terça-feira, 28 de agosto de 2007

Acordar.

As pessoas são como os blogs, se não criam boa impressão no primeiro impacto (leia-se: primeiro post), esfumam-se grande parte dos possíveis caminhos de sucesso na relação gajo/gaja ou blogger/leitor. Daí a necessidade de ter sempre uma cara bonita e um corpo apresentável, de modo a atrair clientela e possíveis dividendos. Como amigo que sou, posso afirmar que a maioria da juventude de hoje em dia pouco se preocupa com o segundo passo do conhecimento alheio, que basicamente se resume ao trocar meia dúzia de palavras. Só para confirmar que tal pessoa não consta da lista dos "altamente, até abrir a boca". Provado isto, tudo é azul. E mesmo que não fique provado, há muito boa gente que não se importa de andar de mão dada com gente acéfala. E que grande percentagem desses serão aqueles que o sabem e não têm problemas com isso? Devem ter problemas é em casa, para aguentar o fulgor dos tempos mais quentes. É como comprar um Armani em saldos. É Armani na mesma, não é? Mas só nós é que lhe conhecemos as falhas. Neste caso, falha um cérebro. Num blog, falta conteúdo. Lavo assim a cara ao meu, mais uma vez, sempre na esperança de acrescentar mais um qualquer pormenor que o embeleze. É como sair à rua, nunca se sabe quem nos pode ver, certo? Bons posts.

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Alucinações.

Eram 19:42 quando bateram à porta. Nunca me esquecerei da data exacta. O meu corpo gelou da cabeça aos pés, pressentindo o impossível. Eu ainda não estava ciente da verdadeira natureza do caminho que tinha seguido, fazia, naquele dia, uma vida. Quem decide, no fim, quem merece ou não vaguear por esta terra de ninguém? Sempre foste uma pessoa muito segura de ti, costumavas falar como se o mundo só fosse bonito por estar por baixo dos teus pés. E, visto de cá, era mesmo essa a ideia que passava, confesso. Nem quando eu dava tudo por tudo para te sentires um bocadinho feia, num exercício raro de contra-argumentação, que detestavas, perdias a compostura. Estavas sempre demasiado bonita para o teu mundo. O que pode e deve ser levado como elogio, ainda que o teu mundo sempre tenha sido negro e enevoado. Até nisso te destacavas, agora que me lembro. Quando as tuas amigas choravam por uma discussão dos pais, tu, enquanto as abraçavas, tentavas saber como evoluía o cancro do teu pai, trocando constantemente mensagens de força com a tua mãe.

Não imaginas a quantidade de pessoas que me diziam que eu não sabia a sorte que tinha. Para teres noção, conseguiram ser mais do que as vezes que me dizias tu isso. Era impossível não gostar de ti. Era uma obrigação, um dever, um privilégio e, acima de tudo, a força que me fazia levantar da cama, todos os dias. Nem que fosse daquelas manhãs em que me obrigavas a ir preparar o pequeno-almoço. E eu que tanto detestava ter de me levantar antes de ti... nunca soubeste porquê e é tão simples. Encarar a cozinha sem ti aterroriza-me.

Agora que entrei no carro sinto-te perfeitamente no banco ao lado, já tem as tuas curvas tatuadas em cada costura e o teu cheiro de tal forma penetrado nos poros que é impossível não entrar lá dentro sem a sensação que alguém mais me faz companhia. O telemóvel com a bateria no fim, como sempre, ansioso por uma mensagem tua, que não chega. Deve estar a estranhar. Ponho o teu CD preferido a dar, tantas músicas que guardámos, não podia ter dado asneira. Disciplinaste-me os gostos, eu que era tão comercial, tu que eras tão alternativa. A juventude tem a mania de adoptar os gostos de Hollywood, quando devia era gostar do que é bom. Eu nem ligava à música, gostava era de ti. Das tuas costas viciadas em mimo e dos teus lábios sedentos de mim a toda a hora. Nunca mais que os meus, dizia-te eu. E rias-te. Rias-te tanto que ás vezes chegava a acreditar que gostavas mesmo de nós. Gostavas de Magnum e salada de tomate, sem sal, porque faz mal. Isto dito com tal sinceridade que só acreditava quem não visse que bebias vinho, um dos mais caros da carta, como sempre. Quando é para estragar, que valha a pena!

Ainda me lembro quando fomos à festa em casa do Pedro. Tudo vestido a rigor, só gente bonita. Acho que quando chegámos tiramos protagonismo ao rapaz. Ficou tudo a olhar, até porque quase ninguém nos conhecia. Se queres que seja sincero, acho que olharam apenas por tua causa, a bomba ali eras tu. Não é que não o saibas, mas fica-me bem e é bom relembrar.

Cheguei, finalmente, raio de trânsito que tu tanto detestavas estava a dar-me cabo da paciência. O hospital estava parado, talvez a indagar nas mil razões que poderiam deixar o meu jantar meio preparado na banca, em stand by. Não eram mil, nem cem, era uma e eras tu. Eu era a única família que te restava, disseram-me uma vez. Nunca senti esse peso, enorme, com tão grande intensidade como hoje. A sala de espera quase vazia. Um ébrio e um sem abrigo, num canto, a dormir em três cadeiras. O meu nome é chamado, por fim. Tudo muito surreal, parecia um sonho, daqueles em que não apetece acordar por puro comodismo.

Fui ao hospital por ir, eu sabia que não ia lá fazer nada. Não era ela que lá estava, isso é mais que certo, ainda ontem tínhamos ido tomar café à esplanada das cadeiras bonitas com vista para o mar, como é que ela podia estar já ali?

Sem grandes demoras, abrem-me a porta do quarto 204. Sorri, estavas ali, calma e bonita, como sempre. Fitavas o tecto como se não pertencesses àquele lugar. Coberta com aqueles lençóis foleiros de hospital. Nem sei como não os enjeitaste, admirei-me. Afinal qual era o alarme? Pego-te na mão e não reages. Estavas fria. Tão fria que nem ousei subir pelo braço. Os lábios, esses lábios que tanto adorei, sempre perfeitos, estavam secos e feios. Não podias ser tu! Uma voz, vinda da porta, diz que não se sabe quem foi o culpado, fugiram. Que as lesões internas não deram qualquer hipótese. Mas o culpado de quê? De ela se ter descuidado com os lábios? Eu saía de batom no bolso mas era sempre ela que o usava. A pele fria? Claro, com estes lençoizitos até eu, que sou acalorado, tinha frio! Chamei-te cinco vezes, baixinho, ao ouvido, como me pedias para te dizer gosto de ti. Anda, vamos para casa... Aconselhavam-me calma e sangue frio. Eu não quero calma, eu quero que ela responda! Que me abrace e volte para casa! É assim tanto? O olhar vazio. O medo e o terror que senti quando te olhei! Foi aí que percebi. Tu não me olhavas. Nem respondias, nem respiravas, nem sorrias. Tinhas fugido. Fugiste porque alguém brincou com a tua vida e fez do perigo refeição.

Como se atrevem a roubar-te de mim? Quem, por direito, se despista em plena auto-estrada, matando a pessoa mais bonita da via e desaparece pelo meio do nevoeiro? As perguntas entalam-se de tal forma que não saem frases, saem palavras balbuciadas sem grande nexo ou contexto.

Diz-me, agora, o que faço eu, sozinho no mundo, perdido de ti! Que maravilhas terá este gigante pedaço de terra que eu não tenha já descoberto contigo? De que vale viajar nele sem ti? Não és tu que estás nesta cama. Tu estavas no meu carro, ao meu lado. Eu senti o teu perfume. Aqui cheira a idosos e comida congelada. Que justiça corre nas veias de Deus para te levar assim para o seu lado?! Que me leve a mim também, sendo assim! Prefiro a incógnita da morte à certeza da desgraça que será o resto da minha vida sem ti. Quando for a um bar, quem vai beber o whiskey com duas pedras de gelo? Eu não sou, não gosto de whiskey! Se ao menos aparecesses nessas alturas tinha a certeza que me embebedaria todo o dia, só para que a tua alucinação me iluminasse a alma, louca de raiva e saudade.

Tinha tantos amo-te guardados para ti... nem imaginas. Ficou tudo por dizer. Não te disse como estavas linda ontem, nem como te ver a acordar hoje foi tão bom ou melhor do que da primeira vez! Não te disse que gostava de ficar chateado com as asneiras que fazias a toda a hora. Não te disse nada! Morreste. Deixaste-me e eu nem te falei. O odor a morte é tão forte que não me dá grande espaço a ideias. Não equaciono uma vida solitária. Tenho de estar contigo, custe o que custar.

Estou admirado de ainda conseguir elaborar frases legíveis, tinha lido algures que o efeito dos comprimidos seria fatal, no máximo, em meia hora, quando tomados em largas proporções. Degluti a caixa inteira. Acho que está na hora de te abraçar. Uma noite sem ti é uma vida desperdiçada.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Desafios.

Angariei um pé de meia razoável durante anos de lavoura, juntei tudo e apostei forte num caso sério de sucesso. A confiança estava tão alta que durante o dia me sentia com vertigens. E note-se que vivo num primeiro andar com vista para um pinhal abandonado. As mãos tremiam-me enquanto pegava nas poupanças e as apostava naquela hipótese de vida melhor. Já só via os meus sete pecados mortais a serem realizados quando bem me apetecesse. Enchi a caixa toráxica de oxigénio e a mente optimismo. Por fim, avancei. Dei com os burros na água, o meu pé de meia era o meu amor por ti, a minha grande aposta eras tu.

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Nasci na aldeia errada.

Acho incrívelmente interessante a disparidade de culturas variar tanto de país para país. Focando-me no tema do costume, porque raio tinha eu de nascer num país tão mente fechada como é o nosso? (Quase) Tudo o que conheço ao nível da relação noite/gajas no estrangeiro chega-me através de relatos. E ou eu é que sou muito fraquinho (tal como os restantes habitantes do rectângulo nacional), ou então lá fora as coisas ficam muito mais fáceis. Não sei se é por sermos estrangeiros e engraçarem connosco... ou sabendo que somos de fora, temos de ter obrigatoriamente algum dinheiro connosco e vêm é uma boa oportunidade de chular bons rapazes. Isto funciona, de sobremaneira, em países de nível de vida inferior (o que é bom para quem se quiser sentir magnata). Não é que seja fácil encontrar tais países, atendendo a onde vivemos, mas isso não é para cá chamado. Mas enerva-me termos um espírito tão altivo em relação ás relações (passo a redundância). Tens dinheiro? Bela merda, tenho mais. Tens carro? Desses tenho 3 na garagem. És bonito? Já comi melhor. Tens pinta? Os meus dálmatas também. Um gajo se vai ali ao outro lado do mundo basta ter um destes requisitos é logo tratado como Deus. Argumentando pelo lado dos racionais, que gostam de tudo direitinho, seria algo como um oh, então, não podes pensar assim, estás a ser muito fútil! Só assim é que consegues saber o verdadeiro valor da rapariga, se ela quiser logo comer-te o que é que lhe ficas a conhecer? Fácil, fico-lhe a conhecer o que tu demoras um ano a conhecer na tua amiga cinco estrelas. Foda-se, argumentozinho de merda, quem é o infeliz que vai para a noite à procura da mulher da vida dele? Então deixemo-nos de falsas filosofias leais, se fazem o favor. Aqui mal me imagino ás compras com alguém, tanto por ser tudo caro como ouro como pela companhia ser sempre pior de aturar que os empregados das lojas. Lá fora, o díficil é resistirmos à tentação de sermos violados em pleno vestíbulo. Escândalo na loja? Qual quê, já anda tudo habituado a estas coisas. É, ás vezes gosto de imaginar que o mundo é melhor do que realmente é. Preciso de (alguém que me prepare) um banho de espuma.

Inter Rail

Gostava de poder dizer o quanto te amo. Dava quase tudo por uma vida apaixonada, como as dos filmes. Se me ouvires, um dia, como eu te ouço, a beber cada palavra tua como se fosse a última, vais aprender a amar sem regras e sem limites, a açambarcar mil maneiras novas por dia de me surpreender, por fazeres de mim alguém melhor a cada dia que passa. Dia sim, dia sim. De mãos dadas fugiremos do mundo, viajaremos nele sem que ele se aperceba. Pararemos em Praga e em Paris, para confirmar o rótulo de cidades do amor, roubaremos oxigénio italiano em Roma e expeliremos tal relíquia pelas demais capitais europeias. Tudo com muita classe, charme e, sobretudo, amor. Vou aprender a dizer amo-te nas línguas de cada país visitado, para poder gravar na tua o que me vai na alma sem me repetir. Alimentar-me a saliva e suor teu, a saber a menta e a cremes caros que só tu conheces. Os planos são tantos que as capas já não suportam o peso das folhas. Tens de cá vir, um dia destes, ajudar a organizar tudo isto, que está ansioso de saltar para as três dimensões. Um dia, como diz quem sabe que algo é impossível, estaremos tão bem, juntos, que mudarei os tempos verbais que emprego, do futuro utópico para o presente perfeito. Até lá, brincaremos eternamente aos projectos.

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Friend zone alert

Existem incompatibilidades que nem vale a pena tentar explicar. Pode ser apetecível, ter muitos requisitos favoráveis, sei lá, uma infinidade de pontos a favor... mas se não há aquela química, ardeu. Nem vejo forma de acontecer alguma coisa nestas condições. Mesmo que se ganhe mais confiança ou alguma intimidade, há sempre aquele desconforto do saber que não combinamos, que não encaixamos. É como ter a certeza que se houvesse um beijo, os lábios iam parecer peças de puzzles diferentes. Basicamente, fodeu-se. Como em tudo na vida, até nestes casos existem pontos positivos, senão repare-se que temos a possibilidade de dizer aquela frase que tanto tememos ouvir da boca delas, a famosa o problema não és tu, sou eu. Com a possibilidade de poderem agravar ainda mais a coisa se forem pelo caminho da amizade. Isto da amizade em possíveis relações carnais revolta qualquer gajo. Mas a culpa também é nossa. Temos a mania que para comermos a maioria das gajas temos de ser minimamente amigos delas e... não é nada disso. Quanto mais amigos menos probabilidades temos a nosso favor. Quem é que se apaixona pelo melhor amigo? Uma em mil? Convém nunca confraternizar com o alvo em demasia senão vão gostar mais de nós por sermos um dos gajos mais fixes que conheço do que propriamente pelo gajo com quem me apetecia estar agora. E isto, vocês, gajas, nunca vão saber como é duro. (Se levarem esta última frase ao outro sentido, podem tirar a frase da negação)

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Shitalk

Há merdas que dizemos a algumas gajas que temos medo de contar ao nosso melhor confidente. Tal como algumas nos dizem certas coisas que até medo mete. Embora essas sejam logo recambiadas a confidentes e não-confidentes. Digam-me, sinceramente, acho que já todo o mundo deve ter passado por aquela situação à qual acho uma piada tremenda, que é a parte do Não vai sair daqui, pois não...?. Cara séria (aka cara de quem quer é festa e farto de paleio) e uma expressão suficientemente convincente para sossegar os pesadelos alheios sobre uma possível fuga de informação. Tenho para mim que toda a gente já contou quem comeu, fodeu ou beijou a pelo menos uma pessoa. Não tem de ser obrigatoriamente (as palavras acabadas em mente não levam acento, a sílaba tónica é -men-) tudo à mesma pessoa. Mas um bocado ali e outro acolá... Isso é certo. Se não foge por parte do gajo, foge por parte da gaja. Geralmente, foge do lado da pessoa mais feia. Pessoalmente, não vejo a Sharapova a gabar-se de ter tido relações comigo. Mas eu bem que podia berrar o que me ia na alma, atendendo que a minha beleza exterior (embora lá perto) é inferior à dela, o que só faria com que me fosse atribuído o famoso título de o maior lá da minha aldeia (tirando a impossibilidade de tal acontecer, imaginar este cenário já faz bem à alma). E está aqui provado que mesmo a escrever tal facto no meu blog nunca niguém vai acreditar em mim. Nunca vou perceber porquê. Embora ateu, sempre achei que fosse Deus que mete o bedelho nos bares e nas discos e nos atira as Sharapovas para o colo. Que raio de ideia é essa que nós é que temos paleio para sacar garinas na noite? Nada disso, o all mighty anda sempre de olho no rebanho. Sheep in need, is a target indeed (escrever isto é grave). A verdade é que seguindo esta linha de pensamento, se estivermos a bater no fundo, a entidade suprema irá ao nosso encontro oferecer ajuda preciosa. Quanto mais não seja para nos dizer que o fundo é ali, agora de algum modo terá de subir. Ou manter.

live 2gether

Quando somos pequenitos, só consideramos que os nossos amigos gostam de tal pessoa quando gostam a sério. E gostam a sério dumas 5 raparigas numa semana, se for preciso, mas isso nem importa. Há o gostar e o gostar a sério. Quando crescemos fica tudo mais complicado. Ás vezes gosta-se, outras nem por isso. De bilénio em bilénio apaixonamo-nos vidradamente. Nunca estamos é bem. Se gostamos de alguém e temos a vida estável desejamos a toda a hora ser um passarinho livre, se despachamos a companhia arrastamo-nos pelos cantos a indagar sobre possíveis companhias. Acho que o que todo o mundo quer é encontrar a futura ex-mulher ideal. Várias vezes na vida. O raro, hoje em dia, é fazer do gostar uma coisa boa, necessária e bonita. O desafio é constante, mas somos tantos no mundo, é assim tão difícil apenas duas pessoas fazerem esse esforço? Até o termo é pejorativo. Esforço. Não devia ser uma sorte termos alguém que gostamos? Não devíamos gostar de gostar dos outros? Eu gosto de gostar. Gosto de dar até me cansar (oi?). A vida é boa demais para ser guardada só para nós. Não digo que um dia não mude de opinião, mas tudo aos pares é bem mais bonito. Melhor que ouvir a Paixão, do Rui Veloso, só mesmo ouvir a Tudo o que eu te dou, do Pedro Abrunhosa, a seguir. Melhor que viver uma vida perfeita, só mesmo vivê-la contigo.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Teoria do desagrado alheio

Tenho de te puxar pelos cabelos? Nem te atrevas, detesto essa merda, os gajos devem pensar que somos uns cavalos de montar ou quê. Algumas gostam, digo-te já. Olha só se forem as tuas amigas, as minhas não gostam e eu, que era o que te devia interessar, detesto! Devia fazer essa merda só para ver o que fazias. Não precisas de fazer, eu digo-te, enfiava-te um par de estalos e punha-me a andar. Adoro violência. Deixa de ser parvo. Eu deixo, tu deixas-me puxar-te o cabelo? Foda-se, que tara que havias de ter, o que é que essa merda tem de especial? Sei lá, dá alto controlo no acto. Essa é nova. Quem te ouvir até pensa que vivo para puxar cabelos às gajas enquanto as fodo. Essa é verídica. Não é tara nenhuma, nem gosto dessa merda, dá é gozo saber que vocês não gostam e aguentarem ali o "não gostar" por um bem maior. Um bem maior... ai que cabrão que me saíste. Tu é que pediste. Ouve lá, não sei quem é que andaste a foder nos últimos anos, mas está para vir o bonitão que me vai puxar os cabelos na foda e eu vou ficar quieta pelo tal bem maior! Ai tão revoltada que ela está. Enervam-me é gajos com a tua cantiga, foda-se. Vê lá se hoje à noite não mudas de ideias. Já estou é a perder a vontade. Deves estar é a passá-la para este lado.

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Voltas

Foi tão bom. Não foi? Não. É esta disparidade entre nós que tanto me atrai. Atrai-me aquela vontade de te enfiar um estalo bem dado. Só fazes da vida uma merda porque assim o queres. À uns dias vi uma velha amiga minha acompanhada por um gajo. Deduzi que fosse o namorado (quando andam assim uma pessoa supõe sempre o mesmo e o boato espalha-se). Pensei logo para mim que a gaja devia ter um problema ocular qualquer. Ele conseguia ser mais idiota que eu, nos tempos em que andava lá metido com ela. Note-se que só me caracterizei de idiota porque a mandei foder. Fui idiota. Porque já na altura era um leitãozinho digno de uma boa mesa de Rei. Ela toda contente, ele também (pudera, nunca na vida conseguirá estar com outra gaja como (ou melhor) que aquela) e eu a ver aquilo, sentado no carro, à espera da puta de merda que ainda na noite anterior se lembrou de dizer que eu andava meio abstraído dela. Foda-se, abstraído? Já te deixavas de eufemismos caros, podes dizer "cansado", "farto", sei lá. Nunca andei em nenhum ATL, mas aturar canalha deve ser parecido com isto. Merda de gajas, nunca estamos com elas no tempo certo. O mais engraçado é que me sentia exactamente assim com a que ia de mão dada lá com o tal gajo, na nossa altura. A culpa é vossa, vocês é que nos cansam.