quinta-feira, 6 de setembro de 2007

(A)talhos

Existem coisas que por muito que se tente, não se conseguem esquecer. O teu namorado é uma delas, embora nem o conheça pessoalmente. Paradoxal ou nem por isso, a culpa foi tua de tal acontecer. Só passado muito tempo é que vim a saber que o rapaz andava metido na musculação e lutava uma arte marcial qualquer. Mete respeito, no mínimo. Embora eu também ande no ginásio e continue com os mesmos quilos flutuantes de sempre. De qualquer maneira não sei como estão vocês agora - quer dizer, estou-me a cagar para vocês, não sei é como estás tu agora - e a minha ignorância permite-me imaginar cenários delirantes. Não preciso imaginar o vosso passado à minha efémera passagem (em termos temporais, é claro), visto que o contaste, basicamente... (vamos la escolher uma palavra sem hiperbolismos) todo! E todo o bom assassino estuda bastante a sua vítima para não falhar na hora crucial. E que grande hora crucial saímos nós. Estou habituada a que seja rápido... por favor tenta variar as coisas! Não sei se era tentativa de pressão ou caso sério de necessidade (o espelho relembra-me que é a primeira, depois de analisar bem a minha face), mas a primeira reacção foi lógica: rir! E a segunda também: continuar a rir. É que se passar pelo namorado na rua sei quem é (e o que não é... capaz). Adiante, a admiração era dela, visto que a minha insistência em não ser rápido se mantinha, aliada à super motivação do toma lá(,) caralho, para veres a merda de namorado que tens!, que resultava em constantes reacções de espanto pela duração do acto - Foda-se, mas que merda é esta? O teu recorde é 10 minutos? Pronto, que seja, ainda bem, mais valor me dás. Não deves é conhecer o mundo lá fora. O que imagino, várias vezes, é voltares para o João (chamemos-lhe assim) e ele a fazer o trabalho de sempre. A cara de insatisfação a olhar para o tecto. As horas - Horas? Que digo eu? Minutos, não era assim? - a passarem e tu a pensares quem seriam os convidados do programa da noite da Sic. Mil e um possíveis problemas que brotam do que mais teme o casal: coisas novas - vindas do exterior. (Bem) Para o interior.

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