quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Crenças

É enquanto o mundo dorme que me refugio na rebeldia do sono. É tudo tão bonito quando estamos sozinhos. Tão calmo e sossegado. Se assim o é, para que existe esta necessidade constante de querer sempre alguém do nosso lado, a acompanhar as nossas vitórias diárias e a corrigir os erros que damos pelo caminho? Acho que o erro é pensarmos que precisamos. Porque, na verdade, não precisamos - queremos. Se não estivermos com ninguém durante um ano, não morremos nem tão pouco ficamos com problemas graves de saúde (salvo certas pancadas, claro). Logo, não precisamos. Ou seja, tenho para mim que a tal necessidade é criada apenas e só por nós. É bom ter uma alma gémea, mas também é bom ter um Ferrari e não é por isso que todos temos. Agora uma coisa é certa, ninguém envelhece sem um grande amor ou uma relação de longa duração. É a natureza humana, a busca incessante da sua outra metade. E eu pergunto-me, inúmeras vezes, se poderia ser mais bonito tal ritual de descobrimento. Mil e uma condicionantes físicas e psicológicas a terem de encaixar na perfeição com outras mil e uma. Há teorias que defendem que para cada pessoa existe a tal. A tal que a completa, a tal com que sonham desde que viram filmes de amor na infância. Eu não acredito que seja assim tão linear, mas acredito que a minha ande por aí. Se a encontrarei ou não, isso deixo a cargo do destino. No qual, já agora, também não acredito, mas que é uma óptima forma de encarregar os nossos planos futuros ao sabor do vento.

1 comentário:

Clara Mafalda disse...

podemos nao precisar para sobreviver, mas precisamos para sermos mais completos. e é isso que faz de nós Homens, a necessidade de sentir o peito transbordar, o cérebro ocupado e a vida cheia. o 'tão cheia' que acabamos por nunca sentir. daí a necessidade de estarmos sempre a procurar, a precisar ... digo eu ...

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