sábado, 29 de dezembro de 2007
Des(p)ejos mentais.
Pequena nota em rodapé: folgo em saber que 3 pessoas me consideram a pessoa da vida delas. Desde já um beijo cibernáutico (deduzindo que é tudo do sexo feminino!). O resto depois ah e tal combina-se, não desanimem, o futuro espera por nós!
Segunda pequena nota em rodapé: Boas entradas a todos... que visitam o blog, como é óbvio.
E agora à presidente da junta: Prometo grandes mudanças para 2008.
sexta-feira, 28 de dezembro de 2007
Straight up
segunda-feira, 24 de dezembro de 2007
Boas Festas
Atenciosamente,
a gerência.
domingo, 23 de dezembro de 2007
Nomes
terça-feira, 18 de dezembro de 2007
Betray
Gostei das quatro pessoas que disseram que foi uma coisinha sem importância. É bonito. Embora logo após ter colocado essa hipótese tenha reconhecido que é um pouco ambígua para se cingir a uma única opção. Porque o que para uns não tem importância para outros é um escândalo de pregar na cruz. Eu sou bastante liberal nestes assuntos, um beijo sem querer não é absolutamente traição nenhuma, bem pelo contrário, é um teste, só para nos certificarmos que o que temos é melhor que o que acabamos de beijar, repito, sem querer. Vá, não me julguem, eu nunca traí ninguém - também nunca namorei, mas isso não interessa ao caso. Se por deficiência mental considerarmos que ter um caso com alguém e ter outro em simultâneo, por mais pequeno que seja, seja traição... obviamente - tal como metade da população mundial - já traí.
Quem é que se mantém fiel a uma relação de circunstância? Oh, já sei, os que se iludem que as ditas possam evoluir para algo maior e melhor. Que, sei lá, talvez dali vá surgir a tal pessoa. Hmm, eu não sei, mas se a tal pessoa realmente existe, ela não vos vai andar a foder e a mandar passear quando bem lhe apetece. Isto sou eu a especular.
Não sou apologista do namorar por namorar nem do não namorar. Há que achar um meio termo. Geralmente difícil de encontrar quando levamos com um par bem levado - reacção normal: gajas (ou gajos) são putas (ou filhos das ditas, no caso delas). E toca a tentar encontrar alguém para nos vingarmos. É uma reacção engraçada, não digo que não. Quem gosta de saber disso costuma ser aquele vosso ombro amigo que está lá sempre para vos amparar quando precisam. Preciso de ajuda, vamos ao meu quarto. Feito. Estou melhor. Foda-se, agora também sou puta, merda. Três palavrões numa frase, sinal que a raiva é capaz de ser grande. E uma ponta de arrependimento. E outra de satisfação.
Trair, diga-se o que se disser, sabe bem. Se não soubesse ninguém traía. Dá uma adrenalina doida dar uma por fora. É aquela coisa de lutar contra o conhecimento do mundo para que ninguém saiba que somos cabrões. E quem disser que não... das duas uma, ou está com a/o acompanhante ao lado ou está tão tão tão vidrada no amor que paira no coração que não consegue sequer pensar em traições. Ou lembrar-se da última vez que a praticou.
O essencial a reter é que trair está de tal forma banalizado que já há quem defenda o acto. Pronto, estou a exagerar, tal como estava de certa forma a brincar quando afirmava que era um mal necessário para avaliar a qualidade. Mas a verdade é que ficamos muito mais conscientes do que temos depois de uma traição, isso é inegável. E se a traição é tão boa de se realizar (os efeitos secundários - leia-se consequências - já cada um sabe de si) e se de certa forma até faz bem, será a luta inglória entre o manter na linha e o cruzá-la? Sempre achei que sim, mas também sempre esperei por alguém que me fizesse acreditar no contrário.
sexta-feira, 7 de dezembro de 2007
Silence
Am I too good for you, am I just paranoid?
Should I get clinical, should I speak louder?
Maybe I should close my eyes for years
And wait for the strongest feeling
Out of all of the feelings
to raise
from
you.
E às vezes ponho-me a pensar se a cabeça que pensou isto poderá estar, eventualmente, no caminho certo. Se fossemos todos assim lá se iam as curtes de uma noite, os amores de verão (sempre gostei dos amores verão, é mais uma daquelas coisas que só acontecem aos outros), os amigos coloridos (leia-se, fuck friends em versão adolescente - acho que fica mais fofinho à vista) e todos os outros condimentos que fazem com que tenhamos medo de envelhecer e entregar o nosso instrumento de amor usado (e desgastado) a alguém em definitivo. Ah, como é bom ter dúvidas. Nunca saber se podia ter sido aquela a mulher da minha vida ou se a curte foi algo a mais. Não saber de maneira nenhuma se aquele sorriso, naquela noite, era um sim ou um está a ficar tarde. Enfim, enfim, por vezes sinto que é injusto não sabermos o que os outros pensam. Estar com alguém e não conseguir encontrar uma forma de chegar ao ponto em que os dois assumem que querem é sair dali e ir a uma esquina qualquer trocar fluídos. É pior que ter chocolate com avelãs à frente e não conseguir abrir a embalagem. Quer dizer... comer chocolate engorda, trocar fluídos é tão ou mais eficaz que umas corridas no parque ao domingo de manhã (Pergunto-me ao que equivalerá correr no parque ao domingo de manhã enquanto se trocam fluídos. Deve ser, sei lá, o expoente máximo da actividade física.). Vou continuar a ouvir Silence 4, hoje quero ir dormir com espírito de quem vê luz ao fundo do túnel num futuro utópico. Amanhã logo se vê.
Visões
Olha-me este caralho armado em bonitão. Convém esclarecer, antes de mais, que para ser feio não é preciso, somente, não ser bonito. Eu não sou bonito, mas também não sou feio. Vocês não são bonitos (se fossem não estavam a ler isto, estavam entretidos com alguém bastante rico num sítio chique qualquer), mas não se consideram feios. Embora se vos visse a todos era capaz de escolher um ou outro para colocar o rótulo. Minimizado o campo de insulto, continuemos...
...Talvez noutro dia, que vai ali um casal que retrata o meu ódio na perfeição, estou a ficar nauseado.
Burn baby burn
sexta-feira, 30 de novembro de 2007
Hi there
Beijinhos e abraços à tripulação.
Let it go
amor. Chamo-lhe assim.
domingo, 25 de novembro de 2007
Once upon a time
Just ask
quinta-feira, 15 de novembro de 2007
Estradas perigosas
Boa noite.
sexta-feira, 2 de novembro de 2007
Conjugar filosofar
Descrições
"Ensina-me uma coisa gira", sussurra-lhe Joana. Estão já lado a lado, abraçados ao momento, quando a mão de Joana desliza pela barriga de Luís, ao passo que os lábios segredam "É tão fofinha... apetece comer...". Continuando o trilho, a mão desliza ainda mais, sendo agora a vez de Luís se desorientar completamente. "Vais ter de me ensinar...", e as mãos fundem-se, na busca do aperfeiçoamento do prazer mútuo, Joana a aprender a dar e Luís a aprender a receber. Estão já eufóricos, Joana acaricia o sexo de Luís enquanto o beija, de forma louca e intemporal, conhecendo-lhe toda a boca e língua, para nunca mais a esquecer, enquanto este se deixa levar pelo prazer e viaja por mundos mágicos, sempre muito bem idealizados, nas histórias que imaginava de momentos como aquele. Luís sente a necessidade de retribuição e estabelece uma simetria corporal perfeita entre eles, avançando para o sexo dela também, com um "Também me tens de ensinar..." impulsiona Joana a fundir mais uma vez a sua mão com a dele e indica-lhe o caminho certo para o prazer máximo. O cenário é agora louco, enquanto se acariciam mutuamente, beijam-se como se de um amor impossível se tratasse. O momento perpetua-se, enquanto vai perdendo intensidade... até à exaustão, quando os beijos loucos se transformaram de novo em beijos amorosos. A serenidade.
Levantam-se passado um pouco, mas, mal o olhar se cruza novamente, a vontade de beijar volta a ganhar força e perdem-se mais um pouco, deixando-se levar mais um vez. "Anda aqui", sorri-lhe Luís, pegando nela e enconstando-a à parede, prendendo-lhe os braços, abertos, e percorrendo-a com os lábios, de uma forma carinhosamente brusca, sabendo que o sentimento de impotência de Joana confere ainda mais prazer a ambos. Solta-lhe os braços e ficam bem juntos, tão juntos que nem um simples átomo seria capaz de atravessar a distância que os separava. Num impulso, Luís vira Joana de costas para ele, pegando esta nas mãos dele, colocando-as na sua anca, "Vês... era assim, o sonho...". Segue-se um abraço sentido. Joana sente-se protegida naquela posição, Luís parece embalá-la no interior do seu abraço, fazendo com que nada nem ninguém a possa magoar naquele momento. Joana vira um pouco o rosto e beijam-se pela enésima vez naquela noite. Luís percorre mais uma vez a barriga... subindo aos seios, sedentos de um toque de amor, ali proporcionado. Uma das mãos cede à força da gravidade e deixa-se cair até chegar onde ambos desejavam, o sexo, novamente. O momento é novamente louco, os corpos balançam como se quisessem algo mais, algo que não chegava nunca mais. Joana empurra Luís contra a parede novamente, onde, ainda de costas, o excita, comprimindo o seu corpo contra o dele. Afasta-se um pouco, mas retribui de pronto essa distância com uma mão que viaja novamente ao expoente máximo de prazer masculino. O prazer tende a intensificar-se cada vez mais, de forma descontrolada. Estão já fora de si, não há já grande domínio. Estariam ali uma vida inteira se algo não os fizesse parar. A intensidade é tal que Joana se vira para Luís e procura o seu ombro, sempre presente, e agora... Agora, silêncio. Silêncio, para sempre.
Este estava perdido no disco, escrevi-o à cerca de ano e meio, decidi mete-lo aqui, acho que nem tudo o que cá vier parar tem de ser obrigatoriamente criado na hora... Texto muito hardcore, eu sei, mas enfim, só lê quem quer. Outras histórias.
Correrias
Dias.
To wrap
Bubblegum (Lips!)
Interregnos
quarta-feira, 17 de outubro de 2007
Warm up
C(r)ash it
Pronto, eu sei que isto não é mentalidade que se tenha, mas é sempre engraçado imaginar situações destas.
Rancor
sábado, 13 de outubro de 2007
Evolution, baby
Já agora, 3000 visitas é um orgulho, obrigado!
(O hit counter já existia, só estava era no fim da página)
quinta-feira, 11 de outubro de 2007
Reciclagem
segunda-feira, 8 de outubro de 2007
Diálogos
quinta-feira, 4 de outubro de 2007
Keep on waiting
Feitiços
quarta-feira, 3 de outubro de 2007
Patriotismo
terça-feira, 2 de outubro de 2007
9 Crimes
Leave me out with the waste
This is not what I do
It's the wrong kind of place
To be thinking of you
It's the wrong time
For somebody new
It's a small crime
And I've got no excuse
Is that alright with you?
Give my gun away when it's loaded
that alright with you?
If you don't shoot it how am I supposed to hold it
Is that alright with you?
Give my gun away when it's loaded
Is that alright with you?
with you.
Leave me out with the waste
This is not what I do
It's the wrong kind of place
To be cheating on you
It's the wrong time
but she's pulling me through
It's a small crime
And I've got no excuse
Is that alright with you?
Give my gun away when it's loaded
Is that alright with you?
If you don't shoot it how am I supposed to hold it
Is that alright with you?
Give my gun away when it's loaded
Is that alright
Is that alright with you?
Is that alright?
Is that alright?
Is that alright with you?
Is that alright?
Is that alright?
Is that alright with you?
No...
Geralmente quem posta letras decalca os versos que mais lhe dizem. Não o vou fazer, esta dá para todos, cada um com o seu verso.
1 + 1 = 2
Wish you were (not) here
Perco-me fácil.
Peço desculpa pela ausência, mas compromissos académicos obrigam-me a paragens cada vez mais inesperadas. Um obrigado a quem cá passa, mais uma vez.
quinta-feira, 20 de setembro de 2007
Fácil de escrever
quarta-feira, 19 de setembro de 2007
Crenças
segunda-feira, 17 de setembro de 2007
Odisseias
Teorias do gostar
Comparações e repetições
quinta-feira, 13 de setembro de 2007
Rise up
terça-feira, 11 de setembro de 2007
Diário boémio
quinta-feira, 6 de setembro de 2007
Teoria da confiança alheia
Eu? Não!
(A)talhos
terça-feira, 4 de setembro de 2007
Pipi rules the nation.
No way!
Way!
terça-feira, 28 de agosto de 2007
Acordar.
sexta-feira, 24 de agosto de 2007
Alucinações.
Eram 19:42 quando bateram à porta. Nunca me esquecerei da data exacta. O meu corpo gelou da cabeça aos pés, pressentindo o impossível. Eu ainda não estava ciente da verdadeira natureza do caminho que tinha seguido, fazia, naquele dia, uma vida. Quem decide, no fim, quem merece ou não vaguear por esta terra de ninguém? Sempre foste uma pessoa muito segura de ti, costumavas falar como se o mundo só fosse bonito por estar por baixo dos teus pés. E, visto de cá, era mesmo essa a ideia que passava, confesso. Nem quando eu dava tudo por tudo para te sentires um bocadinho feia, num exercício raro de contra-argumentação, que detestavas, perdias a compostura. Estavas sempre demasiado bonita para o teu mundo. O que pode e deve ser levado como elogio, ainda que o teu mundo sempre tenha sido negro e enevoado. Até nisso te destacavas, agora que me lembro. Quando as tuas amigas choravam por uma discussão dos pais, tu, enquanto as abraçavas, tentavas saber como evoluía o cancro do teu pai, trocando constantemente mensagens de força com a tua mãe.
Não imaginas a quantidade de pessoas que me diziam que eu não sabia a sorte que tinha. Para teres noção, conseguiram ser mais do que as vezes que me dizias tu isso. Era impossível não gostar de ti. Era uma obrigação, um dever, um privilégio e, acima de tudo, a força que me fazia levantar da cama, todos os dias. Nem que fosse daquelas manhãs em que me obrigavas a ir preparar o pequeno-almoço. E eu que tanto detestava ter de me levantar antes de ti... nunca soubeste porquê e é tão simples. Encarar a cozinha sem ti aterroriza-me.
Agora que entrei no carro sinto-te perfeitamente no banco ao lado, já tem as tuas curvas tatuadas em cada costura e o teu cheiro de tal forma penetrado nos poros que é impossível não entrar lá dentro sem a sensação que alguém mais me faz companhia. O telemóvel com a bateria no fim, como sempre, ansioso por uma mensagem tua, que não chega. Deve estar a estranhar. Ponho o teu CD preferido a dar, tantas músicas que guardámos, não podia ter dado asneira. Disciplinaste-me os gostos, eu que era tão comercial, tu que eras tão alternativa. A juventude tem a mania de adoptar os gostos de Hollywood, quando devia era gostar do que é bom. Eu nem ligava à música, gostava era de ti. Das tuas costas viciadas em mimo e dos teus lábios sedentos de mim a toda a hora. Nunca mais que os meus, dizia-te eu. E rias-te. Rias-te tanto que ás vezes chegava a acreditar que gostavas mesmo de nós. Gostavas de Magnum e salada de tomate, sem sal, porque faz mal. Isto dito com tal sinceridade que só acreditava quem não visse que bebias vinho, um dos mais caros da carta, como sempre. Quando é para estragar, que valha a pena!
Ainda me lembro quando fomos à festa em casa do Pedro. Tudo vestido a rigor, só gente bonita. Acho que quando chegámos tiramos protagonismo ao rapaz. Ficou tudo a olhar, até porque quase ninguém nos conhecia. Se queres que seja sincero, acho que olharam apenas por tua causa, a bomba ali eras tu. Não é que não o saibas, mas fica-me bem e é bom relembrar.
Cheguei, finalmente, raio de trânsito que tu tanto detestavas estava a dar-me cabo da paciência. O hospital estava parado, talvez a indagar nas mil razões que poderiam deixar o meu jantar meio preparado na banca, em stand by. Não eram mil, nem cem, era uma e eras tu. Eu era a única família que te restava, disseram-me uma vez. Nunca senti esse peso, enorme, com tão grande intensidade como hoje. A sala de espera quase vazia. Um ébrio e um sem abrigo, num canto, a dormir em três cadeiras. O meu nome é chamado, por fim. Tudo muito surreal, parecia um sonho, daqueles em que não apetece acordar por puro comodismo.
Fui ao hospital por ir, eu sabia que não ia lá fazer nada. Não era ela que lá estava, isso é mais que certo, ainda ontem tínhamos ido tomar café à esplanada das cadeiras bonitas com vista para o mar, como é que ela podia estar já ali?
Sem grandes demoras, abrem-me a porta do quarto 204. Sorri, estavas ali, calma e bonita, como sempre. Fitavas o tecto como se não pertencesses àquele lugar. Coberta com aqueles lençóis foleiros de hospital. Nem sei como não os enjeitaste, admirei-me. Afinal qual era o alarme? Pego-te na mão e não reages. Estavas fria. Tão fria que nem ousei subir pelo braço. Os lábios, esses lábios que tanto adorei, sempre perfeitos, estavam secos e feios. Não podias ser tu! Uma voz, vinda da porta, diz que não se sabe quem foi o culpado, fugiram. Que as lesões internas não deram qualquer hipótese. Mas o culpado de quê? De ela se ter descuidado com os lábios? Eu saía de batom no bolso mas era sempre ela que o usava. A pele fria? Claro, com estes lençoizitos até eu, que sou acalorado, tinha frio! Chamei-te cinco vezes, baixinho, ao ouvido, como me pedias para te dizer gosto de ti. Anda, vamos para casa... Aconselhavam-me calma e sangue frio. Eu não quero calma, eu quero que ela responda! Que me abrace e volte para casa! É assim tanto? O olhar vazio. O medo e o terror que senti quando te olhei! Foi aí que percebi. Tu não me olhavas. Nem respondias, nem respiravas, nem sorrias. Tinhas fugido. Fugiste porque alguém brincou com a tua vida e fez do perigo refeição.
Como se atrevem a roubar-te de mim? Quem, por direito, se despista em plena auto-estrada, matando a pessoa mais bonita da via e desaparece pelo meio do nevoeiro? As perguntas entalam-se de tal forma que não saem frases, saem palavras balbuciadas sem grande nexo ou contexto.
Diz-me, agora, o que faço eu, sozinho no mundo, perdido de ti! Que maravilhas terá este gigante pedaço de terra que eu não tenha já descoberto contigo? De que vale viajar nele sem ti? Não és tu que estás nesta cama. Tu estavas no meu carro, ao meu lado. Eu senti o teu perfume. Aqui cheira a idosos e comida congelada. Que justiça corre nas veias de Deus para te levar assim para o seu lado?! Que me leve a mim também, sendo assim! Prefiro a incógnita da morte à certeza da desgraça que será o resto da minha vida sem ti. Quando for a um bar, quem vai beber o whiskey com duas pedras de gelo? Eu não sou, não gosto de whiskey! Se ao menos aparecesses nessas alturas tinha a certeza que me embebedaria todo o dia, só para que a tua alucinação me iluminasse a alma, louca de raiva e saudade.
Tinha tantos amo-te guardados para ti... nem imaginas. Ficou tudo por dizer. Não te disse como estavas linda ontem, nem como te ver a acordar hoje foi tão bom ou melhor do que da primeira vez! Não te disse que gostava de ficar chateado com as asneiras que fazias a toda a hora. Não te disse nada! Morreste. Deixaste-me e eu nem te falei. O odor a morte é tão forte que não me dá grande espaço a ideias. Não equaciono uma vida solitária. Tenho de estar contigo, custe o que custar.
Estou admirado de ainda conseguir elaborar frases legíveis, tinha lido algures que o efeito dos comprimidos seria fatal, no máximo, em meia hora, quando tomados em largas proporções. Degluti a caixa inteira. Acho que está na hora de te abraçar. Uma noite sem ti é uma vida desperdiçada.