sexta-feira, 1 de junho de 2007

Intensity

Puxo-te os cabelos e grito-te bem alto o quanto te amo, obrigo-te a implorar por mais e cravo-te as unhas nas costas, com força, até fazer ferida e sair sangue. Deito-te na cama e mordo-te o pescoço, qual vampiro sedento, domino-te os membros e deixo-te fragilizada. Arranco-te a roupa com violência, meia rasgada, meia sangrada. Olho para o teu corpo nu e rio-me na tua cara, empresto-te mais umas lapadas na cara e nas costas, maltrato-te como bem me apraz e deixo-te ali, despida, sem força. Olho para ti e volto à carga, abro-te as pernas e penetro-te com a maior intensidade que já sentiste. Mal te consegues mexer de tão fracos que estão os musculos. Só te obrigo a gritar, cada vez mais, cada vez mais alto, e cada vez com mais sentimento. Amas-me, dizes tu. E em troca deixo-te mais umas marcas no corpo. Faço de ti o que me apetecer e nem a protestar tens direito, não estivesse a tua boca já cheia de feridas de alguns golpes ali disferidos. Pego-te pelos cabelos encaracolados, faço-te arrastar nesse estado lastimoso, prendo-te os braços e penetro o mais fundo que consigo! Contrais-te completamente, o que te dá direito a mais açoites e outras regalias. A sensação de prazer é tão fugaz como um arrepio numa tarde de verão, já que é apagada prontamente pela dor (ou será até aumentada?). Ponho-te nas posições que mais prazer me dão e ainda me dou ao luxo de me aproveitar de algumas que sei que detestas, só pelo prazer de saber que não gostas. Tudo sem nunca te dar descanso, afinal de contas estás ali é para me dar prazer, nada mais! O fim está próximo, mando-te então de encontro a uma parede áspera, ficando de costas para mim, zorrando-te no granito como lixa, e dando-me cada vez mais prazer. Vais morrer ali, e eu vou apenas ficar a rir, ao ver-te indefesa. Recolhes-me dentro de ti, vais perdendo a força nas pernas, deixas-te cair, devagar e ficas ali, deitada, de olhos semi-cerrados, a olhar para mim com olhos de piedade. Piso-te, indiferente, enquanto me dirijo às minhas vestes. Olho para ti uma última vez, com o maior desprezo que consigo, insulto-te e dirijo-me à saída. "Amo-te", disse-lhe eu. E nunca mais a vi.

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