terça-feira, 22 de maio de 2007

Party over sleep

Está na hora de por fim a isto... não me posso continuar a enganar assim. Não gosto dela, venho cá fazer o quê? Sou casado, tenho responsabilidades. Mas tenho necessidades também, foda-se. Pronto, vou ganhar coragem e acabar com a palhaçada. Beijinhos de boa tarde já todos melosos... já estou com metade da vontade de acabar com a tal palhaçada. Sento-me na cama e fico quieto. Estou ainda a ganhar coragem. Está a custar. E seduz-me... Que brincadeira, depois querem que um homem seja honesto. Mesmo assim não mexo. Ali, forte. Quero mesmo comportar-me. Que se passa? Nada. Então? Então nada. E volta à carga. Não continues senão vamos ter uma noite muito agitada. E ainda estamos na tarde. Vais me dizer o que se passa ou não? Se ela soubesse o que eu queria dizer estava mas era calada e tratava de me levar ás nuvens. Pronto, não faças isto que é a morte do artista. Sentar assim no colo, entrelaçada? Foda-se, mandei uma carta para casa com o meu lado honesto. Espero que alguém a receba senão perco-o para sempre. É que isto é tortura! Pronto, pronto... e lá vou eu. Estúpido, agora quem não quer sou eu. Olha olha, armada em difícil, depois de ter andado aqui armada em pedinte. Podia ser cabrão e dizer "Ok", e por me a andar, que lá vinha ela feita cadela. Não, coitada, também não convém tirar-lhe o respeito por ela própria. Deita-se na cama de costas para mim e faz de conta que está amuada. Caralho, obriga-me a trabalhar muito e ponho-me já num sítio que eu cá sei. Aquilo de costas é um monumento bonito. Mas prefiro de frente, admito. Vamos lá ver quanto tempo demoras a ceder. Mais de dois minutos e quem não cede depois sou eu. Estás avisada. Telepaticamente. Virada de rabo para mim não sei que é que queres... tenho logo de me encostar a ti para falar ao ouvido. Mas nem falo, é só para estar ali encostado. E tu lá topas isso, passados uns segundos. Fazer o papel de inocente, como se não gostasses. Sai daqui. Que é como quem diz, quero foder. "Quero foder.", "Vai-te foder então.", ah, como era lindo um dia dizer isto... Pena que nunca consigamos mandar foder uma foda. Lógico que não saio. Vais demorar a parar de fingir que não te vais virar para mim? Digo isto mas arrependo-me logo, o rabo dela está bem encaixadinho ali, onde é que fui buscar a ideia de a virar? Foda-se, deve ter lido os pensamentos, está a virar-se. Foi só para me foder. Nos dois sentidos. E sorri. Como se eu gostasse daquele sorriso. O que eu gosto em ti anda tapado o dia todo. É a tua personalidade... Pois não, nem a ti te enganava com esta. Oh não. Não, não, não. O sorriso está a aproximar-se de mim. Queres um beijo. Que mania do romance. Ainda por cima comeste chocolate ainda à bocado. Estou de dieta, essa saliva tem calorias. Sai daqui, já estou arrependido. Mas o rabo... Foda-se, um sacrifício por um rabo. Lá dou o beijo. ... Ei, é só um beijo, não é uma endoscopia. Aposto que foi twix que comeste, já senti um bocado de caramelo. Chega de beijo, se faz favor, sim? Não. Não trouxe a sorte comigo, hoje. Tenho de recorrer ao travão do beijo mais usado no mundo, as mãos. Pelo corpo, claro. Se ela morrer hoje vou fazer questão que a medicina forense detecte todo o rabo dela marcado com impressões digitais minhas. E não só. E funciona. Começa-lhe a dar o calor. Pelo menos está com vontade de tirar a roupa. Que giro, não lava os dentes mas usa fio dental. São coisas. O tempo passa. Tenho de ir embora. (Passei a descrição do acto, peço desculpa mas podem vir crianças visitar o blog, prevertidos, saquem porn se quiserem aliviar-se) Tenho um jantar e uma festa, não vou ficar aqui a noite toda. Estás a brincar? Olha que grande maluca, quer mais. Não, não estou, tenho mesmo de ir. Para onde? Jantar, festa, coisas assim. É que é assim na cara, que parvalhão de merda que um gajo consegue ser. Fica aqui comigo... E agarra-se a mim. Preferia que tivesse armado barraca, ao menos saía logo dali, nem que fosse com um estalo na cara. Agora optar pelo papel de coitadinha... vai ser pior para os dois, vais ficar aí sozinha revoltada e eu vou sair daqui com peso na consciência. Ou pelo menos devia ser assim. Passa-se o corredor, chega-se à porta, novo pedido. Não vás... Vou. Chata do caralho, já não estou a achar grande piada. Abro a porta, chamo o elevador. João... Sim? Ligas-me, depois? Ligo... E deixo aquele sorriso para ela pensar que tenho um carinho enorme por ela. Que peso enorme na consciência. Estou a brincar. São apenas 5 quilinhos de hipocrisia. Toda a gente usa, posso usar também? Obrigado. Entro no elevador, despeço-me do prédio. Nunca mais a vi. Que pena. Podíamos ter sido grandes amigos, rabinho.

Sem comentários: