quinta-feira, 17 de maio de 2007

Viste?

Quantas e quantas vezes já me disseram para ter cuidado contigo... Eu nunca tenho. Não preciso. Acho que nada do que possas fazer possa verdadeiramente magoar-me. Quem não gosta pensa sempre assim. É por isso que gosto de ti. O raciocínio ficou giro. Tu também és, mas o raciocínio é mais. As coisas sem rosto ficam mais bonitas. Não gosto de ti, mas és o único hálito a tabaco que suporto. Se bem que a vontade de te enfiar com uma escova de dentes na boca está sempre presente. Não consigo perceber qual é o gosto em ter os dedos a cheirar a tabaco o dia todo. Eu só os tenho na manhã seguinte às noites agitadas, e só dura até me levantar, ou seja, até me afogar num banho de espuma. Um daqueles que só existem nos filmes, a taparem apenas as partes que não se podem mostrar aos mais novos. Ás vezes imagino como seria gostar de ti. Podia ser giro. Podia resultar. Se calhar, com o tempo, até podia gostar de gostar de ti. Mas ainda bem que não gosto. És gaja de estar, falar, comer, em ambos os sentidos, mas de amar... não. Deve ser este o segredo de estarmos sempre bem. Por muita merda que façamos, o fim é sempre o mesmo. Amor. Quando não se sente... faz-se.

1 comentário:

Anónimo disse...

este deixa um gostinho na boca :)