domingo, 29 de junho de 2008

Goodbye note

É aquela sensação que nunca desaparece, de estar numa metrópole à anos e desejar sempre voltar à aldeia de onde saímos. Nasci em ti. Acredito que, mais cedo ou mais tarde, voltarei para ti. És a minha religião, a excepção que confirma o meu ateísmo. Todos temos um amor mais forte que os outros. Aquele que nos mostra um rosto diferente do qual beijamos numa qualquer noite perdida. O teu. É como uma viagem pelo mundo em busca de coisa nenhuma, uma epopeia que de épica nada tem. É um placebo para o coração, um escape para a mente e uma mentira que todo o meu corpo grita incessantemente. Vi em ti tudo o que queria, corri o mundo à procura de melhor, só para provar que nunca temos tudo o que queremos. É a lei da vida, nunca podemos estar satisfeitos, parar é morrer. Mesmo que estejamos presos por forças abismais, conseguimos sempre arranjar forma de estragar harmonias perfeitas. De facto, comprovei a minha teoria: nunca tenho tudo o que quero... mas apenas desde o momento em que te deixei, na tal soleira.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

ShoutBox!

Ei, arranjei uma coisinha aqui para o sítio que dá para me dizerem olá quando vos apetecer, chama-se ShoutBox. Digam qualquer coisinha que a gerência agradece! Se quiserem uma sessão romântica e calor humano deixem morada ou numero de telefone!

Ah, por falar nisso, esqueci-me de me referir à última sondagem... Caso estejam esquecidos, questionei-vos quanto ao vosso desejo de ter uma noite de sexo louco comigo. Três pessoas disseram que já tiveram, isto é bom. Apenas porque não sei quem são, e isso deixa-me feliz, visto que me posso orgulhar de ostentar aquele sentimento de dever cumprido com a nação. Ao resto dos desejosos, o que melhor vos posso dizer é para não desanimarem! Terças e quintas ando por Coimbra, a maior parte das vezes com um ou dois copinhos em cima - o que é bom para quem disse que com uns copinhos em cima era capaz de coiso e tal -, o que torna a aproximação algo mais fácil. Fora isso façam como a maioria das pessoas faz, mandem fives e comentários no hi5, uma mensagem ali, outra acolá, engraxem-me todo, combinem uma saída, um café, uma ida a um bar mais select e um ligeiro problema em vossa casa que vos possa impedir de dormir por lá. Eu como bom rapaz devo ceder o quarto e a cama.

Este ritual não poderá ser utilizado pelas pessoas que votaram na opção Sou gajo, foda-se!

A gerência, mais uma vez, agradece!


PS: Nove mil visitas? Obrigado meus anjos!

Teoria do Caos

-Foste sempre tu! Nunca houve outra! Sempre te amei, todos estes anos!
-Se assim fosse tinhas esperado!
-Esperado?! Esperado por mais um esquecimento?! Por mais uma desvalorização dos valores que mais prezo?! Esperado que ignorasses ou não atingisses mais um pedido desesperado para ficares comigo?!
-Isso nunca aconteceu, sabes tão bem como eu!
-Nunca aconteceu para ti! É a minha realidade desde que te conheci, o meu despertar e o meu embalar! Só a minha almofada sabe dos rios que por lá já depositei com o teu nome escrito!
-Falas como se fosses o único a guardar em surdina o que o coração quer gritar...
-Guardar em surdina? Olha para mim, a plenos pulmões, aqui, a gritar que te amo, que te quero, que nunca deixarei de te amar e que o meu dia a dia não passa de uma contagem infinita até ao dia em que te apercebas que não vale a pena encontrar soluções para problemas resolvidos!
-As coisas não são assim, não se juntam e separam pessoas porque sim, ou porque não!
-Porque não?! Porque é que não queres provar que essas teorias que defendes à anos não são possíveis de quebrar?! Quebrei mil ideologias por tua causa, ainda está para vir o dia em que quebres uma por mim!
-Quebrei todas por ti! Todas! Não me conheceste antes de eu te conhecer! Não chega dizer-te que mudei, nunca chegou falar para ti!
-Claro que não, e nunca chegará! A palavra é muito forte, mas sem actos a apoiá-la, é como gostar de ti sem fazer questão de te ter por perto!
-...É isso que queres?
-Eu vou sempre gostar de ti. E vou sempre querer-te por perto. Para o bem ou para mal, estamos condenados a nós próprios...


É neste tipo de posts que me dá vontade de escrever um livro. Podia alongar-me durante dias, tenho sempre tanto para dizer mas fico sempre com medo de tornar a leitura fustigante. Porra, não vou morrer sem escrever um.

domingo, 15 de junho de 2008

Gajas que fodem gajos, adoro-vos!

Mas haverá alguém que não goste de ser fodido? Eu sei que fodido é a palavra mais versátil da língua portuguesa, mas tentem levar a palavra pelo seu verdadeiro conteúdo - neste post, pelo menos. Eu adoro! Prefiro chegar à beira de alguém e dizer ontem uma gaja fodeu-me todo do que ontem fodi uma gaja toda! Quem é que não gosta de ser violado, de vez em quando? Qual de vez em quando, qual quê? Sempre! Claro que isto se pode transformar numa assumida declaração de incapacidade sexual, como quem assume que é andamento a mais, mas ei, who cares? Não podemos fazer uma pausa nas super performances? Quem me dera fazer pausas assim toda a vida. O problema de muita gente é que tem medo de violar. Um gajo quer é ser violado, toquem-nos, arranhem-nos, mordam-nos, façam tudo o que sempre desejaram fazer, quanto maior for a loucura maior prazer daí advém! Ou será que quando um gajo diz que deu uma foda do caralhão foi por ter estado vinte minutos na mesma posição? Duas opções... ou não... ou não sou gajo. Se o sexo é o expoente máximo do amor partilhado porque é que não há de ser da loucura também? E do exercício físico, do suor, do calor, dos fluídos trocados, dos esgares de prazer. É o clímax duma relação. Ou será o momento em que pedem alguém em casamento? Oh, esqueçam, esse é o pior. Se o momento é assim tão forte, há que deixar de lado as cortesias e ser puta por uns minutos. Ah, que vontade de ser puta agora mesmo!

sábado, 14 de junho de 2008

Assírio & Alvim - O nome mais ridículo de sempre para uma editora

Um aparte inicial: O título é mesmo verdade, que raio de nome. Outro aparte: aparte não leva acento no primeiro a.
Se um dia escrever um livro vais ser a personagem secundária. Leva isto como elogio, porque a principal serei eu. Eu e todos os meus eus. O eu que sou contigo, o eu que sou em casa, o eu que sai à rua. Enfim. O enredo girava todo à tua volta. Um bocado como a minha vida. Era capaz de fazer umas poucas de descrições lamechas só e apenas sobre o teu sorriso, alternar com uma teoria radical sobre relações sem futuro, meter umas piadas gastas pelo meio, adornar com divagações amorosas, sei lá. Enchia mil páginas com mil noites difíceis. Metade delas à tua custa. Fazia dum romance uma sátira ao que nos rodeia todos os dias e dava-lhe o final que bem me apetecer. Ah, o final... claro que me seria favorável. Ao bom estilo americano, acabava tudo bem, ficava com a melhor gaja da turma - err... este ponto não me seria muito favorável, a não ser que entretanto comece a ganhar gosto por miúdas com bigode - e vivia feliz para sempre. Um gajo pode inventar. Podia sempre argumentar que o livro era meu. Exageros à parte, podia não pintar o melhor quadro possível e imaginário, mas de uma coisa não fugia, tinhas de acabar ao meu lado. Depois entregava-te o primeiro exemplar e perguntava-te se não querias fazer da minha história algo baseado em factos verídicos. À macho latino, mesmo. Podias querer contribuir para o meu sucesso editorial, não? Não. Ok, queiras ou não, acabas comigo, nua, num jacuzzi! Trau!

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Imbecilidades

As pessoas apaixonadas tornam-se idiotas. Mas é que imbecis em estado puro. É por isso que tenho alergia ao amor. Quem é que nunca olhou para trás e abanou a cabeça em sinal de que tristeza que eu era... ? Parte boa disso, aprendizagem. Aprendizagem o caralho! Quero lá saber se aprendi ou deixei de aprender, sei que todos temos de passar por imbecis apaixonados por uns tempos para passarmos a perceber melhor umas coisas, mas foda-se, será que é realmente preciso? Será que um gajo não consegue ter dois palmos de testa quando anda vidrado em alguém? É que é super fácil olhar para alguém e pensar que triste, como é que é possível chegar a este ponto?, e, no entanto, com um bocado de sorte, à não muito tempo quem bancou o imbecil fomos precisamente nós. Eu já fui estúpido umas quantas vezes, farto-me de aprender. Gosto de aprender, não gosto muito é de ser ensinado. Principalmente quando tais ensinamentos provêm de experiências com o sexo feminino. Podiamos todos nascer ensinados. Quero lá saber do gozo que dá saber coisas novas, da magia das relações, dos jogos de sedução. Fazer de imbecil quanto a assuntos amorosos é uma opção de cada um, e nunca uma obrigação na formação intelectual. Era melhor termos de andar sempre a cair ao poço porque da próxima já sabemos qual o melhor ângulo de queda! Venha quem vier, está para chegar quem me faça de imbecil.
Nota: Esta ideologia é válida até ao momento em que me apaixone.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Punho de ferro

Sabem qual é a parte do corpo mais activa durante a masturbação? São os ouvidos... à cata de barulhos que denunciem estranhos na nossa direcção. Erm... Ok.
A masturbação é um dos maiores tabus que por aí anda. A maioria das raparigas nega a pés juntos que se masturba, os rapazes... bem, esses nem têm como negar que o fazem. Não sei qual é o problema, sinceramente. Primeiro, porque toda a gente se masturba, logo quando alguém diz que não o faz, mente. Segundo, porque é bom. Depois porque está provado que faz bem. Claro que não convém depenar o Zé Cabeças e o Vale do Prazer com esfregão de aço a toda a hora, mas de vez em quando só faz bem. Aliás, em tempos de crise é o nosso braço direito... literalmente. E mesmo em tempos menos críticos, verdade seja dita, há punhetas que sabem melhor que certas fodas. Ao menos um gajo sabe do que gosta, e faz o que bem lhe apetece. Não é chegar ali e desatar a desbravar, como quem está a aquecer um foguete da festa popular de Arcozelo. As mentes mais liberais não têm problema nenhum em tocar no assunto, mas os valores impostos pela sociedade são tão fortes que, por exemplo, em dada discussão se é perguntado "então e tu, quantas vezes te masturbas por semana?", há sempre aquele compasso de espera, meio envergonhado, meio "digo/não digo". A masturbação está, por vezes até inconscientemente, tão em má conta que o seu nível até se confunde com a tristeza que é... ir às putas. Isso sim, é decadente. Esfregar o manjerico e afagar o ganso(!) são das melhores coisas que se podem fazer para nos conhecermos cada vez melhor. Ah, e podemos sempre imaginar não sei quantos cenários e tirar real prazer dele. Eu já tive grandes sessões eróticas com a Jennifer Lopez e ela nem sonha. Por favor, ninguém que lhe conte, acho que ela era capaz de me tomar como certo por causa disto, e isso é impensável. *cof cof*

domingo, 8 de junho de 2008

Noites fáceis

Vamos aprendendo coisas sobre os outros todos os dias. Tu, por exemplo, já devias ter aprendido que eu só começo a falar de coisas realmente importantes depois de estar sentado. É só um pormenor, mas muitos pormenores são suficientes para contar uma história, por vezes. E histórias sem pormenores não têm piada nenhuma. Olha a nossa. Tanto pormenor, tanta história. Tão pouca ponta por onde se lhe pegue. Nunca percebi bem se ver uma pessoa que desejamos com outra nos faz realmente mal. Aquela dor que nos bate quando olhamos de rajada, só mesmo para ter a certeza que estamos a ver a última coisa que gostávamos de estar a ver, aquela dor… ah, tantos sentimentos. A perfeição roubada, o entrelaçar de dedos que devia ser o nosso, ali, no passeio em que tinha escrito a giz o teu nome junto ao meu, o toque nas costas que te ensinei que era bom de sentir, o morder aqui, o sorrir ali. Achamos sempre que somos a pessoa que mais e melhor sabe amar. E os momentos em que vemos pessoas que (achamos que) amam menos e pior, com quem julgamos merecer o nosso tão bajulado amor, são gravados com tal rancor e angústia que tirá-los da cabeça acaba por ser uma luta desigual e desgastante - conclusão que apenas é atingida passadas décadas de cabeçadas na parede. No entanto é também uma das melhores formas de nos livrarmos de paixões crónicas que nos assolam a alma. A estalada é de tal forma grande que é impossível ficar indiferente. Grandes desilusões requerem grandes doses de força de vontade. Remoem-se erros, recordam-se noites perdidas, tudo em busca do tal ponto crucial onde haja uma explicação plausível para dois caminhos se perderem de forma tão triste. E não há. Fomos perfeitos, como sempre me impingi. Não errei, não erraste. Fomos falhando, aqui e ali, como quem patina e escorrega, como quem canta e desafina, como quem dança e tropeça, tudo de vez em quando. Dói mais no coração ter uma réstia de ilusão do que ver um braço alheio acabar na tua mão. Há coisas que não têm conserto. Foram mesmo feitas para serem usadas estragadas. Se calhar fomos feitos para ir errando. Se calhar as coisas que foram feitas para serem perfeitas estão condenadas à nascença. Tudo para me provar – a mim, o maior defensor da teoria da perfeição - que tal coisa não existe. Queres melhor prova que nós os dois?

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Gostava de foder contigo como se fosse a última vez

Acreditas que aquela última vez me vai ficar na memória por uns tempos? Porque raio me havias de tatuar umas quantas sensações diferentes do que já tinha provado? Agora não tenho como fugir à verdade, vou sempre querer-te outra vez, como se aquela fosse a entrada do prato principal. Nem que te tenha uma vida inteira, há sedes que não se apagam. E a tua é como se andasse perdido pelo deserto, parece que vou desfalecer a qualquer segundo. Foste coisa boa uns belos tempos, que culpa tenho eu de gostar de ti? Combinamos melhor deitados do que em pé, e isso é meio caminho para ficarmos eternizados. Porco. Mas é a verdade. Quando duas pessoas combinam bem, sobretudo, no quarto, é garantido que tal coisa não cai tão depressa no esquecimento como aquele namorisco com aquele gajo que me levava a ver paisagens lindíssimas e preparava jantares divinais. Lembrem-se, não há gajos perfeitos – eu sou a excepção à regra, como é público – por isso, se tudo estiver a ser perfeito… é porque a imperfeição está para ser revelada. E se a última coisa que forem fazer começar por quarto e rimar com suor… bem, é dedutível. Resumindo, muito à bruta e muito elucidativamente, um jantar divino não faz esquecer uma foda desastrosa, mas uma foda divina faz esquecer um dia desastroso. E pode até relembrá-lo para sempre.

Vícios

E assim me deixas, preso a padrões pelos quais nunca me pensei reger. Do teu molde fiz gostos, das tuas palavras religião, do teu sabor dieta. Fora isso tudo me enjoa e angustia. É como se fosses o meu filtro. O meu bom gosto és tu, e tudo o que fazes. Gostar é isto, deduzo eu. Viver de alguém com gosto nisso, sem esperar nada em troca. Como se um simples beijo teu fosse suficiente para pagar uma vida inteira de cartas sem resposta. Inventar mil e uma formas de felicidade extrema em conjunto e no fim a realidade trazer um chocolate amargo… e mesmo assim conseguir tirar o melhor lado disso. Chocolate é sempre chocolate. Quem é que gosta de viver assim? Quem se contenta com um grão de terra, quando pode ter o mundo? Haja alguém que te queira como eu, para saber as respostas que por cá não porei.

Stockholm Syndrome

Esta é a última vez que te abandono. É a última que te esqueço. Não vou ficar no teu caminho, aprende a voar com as asas que teimam em não querer sair das costas, explora fronteiras e corre o mundo. Não vou estar lá por ti, não vou estar a puxar-te para mim. É tempo do teu coração gritar, ganhar nome e identidade. Vamos cair, magoar-nos e nenhum de nós vai querer algo de volta. Rouba estrelas, dá-lhes nomes e enche-as de carinho. Não quero que penses mais em mim quando te sentares na ponta da soleira, distrai-te com os gatos que quando passam costumam parar a olhar para ti. É a última vez que te abandono, mas esquecer… é como dizem os Muse, I wish I could.

(Doenças) Crónicas

Vou explicar-te o que aprendi nesta viagem. Nunca mais me apanham sem caneta e papel por perto. Mas nunca. És a única por quem alguma vez faria algo digno de um admiro-te. Todo meu fanatismo pela felicidade conjugal e paz espiritual a dois se baseia na existência de pessoas como tu, que fazem do meu dia mais cinzento uma pequena nódoa num céu azul vivo. Nunca vai ser demais encher-te a cabeça com cartas perdidas em baús selados com a tua primeira letra. Ficar acordado uma noite inteira só para magicar uma maneira nova de te ver sorrir. Ah, objectivos de vida, cada um com os seus. Chama-me limitado, de vistas curtas, mas que culpa tenho eu de ver em ti um mundo que eclipsa todo o planeta? Curvo-me e entrego-me a ti, qual pobre esmola, munido de um coração doente. Doente por não te ter todos os segundos. Sedento de momentos, com um armazém de memórias infindável, insaciavelmente apressado com tentativas de o encher. Loucura desmedida, pega-me pelo pulso e leva-me para longe enquanto sentes o meu batimento cardíaco. Leva-me para longe daquele momento em que me diagnosticaram dez minutos de vida e eu não tinha onde escrever isto. Desconfio que foi a minha necessidade de te escrever que me salvou. Foi-me dada uma vida para to mostrar.

Sorry for the mess

Admito que não perdi mais de uma semana a tentar achar uma forma de dizer desculpa. E que em cada dia dessa semana não perdi vinte e quatro horas. Dez, pelo menos, são para dormir. E duas só para me olhar ao espelho. Meio dia meu perdido com alguém também seria exagero. Pronto, sejamos práticos, pensei um bocado nos últimos tempos – últimos tempos é uma expressão relativíssima, serve sempre para os dois lados (muito ou pouco tempo), é uma boa ferramenta – e a única forma é mesmo esta. Desculpa! Está dito. Ás vezes dá-me para remoer no passado. Há assuntos que enterro de tal forma que lhes vou perdendo as memórias, até que sejam reactivadas, por algum acontecimento que não lhes seja alheio. E depois fico a pensar. E a pensar. Merda, ás vezes não me reconheço. Parece incrível o processo evolutivo a que estamos sujeitos durante o nosso crescimento, e olhar para certas coisas que fizemos faz-nos perceber que se calhar o que achamos hoje ideal pode ser ridículo daqui a uns anos. Fui ridículo. Parabéns a ti. Aturar-me não foi, nem nunca será, fácil. Há quem consiga. Pelo menos a minha mãe já leva vinte e um anos e meio a aturar-me e ainda vai dizendo que tem muito orgulho nisso. Não conheço mais ninguém assim. Tu podias ter sido a segunda a chegar a essa marca. Sabes quando achamos que nos devemos apaixonar por alguém? Eu escolhi-te para isso. O meu coração não achou boa ideia. Geralmente as nossas divergências acabam sempre mal, se protesto ele cega-me, faz-me rastejar por quem não devo e acabo sempre por lhe cobrar tudo muito caro. O capitalista paga tudo até ao último tostão e ainda se ri na minha cara. Diz-me que no dia em que estivermos de acordo vai valer a pena. Cabeça de engenheiro, coração político.

Pedais e órgãos genitais

Temos de ser realistas, só não falha quem não fode. Eu admito, com duas garrafas de litro e meio de whisky não fazia grande coisa em cima da Isabel Figueira, além de peso. O problema é que a luta pelo tesão é desigual entre os sexos. Grande problema, o da mulher, ter de aguentar com… duas pernas abertas durante X tempo. Não percebo o conceito de “ter pedalada para mim”, quando a tal pedalada não é sequer comparável. Se eu fosse machista – ok, sou – diria que até no sexo temos de ser nós a fazer tudo. Aguentar ali o Zé Suricata a mergulhar sem curvar a coluna durante não sei quanto tempo não é como andar a saltar em cima de um selim sem acento. Quando há vontade de ambos, o acto só se dá caso haja bandeira ao alto. Ou seja, a festa depende sempre dum gajo – nesta fase, apenas, infelizmente. Depois somos nós que temos de acompanhar a pedalada? Não são vocês que ficam de tomatinhos mirradinhos e pilinha mais velha – tenho para mim que cada foda tira um ano de vida à pila de um gajo -, embora também fiquem com o vosso material algo danificado. Digamos que depois de umas poucas sessões há momentos em que mais parece a parte de trás de um acidente do que propriamente a dita cuja. Tirando isso, a verdade é que somos uns Cristos, até no sexo. Somos uns pobres coitados, explorados até ao tutano. A guerra dos sexos anda a ficar muito nivelada para meu gosto. Já é uma mulher a liderar o PSD, imagine-se, pouco faltará para tomarem de assalto o resto do mundo. Medo, tenham muito medo.