sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Descrições

Não aguentando mais a espera que parecia infinita o cruzamento de olhares impulsionou a aproximação; as respirações confundiram-se e os lábios tocaram-se selando a união num beijo sentido e desejado. Luís deixa que as suas mãos se precipitem para o fundo das costas de Joana, contorcendo-a involuntariamente, e encontra a sua pele de seda por baixo da camisola de lã. Viaja com os dedos, distâncias de prazer por entre poros esculpidos aleatoriamente, crava as unhas na pele e alia a dor ao prazer, enquanto que a outra mão envolve a nuca e percorre o rosto com amor. Joana deixa-se encostar ao sofá observador, deleitada com aquele mundo novo, enquanto que novos caminhos lhe são mostrados, um a um. Sente já as contracções que o seu corpo sofre com o toque na barriga, que é percorrida sem piedade, saboreando cada milímetro de pele como se fosse único, variando entre a carícia leve, o arranhão carinhoso ou o toque com a língua, sempre desconcertante, que faz com que Joana se veja na necessidade de retribuir, caminhando pelo peito de Luís, sentindo a caixa pulmonar a variar de tamanho cada vez mais depressa, directamente proporcional ao desejo e intensidade do momento. O confidente sofá ajeita-se, fazendo com que Joana se sente no colo de Luís, de frente para ele, beijando-o incessantemente, como se do último minuto de vida se tratasse. Um movimento de corpo começa a desenvolver-se, é um constante balançar que os leva para outros campos - "Apetece tanto!" pensam ambos -, mas aguentam-se, enquanto se exploram mutuamente. Luís percorre a barriga desnudada, continuando o ritual de prazer até chegar ao peito, apenas protegido pelo usual soutien, que é desembaraçado, fazendo com que a explosão de prazer se consume. Subindo a camisola, Luís aprecia como é belo o amor, recíproco, que se respira naquela sala! Os seios, agora nus, vão de encontro aos lábios desejosos, enquanto são beijados e acariciados, entre língua e dedos, vale de tudo um pouco, na busca de dar e receber maior prazer! Os olhares cruzam-se, um sorriso aparece no rosto de ambos, um "És tão linda..." solta-se para a atmosfera iluminando o momento.
"Ensina-me uma coisa gira", sussurra-lhe Joana. Estão já lado a lado, abraçados ao momento, quando a mão de Joana desliza pela barriga de Luís, ao passo que os lábios segredam "É tão fofinha... apetece comer...". Continuando o trilho, a mão desliza ainda mais, sendo agora a vez de Luís se desorientar completamente. "Vais ter de me ensinar...", e as mãos fundem-se, na busca do aperfeiçoamento do prazer mútuo, Joana a aprender a dar e Luís a aprender a receber. Estão já eufóricos, Joana acaricia o sexo de Luís enquanto o beija, de forma louca e intemporal, conhecendo-lhe toda a boca e língua, para nunca mais a esquecer, enquanto este se deixa levar pelo prazer e viaja por mundos mágicos, sempre muito bem idealizados, nas histórias que imaginava de momentos como aquele. Luís sente a necessidade de retribuição e estabelece uma simetria corporal perfeita entre eles, avançando para o sexo dela também, com um "Também me tens de ensinar..." impulsiona Joana a fundir mais uma vez a sua mão com a dele e indica-lhe o caminho certo para o prazer máximo. O cenário é agora louco, enquanto se acariciam mutuamente, beijam-se como se de um amor impossível se tratasse. O momento perpetua-se, enquanto vai perdendo intensidade... até à exaustão, quando os beijos loucos se transformaram de novo em beijos amorosos. A serenidade.
Levantam-se passado um pouco, mas, mal o olhar se cruza novamente, a vontade de beijar volta a ganhar força e perdem-se mais um pouco, deixando-se levar mais um vez. "Anda aqui", sorri-lhe Luís, pegando nela e enconstando-a à parede, prendendo-lhe os braços, abertos, e percorrendo-a com os lábios, de uma forma carinhosamente brusca, sabendo que o sentimento de impotência de Joana confere ainda mais prazer a ambos. Solta-lhe os braços e ficam bem juntos, tão juntos que nem um simples átomo seria capaz de atravessar a distância que os separava. Num impulso, Luís vira Joana de costas para ele, pegando esta nas mãos dele, colocando-as na sua anca, "Vês... era assim, o sonho...". Segue-se um abraço sentido. Joana sente-se protegida naquela posição, Luís parece embalá-la no interior do seu abraço, fazendo com que nada nem ninguém a possa magoar naquele momento. Joana vira um pouco o rosto e beijam-se pela enésima vez naquela noite. Luís percorre mais uma vez a barriga... subindo aos seios, sedentos de um toque de amor, ali proporcionado. Uma das mãos cede à força da gravidade e deixa-se cair até chegar onde ambos desejavam, o sexo, novamente. O momento é novamente louco, os corpos balançam como se quisessem algo mais, algo que não chegava nunca mais. Joana empurra Luís contra a parede novamente, onde, ainda de costas, o excita, comprimindo o seu corpo contra o dele. Afasta-se um pouco, mas retribui de pronto essa distância com uma mão que viaja novamente ao expoente máximo de prazer masculino. O prazer tende a intensificar-se cada vez mais, de forma descontrolada. Estão já fora de si, não há já grande domínio. Estariam ali uma vida inteira se algo não os fizesse parar. A intensidade é tal que Joana se vira para Luís e procura o seu ombro, sempre presente, e agora... Agora, silêncio. Silêncio, para sempre.



Este estava perdido no disco, escrevi-o à cerca de ano e meio, decidi mete-lo aqui, acho que nem tudo o que cá vier parar tem de ser obrigatoriamente criado na hora... Texto muito hardcore, eu sei, mas enfim, só lê quem quer. Outras histórias.

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