quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Warm up

Às vezes dá-me para olhar e gostar. Contigo aconteceu isso. Gostei logo ali, simples e fácil. Nunca cheguei bem a saber se fui cativado ou se tu é que o foste. Se calhar é a magia destas coisas, o não saber, o só sentir. Tenho o hábito de fazer de cada história um conto de fadas, como se o futuro só pudesse ser risonho. Ás vezes nem me lembro que para tudo correr bem temos de querer os dois. Mas é bonito. É como ouvir Pearl Jam numa disco e ficar sóbrio no exacto momento em que me tocas. Queres fugir daqui? Só se for contigo. E fugia do país, se fosse preciso. Levava uma muda de roupa na mala e a ti no banco ao lado. E ia de coração cheio. Não me custa nada mudar quando vejo que é para melhor. Mudo-me para o teu lado e levo-te em braços para onde te apetecer. E hoje apetece-te mais um bocado de mim. Amanhã vai apetecer a mim. E se continuarmos a querer, todos os dias, mais um bocado de cada um, o dia anterior vai sempre saber a pouco e o seguinte aguardado com maior expectativa. Somos a nossa motivação diária e isso deixa-me tão ou mais feliz que ver-te curvar a esquina para me ver. E acredita que é das melhores sensações que guardo quando não estás por perto.

C(r)ash it

O materialismo é um bem comum a todas as relações, quer os envolvidos queiram ou não. Quem não faz contas à vida perto do 14 de Fevereiro ou do 25 de Dezembro? É mais que óbvio que a quantidade de namoros que acaba pouco antes dessas datas seja enorme. Todos eles, claro, porque não deu mais para continuar... Cof, sim, claro. Imaginem um gajo como eu, que faço anos a 1 de Fevereiro, a namorar com alguém que faça anos algures pelo meio/fim de Janeiro (dia 20, por exemplo). Para que a minha situação económica não seja gravemente comprometida tenho de fazer uma série de contas, um trabalhão! Primeiro, convém saber que tipo de prendas a namorada dá. Se for o real deal, é sempre bom namorar durante o natal, pois algo bom irá chegar, mesmo tendo nós de dar algo em troca. (Estas coisas das trocas de prendas são sempre uma merda, queremos sempre dar melhor que o outro e acabamos sempre por inflaccionar os valores de data em data até chegar a pontos incomportáveis, mas enfim, outros temas!) Caso contrário acabem. Agora reparem, o ideal será acabar antes dos anos dela e recomeçar antes dos meus, para não gastarem nada e terem a vossa prendinha. Um bico de obra. Não dá mais. Aniversário dela. Se calhar podemos tentar... Meu aniversário. ... Afinal não dá, esquece. Dia dos namorados! É uma condução arriscada, mas é o que todos desejam nas datas mais complicadas. O Natal não está tão longe como isso, vão começando a repensar as vossas relações.


Pronto, eu sei que isto não é mentalidade que se tenha, mas é sempre engraçado imaginar situações destas.

Rancor

Decidi morrer. É fácil querer morrer. O difícil é conseguir morrer. Enumero razões e vão todas ter a ti. A tua incapacidade... mata-me. Engraçado o jogo de palavras. Vou morrer para te libertar. Para conseguires fazer o que nunca conseguiste fazer comigo ou para mim. Vais chorar. Chorar tanto que a água que gastas num banho vai parecer uma gota de água. Vais chorar pelas vezes que o devias ter feito e pelas vezes que fizeste tudo para não o fazer. Vais ter dores insuportáveis e insónias constantes. Vou assombrar-te a cada esquina e fazer das tuas noites uma luta incessante contra o medo. Vou morrer para que possas mudar, mas vou fazer de tudo para que mudes para pior. Para que vivas no medo. Para que lhe chames azar sem saber que sou eu quem te pinta o destino. Para que chores nos ombros das tuas amigas e lamentes a minha morte, a falta que te faço e o que farias para me ter de volta. E nenhum sacrifício será suficiente, porque se há decisão que não tem volta a dar... é a morte. Vais aprender tarde, tal como eu, que aproveitar os momentos simples é tão ou mais importante que saber compreender os piores. Mas aí já vai ser tarde. Tarde demais para mim, que já não poderei abdicar do meu ódio, mas ainda pior para ti... não fosse a tua única forma de me ver... os teus piores pesadelos.

sábado, 13 de outubro de 2007

Evolution, baby

Tantas coisas novas do lado direito, já viram? Tenho de vos chamar em especial atenção a uma nova componente deste belo blog. Decidi denominar esta componente de... votação. Para ser original. Está mesmo por baixo da Gerência (com letra maiúscula, não fosse eu aqui uma entidade suprema). Dito isto, tratem já de ir votar e estar sempre atentos àquele espacinho pois mais perguntas aparecerão, aquando do fim desta. Aqui Deus agradece o voto e a ajuda para tornar este espaço um lugar tão vosso quanto meu. Pronto, mais meu que vosso, mas que vocês possam gostar um bocadinho mais. Ah, fiz também uma organização em relação aos posts, para poderem aceder mais rapidamente ao tipo de texto que mais gostam, está lá mais para baixo! Sou um fofo, não sou?

Já agora, 3000 visitas é um orgulho, obrigado!
(O hit counter já existia, só estava era no fim da página)

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Reciclagem

Separar toca a todos, já diz o slogan da reciclagem. O difícil é saber como e o que separar. Por mais agitada que possa ser a vida do comum mortal, a necessidade de algo mais está sempre presente. Querer alguém para nós faz parte da mutação a que estamos sujeitos ao longo da vida e lutar por isso é uma consequência natural dos nossos impulsos. Quem não gostava de sair sempre de casa com a certeza que vai acordar bem disposto no dia seguinte? Estas ideias platónicas aplicam-se a todos nós, no entanto a linearidade não é assim tão óbvia. A mulher perfeita não existe e as buscas incessantes não têm de ser necessariamente satisfeitas ao virar da primeira esquina. É quando açambarcamos uma filosofia de desleixo do padrão qualitativo que corremos maiores riscos de fazer asneira. Más avaliações trazem más experiências. Eu a modos que tenho dupla personalidade, tanto consigo ter a conversa mais séria que consigam imaginar como posso ser o maior parvalhão que conhecerão na vida. Isto é aplicado por muito boa gente, podemos conhecer a mulher ideal numa noite e termos, na verdade, conhecido uma valente puta. Mas isto é como tudo na vida, só se sabe o que valeu a pena quando as coisas acabam. De forma sucinta, o que acho é que tanto gajos como gajas desejam estar com alguém que supere as expectativas. Tenho para mim que quando nos cai na rifa alguém com dupla personlidade, um pouco como eu, mas aplicado à quantidade de parceiros sexuais em curto espaço temporal, das duas uma... Ou damos numa de incineradora e aceitamos o lixo que nos é gentilmente cedido... ou, simplesmente, fechamos a porta. É que nunca fui grande apreciador de bicicletas, porque uma coisa é estar comigo, outra coisa é eu saber que o slogan é logo aplicado no dia em que a nossa actividade cessar. É como aquelas gajas que vivem para o sexo para o seu mais que tudo e quando o tal romance acaba, a necessidade fala mais alto, daí que a conclusão para esse tipo de gaja esteja intrinsecamente ligada ao propósito da reciclágem: Se parar... toca a todos!

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Diálogos

Já viste, parecemos namorados... Foda-se, mau, já a mandar a boca para ver a minha reacção? Parecemos... Ar mais enfadonho era impossível. É suposto perceberes a dica, tenho culpa que fiques a olhar para mim com essa cara? Não dizes nada? Se abro a boca é para dizer que tenho de ir embora. Raio de conversa que havias de trazer. Leva essa má disposição daqui... Tu é que a trouxeste. Nunca sei o que gostas que diga quando falamos de nós. Sabes bem do que eu gosto. Que não fale, já sei. Sempre que faço planos acabo sempre por estragá-los, queres estragar os nossos? Não tem necessariamente de ser assim... Ouve, não quero nem vou discutir isto, se quiseres mudamos de assunto ou desatamos aos beijos, caso contrário volto cá outro dia. Pronto, armo-me em forte parto logo o vidrinho. Ar amuado, olhos a brilhar. Paciência para isto... E eu que faltei à futebolada para cá vir. A sério, a última coisa que me apetece é ter de aturar um problema a esta hora. Quero é tratar de mim. O que faz com que para tratar de mim tenha de tratar para ti primeiro... foda-se, ficam sempre a ganhar, vocês. Mas alguém merece isto? Ar querido, sorriso bonito e o melhor alinhamento de cordas vocais que me é possível. Anda cá bebé... diz lá o que se passa...

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Keep on waiting

Há um paradoxo engraçado nas minhas amizades, detesto gajos que se pareçam comigo, adoro gajas que se pareçam comigo. Devem ser problemas com a concorrência. Daí que quando diga as maiores virtudes de um bom amigo... elas costumem ser as que eu não tenha. Não suporto pessoas que me tentem cortar a boa disposição. Eu, que sou dos gajos mais pacatos que conheço, sou menino para andar ao murro só por causa disso. É o pior que me podem fazer. Era o que melhor (pior?) sabias fazer. Lembras-te? Não, claro que não. Era involuntário, já. Acontecia e pronto. Depois saíam-me uns vai-te foder, do nada (dizias tu), e lá vinha a tua cara de espanto. Não sabias brincar não te metesses comigo. Ainda me acusaste de ser explosivo, depois. Explosivo, eu? Era explosivo mas era quando brincavas comigo. Sim, este brincar foi com duplo sentido! Lembras-te daquele, cala-te que já estou farta de te ouvir? Claro que te lembras, o jantar cheio de gente animada e tu ao meu lado, a conseguir falar menos que um poste e com menos expressões que um sinal de trânsito. Estava com vergonha tua. Ao menos sempre tivemos o bom senso de esconder as nossas coisas de quem nos conhecia, senão naquele jantar desconfio que te tinha corrido da sala, logo. Mas não tinha autoridade sobre ti, teoricamente. Foi a partir daí que tudo correu como correu. Acho que só o facto de te ouvir já me enervava. Nem que fosse a dizer que eu era o melhor gajo que já conheceste. Cansavas-me. E tudo porque querias que o meu mundo fosse parecido com o teu. O meu mundo não é difícil de mudar, difícil é fazer com que eu o queira mudar. O nosso problema foi nunca teres percebido isso.

Feitiços

Ás vezes dão-me flashs incríveis. Nunca vos aconteceu engraçarem a sério com alguém que vêm? Já, claro, mas estou a falar duma maneira diferente. Não é por ser podre de boa ou super linda, é por gostar, apenas! Vi à tempos um destes espécimes, estava mesmo ao meu lado. Deu-me o tal flash, na hora. Depois reparo melhor, tinha uma mancha (provavelmente álcool), no peito. Continuo a reparar, (como estava ao meu lado dava para ouvir a jovem) falava algo alto... pronto, alto demais para os meus ouvidos, mas eu continuava ali apanhado. Desconfio que podia ter flatulência e eu continuava a gostar da miúda! Estes fenómenos são estranhíssimos, deve ser amor limitado a uma noite, ou algo do género. Dessa vez nem tentei falar com a rapariga, não fosse ficar apaixonado a sério e meter-me numa daquelas complicações que o coração dispensa. Já uma outra vez, tive de tirar as dúvidas, não podia adiar mais as explicações para estes imbróglios. A diferença, desta vez, é que havia ali qualquer coisa recíproca... olhar ali, sorriso acolá, lá se estabelece comunicação (não me perguntem como começou). Falar no meio de uma barulheira enorme nunca foi grande coisa, mas por mim estava ali a noite toda. E quanto mais ela falava mais eu gostava. Cala-te, por favor, senão apaixono-me. Não, fala mais, se fazes o favor. O entendimento era tão grande que eu já estava a ver a mulher da minha vida à frente. O medo na cara das amigas, o terror de ver um rebarbado a tentar sacar a mais bonita do grupo. Mas não, sou só eu meninas, calma, venho em paz. Paz, paz, paz... e amor. Mas não, devo ter ar de papão cabrão, tanto andaram que lá a obrigaram a ir embora, que está na hora, anda daí. Estava na hora era de sairmos dali os dois. Não saímos, nem com o contacto dela fiquei. Ainda bem. A sério, ainda bem. Tirei as minhas dúvidas sobre os meus flashs, devem ser as raparigas que combinam comigo na perfeição, as tais. Agora quando saio tenho um medo terrível de gostar de alguém em especial. E se gostar, jamais tentarei criar qualquer tipo de conecção! Se em duas horitas fiquei a ver estrelas amarelas como as que existem nos quartos dos bebés, imagino se der bola para uma semana, fico capaz de morrer por ela, ás tantas! Obrigado desleixamento, por teres permitido que me tenha esquecido de sacar o contacto dela, salvaste-me do amor da minha vida. Agora que já sei o que me espera nos after-flashs, vou viajar para a Califórnia ou para Itália, e caminhar muito. Caminhar e esperar pelos flashs, até que me dê com alguma modelo famosa ou algo do género e ser feliz para sempre. Tenho a fórmula do amor, invejem-me.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Patriotismo

Sempre preferi quem manda a quem faz. Só pela razão de sempre, contrariar o politicamente correcto. Mania de ser rebelde, culpa tem quem me atura. Nunca escondi de ninguém que quem melhor me aturou foste tu. Não tinhas jeito nenhum, mas eras a única que dava gozo apreciar aturar-me. Já gostei mais de ti do que da salada que a minha mãe faz. E acredita que adoro aquela salada. Não tinha uns lábios tão bem desenhados como os teus, mas sempre dava para dar umas trincas. Estupidez à parte, ainda à dias sonhei contigo. Vestido pipi e sapatinho de menina. Aquele ar tão ou mais bonito que da primeira vez. Conseguiste enganar meio mundo. Eu incluído, com a outra metade a berrar-me em surdina o teu alter-ego. Nunca ouço ninguém, a mania que sei tudo sempre me deu más experiências, mas é das coisas que não mudo. Gosto de mandar em mim. Mas da independência à burrice vai um passo muito pequeno. Tenho para mim que estar de bem com a vida não tem necessariamente de estar relacionado com sucesso a nível afectivo. Leia-se nas entrelinhas que este é o paleio dos frustrados a nível sexual/afectivo. Contradigo-me? Não. Imagina, posso viajar por mil países, visitar todos os monumentos e atracções de cada um... só levo uma certeza, é que só há um país onde me sinto mesmo bem e onde desejo voltar sempre que saio, o nosso, Portugal. É assim que te vejo, minha Portugal.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

9 Crimes

Se tivesse de escolher uma música que todo o mundo tivesse de gostar, ia ao reportório do Damien Rice. E escolhia a 9 Crimes. É a primeira vez que deixo algo deste género aqui, mas está a tocar neste momento e acho que é... crime(!) não partilhar.


Leave me out with the waste
This is not what I do
It's the wrong kind of place
To be thinking of you
It's the wrong time
For somebody new
It's a small crime
And I've got no excuse

Is that alright with you?
Give my gun away when it's loaded
that alright with you?
If you don't shoot it how am I supposed to hold it
Is that alright with you?
Give my gun away when it's loaded
Is that alright with you?
with you.

Leave me out with the waste
This is not what I do
It's the wrong kind of place
To be cheating on you
It's the wrong time
but she's pulling me through
It's a small crime
And I've got no excuse

Is that alright with you?
Give my gun away when it's loaded
Is that alright with you?
If you don't shoot it how am I supposed to hold it
Is that alright with you?
Give my gun away when it's loaded
Is that alright
Is that alright with you?

Is that alright?
Is that alright?
Is that alright with you?
Is that alright?
Is that alright?
Is that alright with you?

No...


Geralmente quem posta letras decalca os versos que mais lhe dizem. Não o vou fazer, esta dá para todos, cada um com o seu verso.

1 + 1 = 2

Estou tão cansado que mal consigo pressionar as teclas. Já me olhaste vinte vezes, com aquele ar de quem se quer por a andar para outro sítio. Achas que te troco pela escrita? Achas bem, mas espera um pouco que nunca se sabe se a inspiração pode estar ali ao virar da esquina. Quando estavas no bar não tinhas grande pressa. Merda de amigo que tinhas. Nunca vou perceber os gajos de barba farta que se fazem acompanhar de gajas boas. Ou são ricos... ou não faço ideia. Claro que indivíduos destes são amaldiçoados por tudo o que passa à beira deles. Mas a verdade é uma, quem as tem são eles. Quanto mais não seja naquela altura. Chegar no Z4 dele é sempre melhor que chegar no Clio delas. Ideias. Larga isso... Cala-te, já tive mais paciência para te aturar. Quando não há mais gajos por perto um gajo pode sempre armar-se em esperto, ela não vai fugir para a beira dos amigos nem sair de casa... Quem é que se aventura na rua ás 6:30 da matina? Pois, bem me pareceu. E sempre é melhor dormir na minha cama chateada comigo que ser assaltada por um sem abrigo no meio da estrada. Queres ir dormir, é isso? Não... Isto foi dos não mais quero estar contigo que já ouvi. De notar que não usei o termo quero foder. Acho que se não me mexer ficamos aqui a noite toda a olhar um para o outro. Iniciativa, sempre gostei de quem a toma, detesto ter de ser eu a tomá-la, enfim. Deve ser a pancada pela dominação. Vamos, está na hora de ir... dormir.

Wish you were (not) here

Hoje não me apetece acreditar que vale a pena lutar por ti. Depois de tantas batalhas travadas acho que desejo mais o fim da guerra que a vitória na mesma. Ainda à três dias te vi, ainda hoje te guardo. Também gostava de perceber que mecanismo é este que toma conta de mim e me atrai a ti. Nunca vou saber, já me disseram. O que sei é que me aqueces o coração quando me apareces nos sonhos ou quando te passeio pela memória. Tens ideia do quão injusto isto é? Sempre te quis tão perto e tão longe... Quando penso em nós lembro-me de momentos sentados, com a tua cabeça apoiada no meu peito, que ardia, de amor e terror, de te ter e te perder, respectivamente. Nesses momentos esbofeteio-me, não posso pensar em ti como se ainda gostasse de ti, porque não gosto, lembro-me disso 10 vezes por hora! E mesmo que gostasse, o que importa? Nunca nos vamos entender e não. Detesto romances condenados. Só resultam nas novelas. Uma vez, ainda me lembro, três génios perguntaram-me o que queria se pudesse ter qualquer coisa. Nem hesitei, escolhi-te. Como os miúdos escolhem o chupa com maiores dimensões da montra. Só depois me perguntei porquê. É mesmo isso, para que é que te quero? Para que é que preciso de ti? Para nada. Tal como me apareceste, mil virão atrás de ti. Desaparece da minha vida, era o desejo que devia ter pedido.

Perco-me fácil.

É por estas e por outras que quem acredita no amor eterno se fode à grande. Acreditem no amor eterno quando forem velhos para sair à noite, ou quando a virilidade vos faltar! A nossa faixa etária perde-se em divagações efémeras... Os telhados de vidro são mais que muitos, a moral menos que nenhuma. Não consigo encarar ninguém que seja adepto dessa filosofia de vida sem me rir para dentro. Todo o mundo sonha com o par perfeito, mas valerá assim tanto esse objectivo? Valerá tanto para abdicarem das coisas boas da vida? Sim, já conheço a teoria que tenta refutar esta, do "ai mas uma vida a dois é tão bela e tão completa!". Concordo... daí que a queira viver quando envelhecer. Não quero olhar para trás e dizer que podia ter feito aquilo e vivido outra coisa qualquer. Quero olhar para trás e rir-me das minhas opções, rir-me de satisfação, de orgulho, e soltar um "que se foda!", bem alto. Temos uma vida inteira para amar mas para nos divertirmos à grande... o tempo limita-se drasticamente. Só temos um instante para fazermos tudo o que nos apetecer, tudo o que sempre quisemos experimentar ou provar; para falar mal do amor e fazer a nossa própria religião; para crucificar quem se atravessa e vangloriar quem bem nos apetecer. Esse instante é o presente, e convém tratá-lo da melhor maneira, porque, ao contrário do futuro, o que quer que façamos, estará invariavelmente remetido para o rótulo de passado sem hipótese de ser rectificado. O melhor futuro está um passo ao lado das nossas opções no presente.


Peço desculpa pela ausência, mas compromissos académicos obrigam-me a paragens cada vez mais inesperadas. Um obrigado a quem cá passa, mais uma vez.