flashs, até que me dê com alguma modelo famosa ou algo do género e ser feliz para sempre. Tenho a fórmula do amor, invejem-me.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Patriotismo

Sempre preferi quem manda a quem faz. Só pela razão de sempre, contrariar o politicamente correcto. Mania de ser rebelde, culpa tem quem me atura. Nunca escondi de ninguém que quem melhor me aturou foste tu. Não tinhas jeito nenhum, mas eras a única que dava gozo apreciar aturar-me. Já gostei mais de ti do que da salada que a minha mãe faz. E acredita que adoro aquela salada. Não tinha uns lábios tão bem desenhados como os teus, mas sempre dava para dar umas trincas. Estupidez à parte, ainda à dias sonhei contigo. Vestido pipi e sapatinho de menina. Aquele ar tão ou mais bonito que da primeira vez. Conseguiste enganar meio mundo. Eu incluído, com a outra metade a berrar-me em surdina o teu alter-ego. Nunca ouço ninguém, a mania que sei tudo sempre me deu más experiências, mas é das coisas que não mudo. Gosto de mandar em mim. Mas da independência à burrice vai um passo muito pequeno. Tenho para mim que estar de bem com a vida não tem necessariamente de estar relacionado com sucesso a nível afectivo. Leia-se nas entrelinhas que este é o paleio dos frustrados a nível sexual/afectivo. Contradigo-me? Não. Imagina, posso viajar por mil países, visitar todos os monumentos e atracções de cada um... só levo uma certeza, é que só há um país onde me sinto mesmo bem e onde desejo voltar sempre que saio, o nosso, Portugal. É assim que te vejo, minha Portugal.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

9 Crimes

Se tivesse de escolher uma música que todo o mundo tivesse de gostar, ia ao reportório do Damien Rice. E escolhia a 9 Crimes. É a primeira vez que deixo algo deste género aqui, mas está a tocar neste momento e acho que é... crime(!) não partilhar.


Leave me out with the waste
This is not what I do
It's the wrong kind of place
To be thinking of you
It's the wrong time
For somebody new
It's a small crime
And I've got no excuse

Is that alright with you?
Give my gun away when it's loaded
that alright with you?
If you don't shoot it how am I supposed to hold it
Is that alright with you?
Give my gun away when it's loaded
Is that alright with you?
with you.

Leave me out with the waste
This is not what I do
It's the wrong kind of place
To be cheating on you
It's the wrong time
but she's pulling me through
It's a small crime
And I've got no excuse

Is that alright with you?
Give my gun away when it's loaded
Is that alright with you?
If you don't shoot it how am I supposed to hold it
Is that alright with you?
Give my gun away when it's loaded
Is that alright
Is that alright with you?

Is that alright?
Is that alright?
Is that alright with you?
Is that alright?
Is that alright?
Is that alright with you?

No...


Geralmente quem posta letras decalca os versos que mais lhe dizem. Não o vou fazer, esta dá para todos, cada um com o seu verso.

1 + 1 = 2

Estou tão cansado que mal consigo pressionar as teclas. Já me olhaste vinte vezes, com aquele ar de quem se quer por a andar para outro sítio. Achas que te troco pela escrita? Achas bem, mas espera um pouco que nunca se sabe se a inspiração pode estar ali ao virar da esquina. Quando estavas no bar não tinhas grande pressa. Merda de amigo que tinhas. Nunca vou perceber os gajos de barba farta que se fazem acompanhar de gajas boas. Ou são ricos... ou não faço ideia. Claro que indivíduos destes são amaldiçoados por tudo o que passa à beira deles. Mas a verdade é uma, quem as tem são eles. Quanto mais não seja naquela altura. Chegar no Z4 dele é sempre melhor que chegar no Clio delas. Ideias. Larga isso... Cala-te, já tive mais paciência para te aturar. Quando não há mais gajos por perto um gajo pode sempre armar-se em esperto, ela não vai fugir para a beira dos amigos nem sair de casa... Quem é que se aventura na rua ás 6:30 da matina? Pois, bem me pareceu. E sempre é melhor dormir na minha cama chateada comigo que ser assaltada por um sem abrigo no meio da estrada. Queres ir dormir, é isso? Não... Isto foi dos não mais quero estar contigo que já ouvi. De notar que não usei o termo quero foder. Acho que se não me mexer ficamos aqui a noite toda a olhar um para o outro. Iniciativa, sempre gostei de quem a toma, detesto ter de ser eu a tomá-la, enfim. Deve ser a pancada pela dominação. Vamos, está na hora de ir... dormir.

Wish you were (not) here

Hoje não me apetece acreditar que vale a pena lutar por ti. Depois de tantas batalhas travadas acho que desejo mais o fim da guerra que a vitória na mesma. Ainda à três dias te vi, ainda hoje te guardo. Também gostava de perceber que mecanismo é este que toma conta de mim e me atrai a ti. Nunca vou saber, já me disseram. O que sei é que me aqueces o coração quando me apareces nos sonhos ou quando te passeio pela memória. Tens ideia do quão injusto isto é? Sempre te quis tão perto e tão longe... Quando penso em nós lembro-me de momentos sentados, com a tua cabeça apoiada no meu peito, que ardia, de amor e terror, de te ter e te perder, respectivamente. Nesses momentos esbofeteio-me, não posso pensar em ti como se ainda gostasse de ti, porque não gosto, lembro-me disso 10 vezes por hora! E mesmo que gostasse, o que importa? Nunca nos vamos entender e não. Detesto romances condenados. Só resultam nas novelas. Uma vez, ainda me lembro, três génios perguntaram-me o que queria se pudesse ter qualquer coisa. Nem hesitei, escolhi-te. Como os miúdos escolhem o chupa com maiores dimensões da montra. Só depois me perguntei porquê. É mesmo isso, para que é que te quero? Para que é que preciso de ti? Para nada. Tal como me apareceste, mil virão atrás de ti. Desaparece da minha vida, era o desejo que devia ter pedido.

Perco-me fácil.

É por estas e por outras que quem acredita no amor eterno se fode à grande. Acreditem no amor eterno quando forem velhos para sair à noite, ou quando a virilidade vos faltar! A nossa faixa etária perde-se em divagações efémeras... Os telhados de vidro são mais que muitos, a moral menos que nenhuma. Não consigo encarar ninguém que seja adepto dessa filosofia de vida sem me rir para dentro. Todo o mundo sonha com o par perfeito, mas valerá assim tanto esse objectivo? Valerá tanto para abdicarem das coisas boas da vida? Sim, já conheço a teoria que tenta refutar esta, do "ai mas uma vida a dois é tão bela e tão completa!". Concordo... daí que a queira viver quando envelhecer. Não quero olhar para trás e dizer que podia ter feito aquilo e vivido outra coisa qualquer. Quero olhar para trás e rir-me das minhas opções, rir-me de satisfação, de orgulho, e soltar um "que se foda!", bem alto. Temos uma vida inteira para amar mas para nos divertirmos à grande... o tempo limita-se drasticamente. Só temos um instante para fazermos tudo o que nos apetecer, tudo o que sempre quisemos experimentar ou provar; para falar mal do amor e fazer a nossa própria religião; para crucificar quem se atravessa e vangloriar quem bem nos apetecer. Esse instante é o presente, e convém tratá-lo da melhor maneira, porque, ao contrário do futuro, o que quer que façamos, estará invariavelmente remetido para o rótulo de passado sem hipótese de ser rectificado. O melhor futuro está um passo ao lado das nossas opções no presente.


Peço desculpa pela ausência, mas compromissos académicos obrigam-me a paragens cada vez mais inesperadas. Um obrigado a quem cá passa, mais uma vez.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Fácil de escrever

Escolho uma banda sonora adequada, para que as expressões mais tocantes me consigam levantar a motivação que teima em vaguear em terrenos medíocres. É fácil escrever para ti. Tão fácil que o que me sai agora não é premeditado, é fruto de movimentos involuntários. Look what you've done, é a escolhida, Jet. A letra não é a ideal, mas foi a primeira que apareceu, a melodia é boa. Um dia somos capazes de a ouvir à beira-rio, à românticos, armados em gente bonita. Um beijo roubado no banco do jardim e outro perto da água gelada, para nos aquecer o coração. Miminhos a tarde toda, para sairmos dali sem necessidade deles durante uns cem... segundos. Estar contigo é chocolate a meio da tarde e açucar em maracujás. É quase tão bom como esperar duas horas numa paragem de autocarro pela viatura que nunca irá chegar. O problema? Nenhum. Podemos sempre pedir boleia ao carinho e tratar de fazer a noite valer por cinco. Cinco beijos na disposição e outros cinco no coração. Como é que consegues? O quê? Por-me sóbrio com dez shots em cima. Medo. Medo é acordar com cara de quem tem de ir dormir. Mas, vendo bem, quem se importa com a cara com que acorda se temos uma mais bonita ao nosso lado?

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Crenças

É enquanto o mundo dorme que me refugio na rebeldia do sono. É tudo tão bonito quando estamos sozinhos. Tão calmo e sossegado. Se assim o é, para que existe esta necessidade constante de querer sempre alguém do nosso lado, a acompanhar as nossas vitórias diárias e a corrigir os erros que damos pelo caminho? Acho que o erro é pensarmos que precisamos. Porque, na verdade, não precisamos - queremos. Se não estivermos com ninguém durante um ano, não morremos nem tão pouco ficamos com problemas graves de saúde (salvo certas pancadas, claro). Logo, não precisamos. Ou seja, tenho para mim que a tal necessidade é criada apenas e só por nós. É bom ter uma alma gémea, mas também é bom ter um Ferrari e não é por isso que todos temos. Agora uma coisa é certa, ninguém envelhece sem um grande amor ou uma relação de longa duração. É a natureza humana, a busca incessante da sua outra metade. E eu pergunto-me, inúmeras vezes, se poderia ser mais bonito tal ritual de descobrimento. Mil e uma condicionantes físicas e psicológicas a terem de encaixar na perfeição com outras mil e uma. Há teorias que defendem que para cada pessoa existe a tal. A tal que a completa, a tal com que sonham desde que viram filmes de amor na infância. Eu não acredito que seja assim tão linear, mas acredito que a minha ande por aí. Se a encontrarei ou não, isso deixo a cargo do destino. No qual, já agora, também não acredito, mas que é uma óptima forma de encarregar os nossos planos futuros ao sabor do vento.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Odisseias

Estou a ouvir a nossa música. Ainda me dá arrepios, como da primeira vez que a ouvimos, acreditas? Fico parvo com estas coisas. Quase que aposto que se a ouvisse no deserto, na hora crítica, me arrepiava na mesma. O concerto memorável, embora fraquinho e com pouca adesão. O dia fantástico, embora chuvoso e frio. As adversidades foram criadas para serem ultrapassadas. Enquanto por cá andarmos, pouco ou nada saberemos sobre o significado dessa palavra. Gosto que a minha visão seja o teu olhar, o meu tacto as tuas mãos e o meu paladar a tua boca. E que o meu amor... o meu amor sejas apenas tu. Dói no coração ter de estar dois metros afastado de ti, imagina quando sais do meu campo de visão. Por mim testava o limite da exaustão conjugal contigo. Ver até onde nos aturávamos. Só porque sei que seríamos eternos. Quem não sente como eu te sinto não sabe o que é sentir. É acordar de manhã e ter uma mensagem bonita no telemóvel, beijar o canto do lábio como quem conta um segredo. Escolher um céu estrelado e alugá-lo por uma noite, para nós, denominar cada estrela com um nome à tua escolha e levá-las a todas, no bolso, para o quarto. Colá-las no tecto para que nos testemunhem todas as noites e saibam que gostamos tanto um do outro hoje como gostávamos no dia em que as adoptámos. Sabes o que há de melhor em ir dormir agora? É saber que vou sonhar contigo. Até já.

Teorias do gostar

Já dizia Fernando Pessoa, Primeiro estranha-se, depois entranha-se. Nem que seja à força. Ambiguidades! Estou a falar, claro, de nunca ter gostado de musica tocada por uma orquestra até ter ouvido o álbum dos Metallica com a orquestra de São Fransisco, S&M, e mais tarde me ter rendido a Drink up me hearties, de Hans Zimmer. Tudo bem que fora isto, pouco ou nada me agrada, mas isto prova-me que somos capazes de gostar de tudo, desde que venha moldado à nossa maneira. Eu não gosto de feijão, mas se vier um embutido num abacaxi a acompanhar picanha... adoro feijão! O difícil é encontrar a forma de gostar. Acho que o equilíbrio é essencial em tudo que a Natureza comporta. Posto isto, em relações sérias, propriamente falando, nunca podemos gostar demasiado de algo (ou alguém) nem convém nutrir algo abaixo do termo gostar, claro. O que é demais enjoa, já diz o ditado. É que, na minha maneira de ver, o gostar muito tende a confundir-se com sufocar, apertar ou limitar até a vida comum. Para ultrapassar estas adversidades é preciso... gostar muito da outra pessoa(?)! Mais paradoxal que isto é difícil. Para que gostar em demasia não seja o fim das relações é preciso gostar ainda mais? Então mas qual é o drama? Dinheiro gera dinheiro, amor gera amor. Quantas vezes temos de fazer o triplo da força para que as coisas corram bem? Procurar algo que pode ser rectificado, melhorado. É só encontrar o álbum correcto, por uma banda sonora que se adeqúe e... gostemos à vontade, sem medos, haverá maneira de tudo correr bem.

Comparações e repetições

Ouvir trovoada de auscultadores é como chorar à chuva. O mal está camuflado, mas continua lá. Afirmemos perante todos que quem gosta nem sempre se importa. Eu, quando gosto, importo-me! O problema é gostar. É assim tão fácil gostar de alguém? Apaixonar devia ser um verbo tão executável como a maioria dos demais. Respirar, caminhar, escrever. Não fazia jeito? Apetece-me gostar. Gosto! Era óptimo e dava um jeitão. As fases que levam um gajo a apaixonar-se são tão complicadas como imperceptíveis. É mais ou menos como naqueles jantares com o pessoal... bebemos que nem uns desalmados, nem sabemos bem como, e quando damos por nós... já éramos. Tão apanhados que estamos na bebedeira já nem sabemos como nos livrar daquilo. Daí que estar apaixonado seja uma espécie de embriaguez intemporal. A única diferença é que a embriaguez é opcional. Se nos quisermos emborrachar... emborrachamo-nos! Se nos queremos apaixonar... não fazemos nada. Deixamo-nos ir, ao som dos acontecimentos que nos são reservados. Afinal de contas quem não gosta de estar apaixonado? Os dias até ficam melhores! Nós ficamos melhores. Por acaso até sei quem não gosta de estar apaixonado: quem gosta de quem não deve. Mas isso são outras histórias.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Rise up

Achar uma rapariga suficientemente engraçada é o mesmo que dizer que se roça os mais baixos padrões de beleza aceitáveis. Mas se há coisa estranha que pode acontecer, é estar com alguém desse nível. Não nos sentimos especiais, não sentimos que estamos no céu. Sentimos, apenas. O que não quer dizer que tenha de ser, obrigatoriamente, mau. Bem pelo contrário, quem fica a dever à beleza na cara... convém que compense num qualquer outro aspecto. Estava a falar da conta bancária, por exemplo, preversos. Quando somos putos, a sensação de estar pela primeira vez com alguém, "a sério" (como dizíamos na altura), é equiparável à primeira vez que nos fazem a barba duas vezes na barbearia. "Já és um homem", lembra-nos Deus. A diferença, é que quando comíamos alguém íamos logo contar aos amigos, todos contentes. Com a barba íamos para casa, na mesma todos contentes. Nesses tempos os padrões são muito relativos visto que se cingem, basicamente, à beleza do rosto. É gira? Come-a. É feia? ... Come se quiseres. Resumindo, come. Depois um gajo cresce, ganha juízo, começa a fazer uma dieta racional (no que toca ao mulherio) e deixa de contar tudo aos amigos. E coloca fasquias altas. Tão altas que quando se encontra um meio-termo já não se fica satisfeito. É a ambição, em matéria de relações. Qual é a adrenalina de estar com alguém que... serve? É como poder ir ao restaurante mas contentar-se em ir ao banco alimentar. Haverá maior verdade que afirmar que a fome é a maior inimiga da selectividade?

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Diário boémio

Um dia saí à noite sozinho e sóbrio, para um sítio que não conhecia, só para me sentir desconfortável. Propus-me voltar para casa só depois das oito da manhã. Um desafio dos grandes. Como diz um colega meu, levei a minha melhor roupa. É um desastre. Tentar não passar despercebido é uma tarefa bem mais difícil para um gajo do que para uma gaja. Os gajos são todos iguais quando saem à noite, calças de ganga e t-shirt ou camisa e lá vão eles. Ou em dias em que a veia homossexual se apodera de nós, cavas (de mim nunca se apodera e eu abomino cavas (exceptuando quem não depila a axila, fica sexy)). Mais artefacto espalhado pelo corpo, menos artefacto, não podemos muito fugir à nossa mais pura natureza. Já a gaja pode escolher mil combinações que há sempre maneira de melhorar infinitesimalmente o conjunto. Tendo noção disto, um gajo só pode confiar numa coisa: em si. E das duas uma, ou se encosta no num canto armado em bom e espera que tudo o que passa olhe e comente (e se fique por aí), ou desce do pedestal e dá uma lapada à mania. (Tentar) Falar, pagar bebidas, fazer de conta que conhece, tudo vale no caminho para a glória. Na mente dum gajo tem de estar sempre presente uma coisa: chegámos sozinhos, se sairmos sozinhos não perdemos nada. Daí que o verbo que mais se conjugue na mente masculina seja tentar. Mas sempre aliado à inteligência, como é óbvio. Se o alvo for um avião de primeira, por exemplo, não convém irem com o paleio que resulta lá na aldeira de onde vêm. Uma gaja assim já ouviu de tudo e mais alguma coisa, a tentar é a fazer algo pela qual ela nunca tenha passado. Difícil, claro. Há sempre o plano B, que consiste em escolher a melhor das que ela já ouviu ou a que ela gosta mais. Isto já depende da vossa dedução (que vai, invariavelmente, falhar). Quem pensa que para sair e divertir-se não precisa de ninguém... ou tem corpo de modelo, ou quando sai é para ir de portátil para um sítio com cobertura wireless ler blogs como este. É que os amigos não são mais que apoios que levamos para nos divertirmos se não arranjarmos acompanhante do sexo oposto. Imaginem que saio eu e mais três gajos. Eu e outros dois arranjamos qualquer coisa (claro que não posso ser eu a servir de exemplo a ficar a seco!), o outro... está desgraçado! Ou se emborracha no balcão e gasta uma pipa de massa ou vai para casa ou para o carro pensar no infortúnio que a vida é. Geralmente, este costuma ser o gordo, com carta (que não bebe para não haver problemas com a polícia). Para que conste, até costumo levar o carro e sou gordo (de criatividade e inteligência (desperdiçada)), mas como bebo, mesmo que tenha o carro... não posso servir de exemplo na mesma. Quando escrevo com a Liliana Aguiar na televisão as ideias perdem-se um bocado, admito. Imagino-me qualquer dia a encontrá-la numa disco, eu a usar a minha melhor roupa, a apostar tudo. No fim de contas só ia ter uma coisa a mais na vida... mais uma conjugação do verbo tentar. Ah, e o desejo de ter levado amigos!

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Teoria da confiança alheia

Sou um homem de crenças. Acredito no amor, no dinheiro, no trabalho (nem tanto), no jogo... por aí. No que não acredito, entre muitas outras coisas, é na amizade entre gajo e gaja. A não ser no meu caso, que tenho algumas boas amigas raparigas. O resto dos gajos não é capaz de ter uma boa amizade sem ver com bons olhos umas bem dadas ou até uma relação séria. E isto não é ter a mania, é a mais pura das verdades. Neste assunto, sou a excepção que confirma a regra. Qual é o gajo que anda por aí à procura de gajas para serem amigas? Nenhum! Anda tudo é à procura do que toda a gente sabe. Não estou a dizer que não ando também, mas o facto de ter boas amigas (e amigas boas também) por quem nunca nutri qualquer desejo ou algo do género deixa-me orgulhoso. O que quero dizer com tudo isto, é que custe o que custar, e dêm vocês os exemplos que derem, gajas, os vossos grandes amigos estarão sempre receptivos a uma aventurazinha de cariz sexual. Claro que isto só é válido se forem minimamente bonitas e bem feitinhas. Não há nenhum que diga não. A não ser, claro, os rabetas. É isto que vocês nunca vão entender e que será sempre tema de discórdia entre casais, quando os ciúmes chegam. Os grandes amigos só lá estão para reservar lugar na primeira fila quando for tempo de chorar mágoas. E tentar ficar com qualquer coisa para comer, claro! Tirando eu, como é obvio, não se esqueçam, eu sou a excepção que confirma a minha própria teoria.

Eu? Não!

Haverá coisa melhor do que ouvir uma rapariga, com toda a sua vontade, chamar-nos filho da puta? És um filho da puta! Foda-se, que bom! E meter aquela cara de pouco ou nenhum impacto... ui, vão à lua! Apostava até que preferiam naquele momento substituir aquela cena por uma lavagem de dentes com o piassaba. Ok, se calhar nem tanto, mas fica a hipótese. Claro que para merecerem um momento destes, têm de fazer merda - da grossa (engraçado o jogo entre piassaba e merda). Trair, tratar como lixo, ignorar constantemente, ser apanhado com outras gajas já com bastante confiança, sei lá, a lista é enorme e toda a gente a conhece. Ou, lembrei-me agora da melhor, estar todo amoroso com a nossa mais-que-tudo (do momento) e recebermos uma mensagem, ela quase nos obrigar a lê-la e nós cheios de medo que seja quem não deve e... (surpresa das surpresas) é mesmo! Uma mensagem em cheio, daquelas que por muito que tentemos dar a volta estamos resumidos a uma palavra: fodidos. Uma pessoa tenta de tudo para evitar estas situações, mas a acontecer, que venha com um filho da puta no fim, senão lá se vai o gozo. Mas uma coisa vos digo, amigos e amigas, que uma pessoa uma vez me disse e guardei: nunca, mas nunca, saiam chateados de uma relação. O objectivo é bem dedutível.

(A)talhos

Existem coisas que por muito que se tente, não se conseguem esquecer. O teu namorado é uma delas, embora nem o conheça pessoalmente. Paradoxal ou nem por isso, a culpa foi tua de tal acontecer. Só passado muito tempo é que vim a saber que o rapaz andava metido na musculação e lutava uma arte marcial qualquer. Mete respeito, no mínimo. Embora eu também ande no ginásio e continue com os mesmos quilos flutuantes de sempre. De qualquer maneira não sei como estão vocês agora - quer dizer, estou-me a cagar para vocês, não sei é como estás tu agora - e a minha ignorância permite-me imaginar cenários delirantes. Não preciso imaginar o vosso passado à minha efémera passagem (em termos temporais, é claro), visto que o contaste, basicamente... (vamos la escolher uma palavra sem hiperbolismos) todo! E todo o bom assassino estuda bastante a sua vítima para não falhar na hora crucial. E que grande hora crucial saímos nós. Estou habituada a que seja rápido... por favor tenta variar as coisas! Não sei se era tentativa de pressão ou caso sério de necessidade (o espelho relembra-me que é a primeira, depois de analisar bem a minha face), mas a primeira reacção foi lógica: rir! E a segunda também: continuar a rir. É que se passar pelo namorado na rua sei quem é (e o que não é... capaz). Adiante, a admiração era dela, visto que a minha insistência em não ser rápido se mantinha, aliada à super motivação do toma lá(,) caralho, para veres a merda de namorado que tens!, que resultava em constantes reacções de espanto pela duração do acto - Foda-se, mas que merda é esta? O teu recorde é 10 minutos? Pronto, que seja, ainda bem, mais valor me dás. Não deves é conhecer o mundo lá fora. O que imagino, várias vezes, é voltares para o João (chamemos-lhe assim) e ele a fazer o trabalho de sempre. A cara de insatisfação a olhar para o tecto. As horas - Horas? Que digo eu? Minutos, não era assim? - a passarem e tu a pensares quem seriam os convidados do programa da noite da Sic. Mil e um possíveis problemas que brotam do que mais teme o casal: coisas novas - vindas do exterior. (Bem) Para o interior.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Pipi rules the nation.

O caminho até ao sexo é das coisas mais injustas que existe. Mais ainda que lutar contra o Pinto da Costa. As gajas fazem o que querem de nós. E isto deve-se a apenas uma razão: o pipi é delas. Apetece-me. A mim não, fode-te. Que giro. Quando lhes dá a vontade a elas até agradecemos a São Pedro (pelo bom tempo). O que não há maneira de fazer é tentar mandar nesta vontade, isto é, sermos nós a decidir quando apetece, ou não. A ideia que mais me prende na cabeça para que tal seja possível (que não é), é ter de não nos apetecer, para que ela fique fodida (que não fica, nos dois sentidos). E não podemos ceder. Quem, no seu juízo perfeito, faz isto? Quem se sujeita à luta pelo domínio da vontade sexual abdicando... disso mesmo? Quer dizer, o caminho para a felicidade é... a infelicidade! Foda-se, merda mais a banalização das desculpas para não querer foder. Ai amanhã tenho de acordar cedo, estou mal disposta, tenho sono, estou cansada, estou... - foda-se, cala-te, caralho! Acho que me enerva mais ouvir desculpas que não aliviar a te(n)são. São elas que têm a faca e o queijo na mão, daí que só dê para comer tosta mista quando ela quer, caso contrário ficamos só com o fiambre na mão.

No way!

Não acredito em relações superficiais. Acredito que existam casos de uma noite e relações para a vida. Ou, pelo menos, a longo prazo. Não é concebível que duas pessoas se juntem por carência sexual. Isto claro, não tendo uma relação. Que mentalidade é esta, incutida nos levianos dias de hoje? Todos temos como objectivo de vida encontrar a rapariga ideal, apaixonarmo-nos e fazer um filme bonito, certo? Posto isto, que raio de fome é esta que leva meio mundo a tentar galar raparigas a toda a hora? E digo isto com enorme franqueza, tendo alguém que amamos ao nosso lado, nunca, mas nunca, precisamos de algo mais que isso. Já diziam os trolhas do meu pai, quem ama não vê cona. E tinham uma moral do caralho. Not. Adiante, o medo da traição só nasce quando a confiança não é total. Sem amor não há confiança. Logo... juntando todos os pontos inversos... basta que as duas pessoas se amem para que confiem e para que não tenham medo da traição. E, já agora, o mais importante, que não caiam no pecado da carne. Mas não deveria ser isso algo normal? O não trair? Uma ocasião estava numa daquelas jantaradas de família em que se reúne toda a gente (até vem o tio do meio irmão da mãe que emigrou para a Suiça com 2 meses), e eis que uma das personagens se vangloriza de estar casado à 40 anos sem ter traído uma única vez! Isto é que é amor!. Foda-se, amor é não trair? Não devia isso ser levado como mais que normal? Amor é nem sequer pensar nisso! Cheguei à conclusão que ele deve amar tanto a companheira como as mulheres árabes amam os respectivos. O que interessa nisto tudo é que acho linda a capacidade que o amor nos oferece de ficarmos plenamente satisfeitos com o que temos sem precisar de nada vindo do exterior. Seja linda, feia, gorda, magra. Se gostarmos, é sempre bom! Quem não olha para aqueles velhinhos que dão passeios de mão dada, já fartos de ver cabelos brancos, com olhos de admiração? Eu olho e ás vezes perco-me em divagações sobre uma vida assim. Usando a teoria do ying-yang, o nosso mais-que-tudo tem de andar em qualquer lado, e eu acredito que mais cedo ou mais tarde todo o mundo encontra a sua velhinha de cabelo branco e que possa chegar aos 80 anos e dizer, com reciprocidade instantânea, que é uma alegria ter vivido uma vida inteira sem olhar com interesse a outras pessoas. São formas de prazer que o sexo nunca vai superar. Nem com terceiros.

Way!

A atitude mais fácil de tomar nas relações em que não investimos nem nos preocupamos é usar o don 't care a toda a hora. Saí. Tudo bem, nem quero saber para onde; Não se fala durante uns dois dias. Tudo bem; O facto de sabermos que a gaja faz asneira é que nos revolta, porque se ficarmos na ignorância it's all good. Imaginemos que, uma noite, a rapariga com quem ando metido (a direita, para que conste) andou meia bêbeda, perdida por bares a dar bola a tudo que se metia com ela. Quando chega à minha beira está bem de saúde e disposta a festa. Chegando eu ao local como santo inocente, sem saber de nada, o lógico é tratar de gozar um bocado a noite e depois... a cama. Ou outro sítio qualquer. E dizem vocês, com a prepotência que vos é reconhecida, algo como és um manso do caralho!. Concordo. Mas em absoluto! No entanto sou um manso realizado. E leve. Das duas uma, ou és mesmo corno e estás a tentar desculpar-te, ou... és ainda mais puta que ela. Hmm, ser homem-puta é o sonho de qualquer homem. Perguntem a qualquer homem (com h grande) e verão que tenho razão. Se discordarem encontraram um paneleiro. É que as coisas são muito simples, o gajo que começa uma relação de circunstância, só para ir tendo alguém, já tem na mente encornar mais cedo ou mais tarde, tal como vai precavido para ser encornado de vez em quando. A poligamia é uma coisa linda. Se em vez de usarmos a palavra trair usarmos a palavra variar, a relação fica algo de mágico. Ok, já estou a exagerar. Não há homem na Terra que goste de partilhar a mulher. Ponto final. Mas gostamos de ser partilhados. Se elas se partilham e ficamos a saber... vem a casa abaixo e vem a caçadeira à mão. Se nunca chegarmos a saber... fica tudo na mesma e passamos por ser uns enormes tanços (tinha ideia que tanços se escrevia tansos, mas ontem, ao ler um livro do MEC, deparei-me com tanços e o meu mundo desabou, 20 anos de palavra mal escrita). A questão que se prende no meio de tanta filosofia é o caminho a escolher. É preferível viver na ignorância em relação ao marfim que vão semeando na nossa cabeça ou saber de tudo e ser o eterno miserável (sim, porque todo o mundo encorna)? Eu tenho a resposta, amigos. Tudo depende... da gaja. Se for boa, caguem nisso (provavelmente vocês serão também o amante de outra relação que ela tenha), se for naquela, tratem-na abaixo de cão. Ah, sem descurar nunca (!) o vosso lado, tratem de ir brincando de vez em quando para não chegarem ao dia do juízo final e lamentarem-se do sempre decandente ai se eu soubesse, na altura tinha sido diferente... Foda-se, os princípios são assim tão fortes que não vos permitam brincar ao amor de vez em quando? Feliz de quem é puta.

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Acordar.

As pessoas são como os blogs, se não criam boa impressão no primeiro impacto (leia-se: primeiro post), esfumam-se grande parte dos possíveis caminhos de sucesso na relação gajo/gaja ou blogger/leitor. Daí a necessidade de ter sempre uma cara bonita e um corpo apresentável, de modo a atrair clientela e possíveis dividendos. Como amigo que sou, posso afirmar que a maioria da juventude de hoje em dia pouco se preocupa com o segundo passo do conhecimento alheio, que basicamente se resume ao trocar meia dúzia de palavras. Só para confirmar que tal pessoa não consta da lista dos "altamente, até abrir a boca". Provado isto, tudo é azul. E mesmo que não fique provado, há muito boa gente que não se importa de andar de mão dada com gente acéfala. E que grande percentagem desses serão aqueles que o sabem e não têm problemas com isso? Devem ter problemas é em casa, para aguentar o fulgor dos tempos mais quentes. É como comprar um Armani em saldos. É Armani na mesma, não é? Mas só nós é que lhe conhecemos as falhas. Neste caso, falha um cérebro. Num blog, falta conteúdo. Lavo assim a cara ao meu, mais uma vez, sempre na esperança de acrescentar mais um qualquer pormenor que o embeleze. É como sair à rua, nunca se sabe quem nos pode ver, certo? Bons posts.

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Alucinações.

Eram 19:42 quando bateram à porta. Nunca me esquecerei da data exacta. O meu corpo gelou da cabeça aos pés, pressentindo o impossível. Eu ainda não estava ciente da verdadeira natureza do caminho que tinha seguido, fazia, naquele dia, uma vida. Quem decide, no fim, quem merece ou não vaguear por esta terra de ninguém? Sempre foste uma pessoa muito segura de ti, costumavas falar como se o mundo só fosse bonito por estar por baixo dos teus pés. E, visto de cá, era mesmo essa a ideia que passava, confesso. Nem quando eu dava tudo por tudo para te sentires um bocadinho feia, num exercício raro de contra-argumentação, que detestavas, perdias a compostura. Estavas sempre demasiado bonita para o teu mundo. O que pode e deve ser levado como elogio, ainda que o teu mundo sempre tenha sido negro e enevoado. Até nisso te destacavas, agora que me lembro. Quando as tuas amigas choravam por uma discussão dos pais, tu, enquanto as abraçavas, tentavas saber como evoluía o cancro do teu pai, trocando constantemente mensagens de força com a tua mãe.

Não imaginas a quantidade de pessoas que me diziam que eu não sabia a sorte que tinha. Para teres noção, conseguiram ser mais do que as vezes que me dizias tu isso. Era impossível não gostar de ti. Era uma obrigação, um dever, um privilégio e, acima de tudo, a força que me fazia levantar da cama, todos os dias. Nem que fosse daquelas manhãs em que me obrigavas a ir preparar o pequeno-almoço. E eu que tanto detestava ter de me levantar antes de ti... nunca soubeste porquê e é tão simples. Encarar a cozinha sem ti aterroriza-me.

Agora que entrei no carro sinto-te perfeitamente no banco ao lado, já tem as tuas curvas tatuadas em cada costura e o teu cheiro de tal forma penetrado nos poros que é impossível não entrar lá dentro sem a sensação que alguém mais me faz companhia. O telemóvel com a bateria no fim, como sempre, ansioso por uma mensagem tua, que não chega. Deve estar a estranhar. Ponho o teu CD preferido a dar, tantas músicas que guardámos, não podia ter dado asneira. Disciplinaste-me os gostos, eu que era tão comercial, tu que eras tão alternativa. A juventude tem a mania de adoptar os gostos de Hollywood, quando devia era gostar do que é bom. Eu nem ligava à música, gostava era de ti. Das tuas costas viciadas em mimo e dos teus lábios sedentos de mim a toda a hora. Nunca mais que os meus, dizia-te eu. E rias-te. Rias-te tanto que ás vezes chegava a acreditar que gostavas mesmo de nós. Gostavas de Magnum e salada de tomate, sem sal, porque faz mal. Isto dito com tal sinceridade que só acreditava quem não visse que bebias vinho, um dos mais caros da carta, como sempre. Quando é para estragar, que valha a pena!

Ainda me lembro quando fomos à festa em casa do Pedro. Tudo vestido a rigor, só gente bonita. Acho que quando chegámos tiramos protagonismo ao rapaz. Ficou tudo a olhar, até porque quase ninguém nos conhecia. Se queres que seja sincero, acho que olharam apenas por tua causa, a bomba ali eras tu. Não é que não o saibas, mas fica-me bem e é bom relembrar.

Cheguei, finalmente, raio de trânsito que tu tanto detestavas estava a dar-me cabo da paciência. O hospital estava parado, talvez a indagar nas mil razões que poderiam deixar o meu jantar meio preparado na banca, em stand by. Não eram mil, nem cem, era uma e eras tu. Eu era a única família que te restava, disseram-me uma vez. Nunca senti esse peso, enorme, com tão grande intensidade como hoje. A sala de espera quase vazia. Um ébrio e um sem abrigo, num canto, a dormir em três cadeiras. O meu nome é chamado, por fim. Tudo muito surreal, parecia um sonho, daqueles em que não apetece acordar por puro comodismo.

Fui ao hospital por ir, eu sabia que não ia lá fazer nada. Não era ela que lá estava, isso é mais que certo, ainda ontem tínhamos ido tomar café à esplanada das cadeiras bonitas com vista para o mar, como é que ela podia estar já ali?

Sem grandes demoras, abrem-me a porta do quarto 204. Sorri, estavas ali, calma e bonita, como sempre. Fitavas o tecto como se não pertencesses àquele lugar. Coberta com aqueles lençóis foleiros de hospital. Nem sei como não os enjeitaste, admirei-me. Afinal qual era o alarme? Pego-te na mão e não reages. Estavas fria. Tão fria que nem ousei subir pelo braço. Os lábios, esses lábios que tanto adorei, sempre perfeitos, estavam secos e feios. Não podias ser tu! Uma voz, vinda da porta, diz que não se sabe quem foi o culpado, fugiram. Que as lesões internas não deram qualquer hipótese. Mas o culpado de quê? De ela se ter descuidado com os lábios? Eu saía de batom no bolso mas era sempre ela que o usava. A pele fria? Claro, com estes lençoizitos até eu, que sou acalorado, tinha frio! Chamei-te cinco vezes, baixinho, ao ouvido, como me pedias para te dizer gosto de ti. Anda, vamos para casa... Aconselhavam-me calma e sangue frio. Eu não quero calma, eu quero que ela responda! Que me abrace e volte para casa! É assim tanto? O olhar vazio. O medo e o terror que senti quando te olhei! Foi aí que percebi. Tu não me olhavas. Nem respondias, nem respiravas, nem sorrias. Tinhas fugido. Fugiste porque alguém brincou com a tua vida e fez do perigo refeição.

Como se atrevem a roubar-te de mim? Quem, por direito, se despista em plena auto-estrada, matando a pessoa mais bonita da via e desaparece pelo meio do nevoeiro? As perguntas entalam-se de tal forma que não saem frases, saem palavras balbuciadas sem grande nexo ou contexto.

Diz-me, agora, o que faço eu, sozinho no mundo, perdido de ti! Que maravilhas terá este gigante pedaço de terra que eu não tenha já descoberto contigo? De que vale viajar nele sem ti? Não és tu que estás nesta cama. Tu estavas no meu carro, ao meu lado. Eu senti o teu perfume. Aqui cheira a idosos e comida congelada. Que justiça corre nas veias de Deus para te levar assim para o seu lado?! Que me leve a mim também, sendo assim! Prefiro a incógnita da morte à certeza da desgraça que será o resto da minha vida sem ti. Quando for a um bar, quem vai beber o whiskey com duas pedras de gelo? Eu não sou, não gosto de whiskey! Se ao menos aparecesses nessas alturas tinha a certeza que me embebedaria todo o dia, só para que a tua alucinação me iluminasse a alma, louca de raiva e saudade.

Tinha tantos amo-te guardados para ti... nem imaginas. Ficou tudo por dizer. Não te disse como estavas linda ontem, nem como te ver a acordar hoje foi tão bom ou melhor do que da primeira vez! Não te disse que gostava de ficar chateado com as asneiras que fazias a toda a hora. Não te disse nada! Morreste. Deixaste-me e eu nem te falei. O odor a morte é tão forte que não me dá grande espaço a ideias. Não equaciono uma vida solitária. Tenho de estar contigo, custe o que custar.

Estou admirado de ainda conseguir elaborar frases legíveis, tinha lido algures que o efeito dos comprimidos seria fatal, no máximo, em meia hora, quando tomados em largas proporções. Degluti a caixa inteira. Acho que está na hora de te abraçar. Uma noite sem ti é uma vida desperdiçada.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Desafios.

Angariei um pé de meia razoável durante anos de lavoura, juntei tudo e apostei forte num caso sério de sucesso. A confiança estava tão alta que durante o dia me sentia com vertigens. E note-se que vivo num primeiro andar com vista para um pinhal abandonado. As mãos tremiam-me enquanto pegava nas poupanças e as apostava naquela hipótese de vida melhor. Já só via os meus sete pecados mortais a serem realizados quando bem me apetecesse. Enchi a caixa toráxica de oxigénio e a mente optimismo. Por fim, avancei. Dei com os burros na água, o meu pé de meia era o meu amor por ti, a minha grande aposta eras tu.

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Nasci na aldeia errada.

Acho incrívelmente interessante a disparidade de culturas variar tanto de país para país. Focando-me no tema do costume, porque raio tinha eu de nascer num país tão mente fechada como é o nosso? (Quase) Tudo o que conheço ao nível da relação noite/gajas no estrangeiro chega-me através de relatos. E ou eu é que sou muito fraquinho (tal como os restantes habitantes do rectângulo nacional), ou então lá fora as coisas ficam muito mais fáceis. Não sei se é por sermos estrangeiros e engraçarem connosco... ou sabendo que somos de fora, temos de ter obrigatoriamente algum dinheiro connosco e vêm é uma boa oportunidade de chular bons rapazes. Isto funciona, de sobremaneira, em países de nível de vida inferior (o que é bom para quem se quiser sentir magnata). Não é que seja fácil encontrar tais países, atendendo a onde vivemos, mas isso não é para cá chamado. Mas enerva-me termos um espírito tão altivo em relação ás relações (passo a redundância). Tens dinheiro? Bela merda, tenho mais. Tens carro? Desses tenho 3 na garagem. És bonito? Já comi melhor. Tens pinta? Os meus dálmatas também. Um gajo se vai ali ao outro lado do mundo basta ter um destes requisitos é logo tratado como Deus. Argumentando pelo lado dos racionais, que gostam de tudo direitinho, seria algo como um oh, então, não podes pensar assim, estás a ser muito fútil! Só assim é que consegues saber o verdadeiro valor da rapariga, se ela quiser logo comer-te o que é que lhe ficas a conhecer? Fácil, fico-lhe a conhecer o que tu demoras um ano a conhecer na tua amiga cinco estrelas. Foda-se, argumentozinho de merda, quem é o infeliz que vai para a noite à procura da mulher da vida dele? Então deixemo-nos de falsas filosofias leais, se fazem o favor. Aqui mal me imagino ás compras com alguém, tanto por ser tudo caro como ouro como pela companhia ser sempre pior de aturar que os empregados das lojas. Lá fora, o díficil é resistirmos à tentação de sermos violados em pleno vestíbulo. Escândalo na loja? Qual quê, já anda tudo habituado a estas coisas. É, ás vezes gosto de imaginar que o mundo é melhor do que realmente é. Preciso de (alguém que me prepare) um banho de espuma.

Inter Rail

Gostava de poder dizer o quanto te amo. Dava quase tudo por uma vida apaixonada, como as dos filmes. Se me ouvires, um dia, como eu te ouço, a beber cada palavra tua como se fosse a última, vais aprender a amar sem regras e sem limites, a açambarcar mil maneiras novas por dia de me surpreender, por fazeres de mim alguém melhor a cada dia que passa. Dia sim, dia sim. De mãos dadas fugiremos do mundo, viajaremos nele sem que ele se aperceba. Pararemos em Praga e em Paris, para confirmar o rótulo de cidades do amor, roubaremos oxigénio italiano em Roma e expeliremos tal relíquia pelas demais capitais europeias. Tudo com muita classe, charme e, sobretudo, amor. Vou aprender a dizer amo-te nas línguas de cada país visitado, para poder gravar na tua o que me vai na alma sem me repetir. Alimentar-me a saliva e suor teu, a saber a menta e a cremes caros que só tu conheces. Os planos são tantos que as capas já não suportam o peso das folhas. Tens de cá vir, um dia destes, ajudar a organizar tudo isto, que está ansioso de saltar para as três dimensões. Um dia, como diz quem sabe que algo é impossível, estaremos tão bem, juntos, que mudarei os tempos verbais que emprego, do futuro utópico para o presente perfeito. Até lá, brincaremos eternamente aos projectos.

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Friend zone alert

Existem incompatibilidades que nem vale a pena tentar explicar. Pode ser apetecível, ter muitos requisitos favoráveis, sei lá, uma infinidade de pontos a favor... mas se não há aquela química, ardeu. Nem vejo forma de acontecer alguma coisa nestas condições. Mesmo que se ganhe mais confiança ou alguma intimidade, há sempre aquele desconforto do saber que não combinamos, que não encaixamos. É como ter a certeza que se houvesse um beijo, os lábios iam parecer peças de puzzles diferentes. Basicamente, fodeu-se. Como em tudo na vida, até nestes casos existem pontos positivos, senão repare-se que temos a possibilidade de dizer aquela frase que tanto tememos ouvir da boca delas, a famosa o problema não és tu, sou eu. Com a possibilidade de poderem agravar ainda mais a coisa se forem pelo caminho da amizade. Isto da amizade em possíveis relações carnais revolta qualquer gajo. Mas a culpa também é nossa. Temos a mania que para comermos a maioria das gajas temos de ser minimamente amigos delas e... não é nada disso. Quanto mais amigos menos probabilidades temos a nosso favor. Quem é que se apaixona pelo melhor amigo? Uma em mil? Convém nunca confraternizar com o alvo em demasia senão vão gostar mais de nós por sermos um dos gajos mais fixes que conheço do que propriamente pelo gajo com quem me apetecia estar agora. E isto, vocês, gajas, nunca vão saber como é duro. (Se levarem esta última frase ao outro sentido, podem tirar a frase da negação)

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Shitalk

Há merdas que dizemos a algumas gajas que temos medo de contar ao nosso melhor confidente. Tal como algumas nos dizem certas coisas que até medo mete. Embora essas sejam logo recambiadas a confidentes e não-confidentes. Digam-me, sinceramente, acho que já todo o mundo deve ter passado por aquela situação à qual acho uma piada tremenda, que é a parte do Não vai sair daqui, pois não...?. Cara séria (aka cara de quem quer é festa e farto de paleio) e uma expressão suficientemente convincente para sossegar os pesadelos alheios sobre uma possível fuga de informação. Tenho para mim que toda a gente já contou quem comeu, fodeu ou beijou a pelo menos uma pessoa. Não tem de ser obrigatoriamente (as palavras acabadas em mente não levam acento, a sílaba tónica é -men-) tudo à mesma pessoa. Mas um bocado ali e outro acolá... Isso é certo. Se não foge por parte do gajo, foge por parte da gaja. Geralmente, foge do lado da pessoa mais feia. Pessoalmente, não vejo a Sharapova a gabar-se de ter tido relações comigo. Mas eu bem que podia berrar o que me ia na alma, atendendo que a minha beleza exterior (embora lá perto) é inferior à dela, o que só faria com que me fosse atribuído o famoso título de o maior lá da minha aldeia (tirando a impossibilidade de tal acontecer, imaginar este cenário já faz bem à alma). E está aqui provado que mesmo a escrever tal facto no meu blog nunca niguém vai acreditar em mim. Nunca vou perceber porquê. Embora ateu, sempre achei que fosse Deus que mete o bedelho nos bares e nas discos e nos atira as Sharapovas para o colo. Que raio de ideia é essa que nós é que temos paleio para sacar garinas na noite? Nada disso, o all mighty anda sempre de olho no rebanho. Sheep in need, is a target indeed (escrever isto é grave). A verdade é que seguindo esta linha de pensamento, se estivermos a bater no fundo, a entidade suprema irá ao nosso encontro oferecer ajuda preciosa. Quanto mais não seja para nos dizer que o fundo é ali, agora de algum modo terá de subir. Ou manter.

live 2gether

Quando somos pequenitos, só consideramos que os nossos amigos gostam de tal pessoa quando gostam a sério. E gostam a sério dumas 5 raparigas numa semana, se for preciso, mas isso nem importa. Há o gostar e o gostar a sério. Quando crescemos fica tudo mais complicado. Ás vezes gosta-se, outras nem por isso. De bilénio em bilénio apaixonamo-nos vidradamente. Nunca estamos é bem. Se gostamos de alguém e temos a vida estável desejamos a toda a hora ser um passarinho livre, se despachamos a companhia arrastamo-nos pelos cantos a indagar sobre possíveis companhias. Acho que o que todo o mundo quer é encontrar a futura ex-mulher ideal. Várias vezes na vida. O raro, hoje em dia, é fazer do gostar uma coisa boa, necessária e bonita. O desafio é constante, mas somos tantos no mundo, é assim tão difícil apenas duas pessoas fazerem esse esforço? Até o termo é pejorativo. Esforço. Não devia ser uma sorte termos alguém que gostamos? Não devíamos gostar de gostar dos outros? Eu gosto de gostar. Gosto de dar até me cansar (oi?). A vida é boa demais para ser guardada só para nós. Não digo que um dia não mude de opinião, mas tudo aos pares é bem mais bonito. Melhor que ouvir a Paixão, do Rui Veloso, só mesmo ouvir a Tudo o que eu te dou, do Pedro Abrunhosa, a seguir. Melhor que viver uma vida perfeita, só mesmo vivê-la contigo.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Teoria do desagrado alheio

Tenho de te puxar pelos cabelos? Nem te atrevas, detesto essa merda, os gajos devem pensar que somos uns cavalos de montar ou quê. Algumas gostam, digo-te já. Olha só se forem as tuas amigas, as minhas não gostam e eu, que era o que te devia interessar, detesto! Devia fazer essa merda só para ver o que fazias. Não precisas de fazer, eu digo-te, enfiava-te um par de estalos e punha-me a andar. Adoro violência. Deixa de ser parvo. Eu deixo, tu deixas-me puxar-te o cabelo? Foda-se, que tara que havias de ter, o que é que essa merda tem de especial? Sei lá, dá alto controlo no acto. Essa é nova. Quem te ouvir até pensa que vivo para puxar cabelos às gajas enquanto as fodo. Essa é verídica. Não é tara nenhuma, nem gosto dessa merda, dá é gozo saber que vocês não gostam e aguentarem ali o "não gostar" por um bem maior. Um bem maior... ai que cabrão que me saíste. Tu é que pediste. Ouve lá, não sei quem é que andaste a foder nos últimos anos, mas está para vir o bonitão que me vai puxar os cabelos na foda e eu vou ficar quieta pelo tal bem maior! Ai tão revoltada que ela está. Enervam-me é gajos com a tua cantiga, foda-se. Vê lá se hoje à noite não mudas de ideias. Já estou é a perder a vontade. Deves estar é a passá-la para este lado.