sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Burn baby burn

Começo a percorrer com o olhar a tua gola decotada amarela e preta e já a prever como me vou sentir no fim. A tua pele chama-me sem que dês conta enquanto que todos os meus poros gritam desejo com a maior força possível. Sinto a epiderme cansada só de olhar para ti. Se saltasse uma palavra sorteada do meu vocabulário era quero-te. Sem dúvidas nem reticências. Tenho uma fixação pela pele. Olho, colo, desejo, devaneio, volto e ganho vergonha na cara. Acho sempre que a pele foi feita para ser tocada, a toda a hora. E a tua estava a pedir a dose diária recomendada. Já para não falar da minha. Se despir com o olhar fosse possível já estarias nua quando me disseste olá. Um olá para ti, outro à pele, outro ao desejo. Ahh, engraçado como dá para ficarmos apanhados da noite para o dia. Apanhados pela súbita vontade de agarrar em alguém e maltratá-la docilmente. Como quem possui no amor. Incrível, que injusto, isto é como estar a ver um filme pornográfico enquanto se tenta manter uma conversação racional ao telemóvel. Tantos sentidos a trabalhar, imagina o esforço que faço só para falar contigo! E o pior de tudo é ver um lábio em forma de asterisco vir na minha direcção e não saber se me vai acertar nos cardinais ou se me põe um ponto final definitivo. Sou entregue à sorte, não acredito no destino, mas gosto de acreditar que as coisas boas virão, inevitavelmente, de qualquer jeito. Ou seja, acredito que ser um pastelão de primeira possa trazer os seus dividendos, mais século menos século. Dizes-me adeus hoje e matas tudo o que semeaste durante horas. Vê lá como te despedes, brincar com o fogo pode queimar... E eu de bombeiro tenho pouco.

2 comentários:

Darkinha disse...

...se nao experimentares nunca iras perdoar esse teu momento de seduçao e paixao... faz parte da vida...

bjs delicados...

Anónimo disse...

bonito =)