segunda-feira, 21 de maio de 2007

Entrelinhas

Temos sempre de mentir para nos safarmos das perguntas mais indiscretas, ou até mesmo daquelas afirmações que são, na verdade, perguntas. Curto-te que fode! Isto é um "Curtes-me?". Que vai ter a resposta conforme a nossa reacção. Se um gajo se ri equivale a um "Ai que sou o maior, e tu já queres é mais qualquer coisa... vamos la ver", se diz que curte muito e essas tretas rabetas é porque já está apanhado de todo e passa por ser um paneleiro de primeira. As hipóteses, nestes casos, passam de 90 para 10. A recuperação é uma miragem. Mas é sempre possível... para quem acredita que os feijões conseguem levitar. Uma vez perguntaram-me se cabia na cabeça de alguém haver gajos/gajas que alinhassem ou se deixassem levar por casos de uma noite. Para já, o conceito de "caber na cabeça de alguém" varia bastante... Existem por aí cabeças que não lembram a ninguém. De qualquer maneira parto do princípio que o molde primário será mais ou menos o da minha. E na minha cabeça, para caber tal coisa, é preciso que, pelo menos, a gaja seja decente. A partir daí acho que tudo cabe na cabeça de toda a gente, por mais minúscula que seja. Convém adicionar que tal linha de pensamento tem de vir de uma cabeça masculina. Já sabemos como são as raparigas nestes assuntos... "Ai nunca! Porra, isso é de puta, nunca, nunca!". Isto até aquela noite em que as vemos com o Joaquim, ali do 5º esquerdo. "Quem é?" "Não sei... mas é lindo, não é?!". Somos todos iguais, só que metade gosta é de esconder.

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