segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Inter Rail

Gostava de poder dizer o quanto te amo. Dava quase tudo por uma vida apaixonada, como as dos filmes. Se me ouvires, um dia, como eu te ouço, a beber cada palavra tua como se fosse a última, vais aprender a amar sem regras e sem limites, a açambarcar mil maneiras novas por dia de me surpreender, por fazeres de mim alguém melhor a cada dia que passa. Dia sim, dia sim. De mãos dadas fugiremos do mundo, viajaremos nele sem que ele se aperceba. Pararemos em Praga e em Paris, para confirmar o rótulo de cidades do amor, roubaremos oxigénio italiano em Roma e expeliremos tal relíquia pelas demais capitais europeias. Tudo com muita classe, charme e, sobretudo, amor. Vou aprender a dizer amo-te nas línguas de cada país visitado, para poder gravar na tua o que me vai na alma sem me repetir. Alimentar-me a saliva e suor teu, a saber a menta e a cremes caros que só tu conheces. Os planos são tantos que as capas já não suportam o peso das folhas. Tens de cá vir, um dia destes, ajudar a organizar tudo isto, que está ansioso de saltar para as três dimensões. Um dia, como diz quem sabe que algo é impossível, estaremos tão bem, juntos, que mudarei os tempos verbais que emprego, do futuro utópico para o presente perfeito. Até lá, brincaremos eternamente aos projectos.