Ouvir trovoada de auscultadores é como chorar à chuva. O mal está camuflado, mas continua lá. Afirmemos perante todos que quem gosta nem sempre se importa. Eu, quando gosto, importo-me! O problema é gostar. É assim tão fácil gostar de alguém? Apaixonar devia ser um verbo tão executável como a maioria dos demais. Respirar, caminhar, escrever. Não fazia jeito? Apetece-me gostar. Gosto! Era óptimo e dava um jeitão. As fases que levam um gajo a apaixonar-se são tão complicadas como imperceptíveis. É mais ou menos como naqueles jantares com o pessoal... bebemos que nem uns desalmados, nem sabemos bem como, e quando damos por nós... já éramos. Tão apanhados que estamos na bebedeira já nem sabemos como nos livrar daquilo. Daí que estar apaixonado seja uma espécie de embriaguez intemporal. A única diferença é que a embriaguez é opcional. Se nos quisermos emborrachar... emborrachamo-nos! Se nos queremos apaixonar... não fazemos nada. Deixamo-nos ir, ao som dos acontecimentos que nos são reservados. Afinal de contas quem não gosta de estar apaixonado? Os dias até ficam melhores! Nós ficamos melhores. Por acaso até sei quem não gosta de estar apaixonado: quem gosta de quem não deve. Mas isso são outras histórias.
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