terça-feira, 29 de maio de 2007

Divagações

Juro, mas juro mesmo, vai ser amor eterno. Até ao dia que encontrar outra, claro. Ai... quando falas assim apetece-me chorar. Quando levares com um par deles também vais chorar. Ou não, se não souberes. Espero que não saibas, pelo menos estou a trabalhar nisso. Até agora nunca soubeste, não há razão para que vás descobrir desta vez. Sabes quando achamos que encontramos o homem da nossa vida...? Eu acho que encontrei... és tu. Oh que caralho... isto vai de mal a pior. Eu? Ainda és tão nova para dizer essas coisas, ganha juízo. Estou a falar muito a sério, isto que sinto é tão grande que nunca vou deixar de gostar de ti, aconteça o que acontecer. Era capaz de lhe contar umas coisas só para lhe tirar esta ilusão idiota. Gajas iludidas são difíceis de gerir. O bom disto é que fazem da confiança uma cegueira enorme. E depois não pescam merda nenhuma. É tão bom. Oh Ana, dizes isso da boca para fora, o nosso amor (amor? ai que esforço que faço para não me rir) não é eterno, tens de ter noção disso... Ai é? Não acreditas que isto dê certo? Foda-se, detesto quando se armam em putas. Só fazem este papel para um gajo dizer que a relação vai durar para sempre. Mas não digo, foda-se, não gosto de lhe fazer favores. Isto está a dar certo, mas não sei se vai dar certo para sempre, percebes? Claro que não percebe, cabeça oca nunca percebe merda nenhuma. Só percebe é de cama. E disso percebe bem. Eu a pensar que já andava no 4º ano do curso da foda e aparece-me esta já com mestrado e pós-graduação, senti-me logo caloiro. É esta a magia da aprendizagem. E a magia que faz com que não as deixemos fugir, senão lá se vão as explicações a anatomia (obrigatórias em todos os anos do curso da foda). Eu não sinto que tenhas tanta vontade em estar comigo como eu tenho em estar contigo... Olha, obrigado. Não, a sério, o-b-r-i-g-a-d-o. Tu queres ir namorar para o rio, dar passeios de mão dada, trocar beijinhos ao sol, ver a lua a mexer-se, contar estrelas, foda-se, eu, como sou um gajo simples, só quero foder. Acho que vem daí a minha ideia de que isto não vai ser eterno, vai apenas ser bom. Embora a parte do foder ela também queira. E muito. Mas também quer mais coisas. E eu não. Embora se tenham de fazer, para se poder foder. Merda do caralho. É mesmo verdade que para vir algo de bom temos sempre de andar a comer merda uns tempos. Que é o mesmo que dizer que para foder temos de passar uma tarde a falar dos tios que trabalham não sei onde, e do passeio que ela deu não sei onde com não sei quem. Sabes o que isso me interessa? Sabes. Mas mesmo assim cagas e continuas porque queres fazer mais coisas para além de foder. E também sabes que eu não quero. Isto tudo bem visto resulta numa bela relação utópica. Eu finjo querer ser bom para ti, tu finges gostares muito de foder comigo. Mas o que gostas mesmo é de estar comigo. Ás vezes ser um gajo fixe tem destas merdas, gostam mais de falar do que de foder. Eu bem sugiro que podiamos falar enquanto fodíamos. Poupava-se tempo. Aliás, aumentava-se. Faziam-se duas coisas ao mesmo tempo, logo uma tarde podia multiplicar-se em duas. Já viste, genial! Mas não. Há que haver romance na nossa relação, Rui... Romance é o que eu chamo aos berros que dás quando andamos na martelada. Romance, paixão, calor. Foda. Sei lá, essas coisas. Têm tantos nomes que nunca sei bem o que lhes chamar. Acho que tenho de começar a ser mais directo contigo. Do estilo ou vai ou racha. Esta espressão é tão saloia. Eu gosto de saloias. A sério, excitam-me. Mas só as boas. É como todas as gajas, as boas excitam-me. (E agora para a frase perder completamente o resto de sentido que subsistiu...) A mim e a toda a gente (Genial). Rui, quero estar contigo, agora. Foda-se, agora vai-te foder, quero ficar aqui a namorar no café à beira-rio, vamos só dar um beijinho e dizer que vamos ficar juntos para sempre. A surpresa... Não, estejam descansados, era giro que tivesse acontecido, mas não, ainda não estoirei os neurónios, há coisas que simplesmente não conseguimos(/podemos/queremos/qualquer_coisa_emos) dizer. Tu mandas... Vamos para o carro. Cagas-me os estofos e 'tás fodida. Sim, lá isso é verdade, se te sujar os estofos é porque já estou fodida. (Engraçada. Sem ironias, foi mesmo. E porca também. Adoro.) Andas a apanhar esse humor todo de mim? Ando a apanhar muita coisa de ti. Vais apanhar com mais uma agora então. Que estúpido, anda daí.

Knock knock

Estranho? Estranho é continuarmos aqui a falar como se não quiséssemos estar a fazer outra coisa. Estilo beijinhos fofinhos? Isso é uma paneleirice... Então, não gostas de gajos? Gosto é de acção. Queres ir ver um filme, é? Queres fazer um? Só se for agora. Pode apetecer-me e não ser contigo. Claro que sim, não fosse isto uma relação liberal. Ah bom, por momentos pensei que não. Por isso é que ainda ontem fodi a Carla, a minha vizinha. Fizeste mesmo bem. Cabrão de merda. Chateada? Não! Ui, mau tempo... Cala-te, parvo, acabamos de falar sobre estas coisas, já te disse que não somos obrigados a nada. Óptimo então, à 4 dias fodi a Rita, aquela minha colega da baixa... É que és mesmo filho da puta! Explodiu, finalmente. Afinal sempre queres fidelidade... Não, não é isso, quero é um bocado de respeito! Respeito é não foder com outras? Não, respeito é não foderes com outras no mesmo dia em que fodes comigo! Ah...

domingo, 27 de maio de 2007

Nota:

Quando vão de férias, fazem as mesmas coisas que fazem durante o ano? Escrever é ir de férias. É criar um mundo e fazer dele o que apetecer. É plasticina com muitas cores. É liberdade para sermos quem queríamos ser, somos, ou já fomos. E é daí que se faz magia, as transformações constantes não deixam criar uma personalidade fixa, é tudo escuro por trás da capa que nos cobre. E ainda bem que assim é. Ninguém nos pode julgar por mundos que tenhamos inventado. Provas fictícias nunca foram levadas a tribunal. Um mundo utópico jamais poderá ser usado para julgar quem quer que seja, apenas as suas bases reais...

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Dias.

Podes ir e vir quantas vezes te apetecer. Vou ficar sempre à espera. Mesmo que te diga que não. É vício. Não gosto de gostar, mas preciso de gostar. Contradigo-me a cada passo, mas a culpa disto tudo é tua. Não (te) consigo evitar. Enquanto insistires em viver a mesma vida que eu, a vida nunca vai ser só minha. E tenho pena disso. A minha vida dava um filme bonito, se não fosses tu a realizadora e actriz principal. Vou envelhecer apaixonado. Tal como nasci. É uma maldição, isto, de gostar. Quando gostares assim vais ser uma pessoa melhor, acredita! Sabes o que é gostar por gostar? Aquele gostar que não se espera nada em troca? Gosta-se e pronto? Esse é o gostar mais complicado. Não se contesta, não se nada. É-se.

Capas Negras.

Costumas associar-me a músicas? Essas paneleirices tiveram o seu tempo, agora só faço isso quando quero armar-me em romântico. Conheces a Black, dos Pearl Jam? Toda a gente conhece, é o maior cliché, juntamente com o Notebook e Paulo Coelho, não tens lá grande criatividade. Foda-se, mas era suposto estar a armar-me em romântico? Foi só uma pergunta. Ah, desculpa, sim, conheço. Detesto a música. E lá se foi a teoria dela com o caralho. É assim que um gajo se safa destas merdas. Já ia o pé para o meio da argola, lá veio uma ideia salvadora. Agora quem se pode armar em revolucionário sou eu. Deixa-me adivinhar, essa música faz-te lembrar alguém, certo? Faz. Faz sempre, acho que toda a gente teve uma história com essa música. E qual é o problema? É mais que batido. E então? Então que se foda a música. Pronto, lá estás tu. Posso ser anti conices? Tens a mania de te armar em homenzinho, é até ao dia. Manda lá vir esse dia. O que é que é preciso para te fazer mostrar o teu ladinho fofinho? Uma gaja que me obrigue a mostrar um ladinho fofinho. Santa hipocrisia. Não sei o que é que queres, estamos num mundo de interesses. Como é que posso ter a certeza que como estás a ser comigo não é um papel que estejas a fazer? Foda-se, gajo mais original que isto é difícil, falo contigo como se fosses um amigo. E não sou? Não, és uma amiga, é diferente, amigas vão ser sempre amigas, amigos vão ser sempre amigos. Estava bem fodido se contasse ás gajas o que conto aos gajos. Aliás, um gajo, por esta altura, já teria percebido que eu tenho razão. Não queres ir falar com um gajo antes? Se o gajo tiver pipi e peito e estiver a fim... sou menino. Idiota. Temos de lanchar mais vezes. Já te estás é a esticar. Sim, porque eu vim aqui para ver se te comia... Espero bem que estejas a ser irónico. Claro que estou, mas se alinhasses na conversa era giro. Giro era ganhares juízo. Não me digas que ainda acreditas na amizade entre gajos e gajas. Daquela pura. Claro que acredito. Inocente ou ingénua, escolhe o adjectivo, assenta-te bem de qualquer forma. Se não acreditasse não vinha lanchar contigo, falar assim contigo! Se eu te dissesse que te queria comer, era assim tão chocante? (É que quero.) Claro. Que mania que vocês têm em gostar tanto de nós que nos metem na classe dos super amigos. Os super amigos são aqueles que estão na gaveta dos gajos tão tão tão fixes que não se podem estragar com relações amorosas. Ou com fodas esporádicas. Ah, então sempre existem! Cabeça oca, existem para vocês, porque todo o gajo que se preze tem sempre a amiga debaixo de olho. Especialmente quando é boa. Eu não acredito nisso. Qualquer dia tiramos a prova dos nove. Querias. Já te disse que sim. Estúpido.

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Selectividade

O facto de ser selectivo constitui um desafio a quem nos quer galar. Se nos auto intitulamos selectivos, aquele pensamento do "Ai és selectivo... já vamos ver isso" está logo presente. Ou isso ou o "Olha o cagalhão armado em esperto, bem que passas fome hoje". De qualquer maneira, o facto de ter os padrões de beleza altos pode ser um mau aliado em certas noites. É que amigas feias trazem amigas bonitas. E sem pontes ninguém chega ás outras margens. É triste, mas todos temos o nosso papel a desempenhar na estrada que liga o couro ao acto. Um bracinho ali, outro acolá, um gajo não é de ferro, ainda por cima com uns copos em cima já parecemos é manteiga. Lá se vai dando corda, nada de extravagâncias, só para a diversão. É nestas fases que nos perguntamos se a gaja é puta, para já estar assim connosco. E é também nestas fases que isso não interessa minimamente. A cabeça já so pensa no futuro. Para onde vamos a seguir, se quer boleia, se as amigas vão parar de chatear, se com aquela carinha vai alinhar em fazer no carro, coisas dessas que qualquer homem honesto pondera. O momento crucial é quando passamos de garanhandos para garanhões, ou seja, assumimos nós o comando do jogo. Isto de ter pressa ás vezes dá cabo de esquemas que podiam ser muito bonitos. Carinhas encostadas, vamos la tentar chegar aos lábios e... ela afasta-se. Puta do caralho, depois disto tudo estás armada em difícil? Paciência de santo. Que se passa...? Nada, mas hoje não estás com sorte, calhou-te uma selectiva...

Conversa de café

Teve de ser. Fizeste o que achavas melhor. E além do mais ela já estava a ficar fora de forma. Por acaso não estás a chamar gorda à Andreia pois não? Erm... Não era bem por aí. De qualquer forma ia dizer que tens razão, já estava bem flácida. Elas pensam que podem ser como nós, casam e começam logo a engordar. É, até levarem com os pés. Mas despachaste a gaja por estar gordinha? Sabes bem que a relação entre a gordura na gaja e o tesão no gajo é inversamente proporcional. Agora para compensar vais à disco ver se engatas uma anorética. Achas que andava aqui todo bem disposto este tempo todo se andasse só a comer presunto? Não, como gajo que és tinhas de te ir aviando de vez em quando. Claro, tudo por amor. Sim, para não perderes o interesse nela, já que ela é cinco estrelas como pessoa. E duas estrelas na cama. Duas estrelas gordinhas. Bem gordas. Vaca de merda, parecia uma rotunda já. Não sei como é que conseguias andar com ela. O pessoal já te gozava quando não estavas por perto. Quem, foda-se? Se for o Pedro bem que me posso rir, que ele a estoirar aquela cavalona não vai a lado nenhum. Ou então o Ricardo, que anda anda e não o vejo a fazer nada. Cada um no seu lugar. E todos no mesmo. Ser gajo é um orgulho do caralho.

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Fuck that

"Since I'm so broken down, why don't you fix me?" é uma frase bonitinha. Faz parte duma letra duma música dos Audioslave. Se calhar já muita gente a usou para a arte de bater couro. Em sítios onde a língua mais falada seja a inglesa, claro. Se formos a ver a mesma frase em português... a desgraça vem logo à tona. "Já que estou tão estragado, porque é que não me arranjas?". Mais tasqueiro que isto é impossível. Acho que tudo o que queremos dizer sai melhor se for dito em inglês. Tenho de começar a mandar-te foder em inglês. Será que resulta? Não. É que a única coisa em que o português dá uma valente sova ao inglês é precisamente nisso, no mandar foder. Sai com toda a vontade, com todo o sentimento. É bonito. Vai-te foder. Vai para o caralho. Puta de merda. Tudo que seja insulto do género sai muito melhor que qualquer coisa em inglês. Até nos faz sentir melhor depois de proferidas tais coisas. Mandar foder uma gaja não acontece todos os dias, daí que tenhamos de aproveitar bem o momento para o desfrutar por inteiro. O vai-te foder tem de ser aplicado no momento exacto. Naquele em que já dissemos tudo o que tínhamos a dizer (pelo menos que nos lembremos) e depois de já ter feito tudo o que tínhamos a fazer. O vai-te foder perfeito é quando a conversa não resulta em grande peixeirada a partir daí. Diz-se e está feito, não há contra-argumento nem nada dessas coisas, é fode-te e acabou-se. E temos de ir embora sem nunca mais falar. De cabeça erguida e peito cheio. Até ao dia em que apeteça foder. Nesses momentos, trocamos o vai-te pelo vamos, e o orgulho por necessidade. Sacrifícios que se fazem...

terça-feira, 22 de maio de 2007

Party over sleep

Está na hora de por fim a isto... não me posso continuar a enganar assim. Não gosto dela, venho cá fazer o quê? Sou casado, tenho responsabilidades. Mas tenho necessidades também, foda-se. Pronto, vou ganhar coragem e acabar com a palhaçada. Beijinhos de boa tarde já todos melosos... já estou com metade da vontade de acabar com a tal palhaçada. Sento-me na cama e fico quieto. Estou ainda a ganhar coragem. Está a custar. E seduz-me... Que brincadeira, depois querem que um homem seja honesto. Mesmo assim não mexo. Ali, forte. Quero mesmo comportar-me. Que se passa? Nada. Então? Então nada. E volta à carga. Não continues senão vamos ter uma noite muito agitada. E ainda estamos na tarde. Vais me dizer o que se passa ou não? Se ela soubesse o que eu queria dizer estava mas era calada e tratava de me levar ás nuvens. Pronto, não faças isto que é a morte do artista. Sentar assim no colo, entrelaçada? Foda-se, mandei uma carta para casa com o meu lado honesto. Espero que alguém a receba senão perco-o para sempre. É que isto é tortura! Pronto, pronto... e lá vou eu. Estúpido, agora quem não quer sou eu. Olha olha, armada em difícil, depois de ter andado aqui armada em pedinte. Podia ser cabrão e dizer "Ok", e por me a andar, que lá vinha ela feita cadela. Não, coitada, também não convém tirar-lhe o respeito por ela própria. Deita-se na cama de costas para mim e faz de conta que está amuada. Caralho, obriga-me a trabalhar muito e ponho-me já num sítio que eu cá sei. Aquilo de costas é um monumento bonito. Mas prefiro de frente, admito. Vamos lá ver quanto tempo demoras a ceder. Mais de dois minutos e quem não cede depois sou eu. Estás avisada. Telepaticamente. Virada de rabo para mim não sei que é que queres... tenho logo de me encostar a ti para falar ao ouvido. Mas nem falo, é só para estar ali encostado. E tu lá topas isso, passados uns segundos. Fazer o papel de inocente, como se não gostasses. Sai daqui. Que é como quem diz, quero foder. "Quero foder.", "Vai-te foder então.", ah, como era lindo um dia dizer isto... Pena que nunca consigamos mandar foder uma foda. Lógico que não saio. Vais demorar a parar de fingir que não te vais virar para mim? Digo isto mas arrependo-me logo, o rabo dela está bem encaixadinho ali, onde é que fui buscar a ideia de a virar? Foda-se, deve ter lido os pensamentos, está a virar-se. Foi só para me foder. Nos dois sentidos. E sorri. Como se eu gostasse daquele sorriso. O que eu gosto em ti anda tapado o dia todo. É a tua personalidade... Pois não, nem a ti te enganava com esta. Oh não. Não, não, não. O sorriso está a aproximar-se de mim. Queres um beijo. Que mania do romance. Ainda por cima comeste chocolate ainda à bocado. Estou de dieta, essa saliva tem calorias. Sai daqui, já estou arrependido. Mas o rabo... Foda-se, um sacrifício por um rabo. Lá dou o beijo. ... Ei, é só um beijo, não é uma endoscopia. Aposto que foi twix que comeste, já senti um bocado de caramelo. Chega de beijo, se faz favor, sim? Não. Não trouxe a sorte comigo, hoje. Tenho de recorrer ao travão do beijo mais usado no mundo, as mãos. Pelo corpo, claro. Se ela morrer hoje vou fazer questão que a medicina forense detecte todo o rabo dela marcado com impressões digitais minhas. E não só. E funciona. Começa-lhe a dar o calor. Pelo menos está com vontade de tirar a roupa. Que giro, não lava os dentes mas usa fio dental. São coisas. O tempo passa. Tenho de ir embora. (Passei a descrição do acto, peço desculpa mas podem vir crianças visitar o blog, prevertidos, saquem porn se quiserem aliviar-se) Tenho um jantar e uma festa, não vou ficar aqui a noite toda. Estás a brincar? Olha que grande maluca, quer mais. Não, não estou, tenho mesmo de ir. Para onde? Jantar, festa, coisas assim. É que é assim na cara, que parvalhão de merda que um gajo consegue ser. Fica aqui comigo... E agarra-se a mim. Preferia que tivesse armado barraca, ao menos saía logo dali, nem que fosse com um estalo na cara. Agora optar pelo papel de coitadinha... vai ser pior para os dois, vais ficar aí sozinha revoltada e eu vou sair daqui com peso na consciência. Ou pelo menos devia ser assim. Passa-se o corredor, chega-se à porta, novo pedido. Não vás... Vou. Chata do caralho, já não estou a achar grande piada. Abro a porta, chamo o elevador. João... Sim? Ligas-me, depois? Ligo... E deixo aquele sorriso para ela pensar que tenho um carinho enorme por ela. Que peso enorme na consciência. Estou a brincar. São apenas 5 quilinhos de hipocrisia. Toda a gente usa, posso usar também? Obrigado. Entro no elevador, despeço-me do prédio. Nunca mais a vi. Que pena. Podíamos ter sido grandes amigos, rabinho.

Cafeína a mais.

Ai que eu não acredito que meteste este CD a dar! É rádio... Ups. Ups mesmo, fizeste um dois em um, deste ar de idiota e já estavas a dar graxa. Pára de corar. Pára com isso senão nunca mais páro. Que surpresa, todo o mundo é assim. Sempre que falas sai asneira? Estes pensamentos arruinavam-nos se fosse possível ouvi-los. Tu lá sabes... O tu lá sabes é a maneira que o ser humano encontrou para dizer ponto final por extenso. E resulta. A não ser que um gajo queira encher chouriços e continue a insistir numa conversa morta. Qual é o vosso recorde de aguentar uma conversa sem interesse nenhum? Não é facil... encontrar quem tenha paciência para nos acompanhar. Ou aturar. Voltando ao início, onde vamos? Onde quiseres. Então vamos ali à praça, quero ver gente. Tão sociável, que fofa... não queres ir ver umas lojas, comprar umas roupas e ler uns livros? Eu vou contigo, a sério! Estás a falar a sério? É que o ar de pascácia denuncia tudo. Está na dúvida. Hmm, não. Estava a ver. A ver o quê? Se eras desses. Também estava a ver. A ver o quê? Se eras dessas. Tão engraçadinho... Quando sai esta expressão, com um tom de ironia, é sinal que tivemos mesmo piada. (Acabei de escrever umas cinco linhas de pura estupidez, mas apaguei tudo. Adiante.) É a ironia irónica. Que estupidez. (Ainda bem que apaguei as linhas, é que o que saiu agora não foi pura estupidez... (Agora foi ironia pura)) Eu não gosto de café. Logo, um convite para tomar um café só se pode transformar em duas coisas... ou num sacrifício para parecer bem, ou numa frize limão. Isto depende da companhia. Ou, em raras vezes, do sono. Uma frize, se faz favor. Ressaca, hein? Sim, uma ressaca horrível, só mesmo nestes casos é que bebo frizes, senão morro, é sempre um drama nestes dias. Nem saí de casa ontem. Não temos frize, só pedras. Deixe estar, então. Pedras é de velho, não bebo. Vês, se fosse ressaca bebia qualquer coisa. És um saudavelzinho, tu. Não tanto como tu. E pronto, está dado o mote no campo da corte. A partir daqui só o paraíso é suficiente. Vê lá se tomo isso como elogio. Era um elogio, lerdinha... Isso já não foi um elogio. Não me apetece continuar a contar o diálogo, já sabem onde vai parar. E já sabem onde os cafés conjugais acabam. Principalmente quando não há sol. Errado, sempre a pensar na foda, seus ordinários. Acaba cada um em sua casa, a pensar nas possibilidades que foram arruinadas. E a desejar uma segunda oportunidade, que nenhum vai querer mostrar que quer dar. Mostrar que se quer qualquer coisa é um trabalho árduo, mas é como dizem os calceteiros e os trolhas, para desculpar a vergonha que têm no seu trabalho, "é uma merda mas alguém tem que o fazer". Antes vocês que nós...

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Entrelinhas

Temos sempre de mentir para nos safarmos das perguntas mais indiscretas, ou até mesmo daquelas afirmações que são, na verdade, perguntas. Curto-te que fode! Isto é um "Curtes-me?". Que vai ter a resposta conforme a nossa reacção. Se um gajo se ri equivale a um "Ai que sou o maior, e tu já queres é mais qualquer coisa... vamos la ver", se diz que curte muito e essas tretas rabetas é porque já está apanhado de todo e passa por ser um paneleiro de primeira. As hipóteses, nestes casos, passam de 90 para 10. A recuperação é uma miragem. Mas é sempre possível... para quem acredita que os feijões conseguem levitar. Uma vez perguntaram-me se cabia na cabeça de alguém haver gajos/gajas que alinhassem ou se deixassem levar por casos de uma noite. Para já, o conceito de "caber na cabeça de alguém" varia bastante... Existem por aí cabeças que não lembram a ninguém. De qualquer maneira parto do princípio que o molde primário será mais ou menos o da minha. E na minha cabeça, para caber tal coisa, é preciso que, pelo menos, a gaja seja decente. A partir daí acho que tudo cabe na cabeça de toda a gente, por mais minúscula que seja. Convém adicionar que tal linha de pensamento tem de vir de uma cabeça masculina. Já sabemos como são as raparigas nestes assuntos... "Ai nunca! Porra, isso é de puta, nunca, nunca!". Isto até aquela noite em que as vemos com o Joaquim, ali do 5º esquerdo. "Quem é?" "Não sei... mas é lindo, não é?!". Somos todos iguais, só que metade gosta é de esconder.

sexta-feira, 18 de maio de 2007

Comparações

Sabes tão bem como eu que as coisas não têm necessariamente de funcionar bem. Ás vezes basta apenas funcionarem. Um pormenor ali, outro acolá, vai-se mantendo o edifício estável. Assim mesmo no limite, só para não desabar. Mais vale ir mantendo do que reconstruir. Reconstruir dá muito trabalho, não achas? É preciso muito trabalho de casa. Andar a tirar o que não interessa e investir no material certo. Pff, coitado de quem é crente. Ou estúpido. Ser estúpido, nesta coisa das reconstruções, pode ser um caso sério de... estupidez? O problema é que meio mundo gosta de andar constantemente nestas coisas. É como tentar reconstruir o WTC. Mais cedo ou mais tarde mais dois aviões vão lá parar e vai tudo abaixo outra vez, mas o povo tenta na mesma. Lema do costume, "ao menos tentamos!", parabéns, idiotas. Reparar coisas condenadas à nascença é um desafio que faz brilhar os olhos a muita gente. Não. Devia ser fácil ser calculista. Não dá, não se tenta. Fiquemo-nos pela manutenção estrutural das coisas. Há duas grandes vantagens nisto tudo. Primeiro, não cai. Segundo, está de pé. E toda a gente sabe que estas duas condições sempre agradaram a gregos e troianos...

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Can you keep a secret?

Quando estou apaixonado lavo mais vezes os dentes. É um facto. Que nada tem a ver com o que quero escrever, mas achei que era algo interessante de partilhar. Não é quando gostamos de alguém que mostramos o que de melhor há em nós? E o pior também. Que necessidade é esta, de agradar aos olhos de uma ou outra pessoa? Vai na volta e a teoria do equilibrio natural das coisas faz mesmo sentido. Quanto mais se mostra ao início menos se guarda para o fim. E estar com uma pessoa que não tem nada para descobrir pode ser um sério desperdício de tempo. Daí que seja sempre bom esconder um ou outro segredo, só em caso de ouvir-mos o tal "Ai, já sei tudo sobre ti, vai dar uma volta", "Ai já? Então bem que podes ir rever as tuas amizades femininas, acho que gostam mais de mim que de ti". Lógico que não é preciso ser tão drástico, mas barrar umas certas partes da casa às visitas nunca fez mal a ninguém. Há coisas que não são de contar nem ás paredes. É que quando confiamos em alguém para visitar esses tais locais barrados, há sempre algo que nos diz que já fizemos merda. Mesmo que seja por baixo da voz principal, aquela que diz que temos ali alguém cinco estrelas, que sabe guardar um segredo. Mais cedo ou mais tarde o quarto vai ficar exposto. Todo o mundo cede.

Para sempre

Mas quê, (sempre sonhei começar um parágrafo com mas quê) temos de ser felizes para sempre para podermos ser felizes agora? Uma vez uma pessoa disse-me que havia apenas uma altura na vida para ser feliz, para fazer tudo o que apetecesse, e que essa altura se chama presente. Temos 49 maneiras de passar um dia bonito, 50 de o arruinar. Ninguém tem o direito de pedir a eternidade a ninguém. A segurança traz comodismo, e o comodismo traz desleixo. Uma relação desleixada é uma porta aberta à ruptura. A ideia principal disto tudo, que já perdi entretanto, era a fixação no para sempre. Para sempre para quê? Para sempre é muito tempo. Assusta. Podemos gostar-nos sem ser para sempre e ficar juntos a vida inteira. E namorar muito tempo, casar aos 28, ter uns 3 filhos, ficar rico, avós, reforma, morte. É uma vida inteira. Se for uma vida cheia, vai valer a pena. Sabes quando pedimos a alguém para nunca fugir? Foge, senão arriscamo-nos a ser felizes.

Welcome

Portões abertos ao público.


Light them up!

Favores

Faz-me um favor. Fode-te. Apetece tanto dizer isto quando pedem favores. Fode-te, fode-te, fode-te. Mas não, os favores foram inventados para serem atendidos. Deus deve ter implementado um chip no cerebro humano que acede a quase todos os favores. Basta sair a palavra "favor" e ele desata logo a piscar. Diz lá... Ai vamos ali e acolá, que tenho de fazer não sei o quê e ainda tenho de ir ao outro lado da cidade deixar uma coisa com o não sei quantas. Fode-te. Mas fode-te mesmo. Na verdade, sei bem porque é que cedemos aos favores. Para os poder cobrar mais tarde. E é muito simples a forma como se desenrolam as coisas. Os gajos cobram os favores quando querem foder, as gajas cobram os favores quando querem novos favores. Roda tudo à volta disto. Basicamente, fodemos as gajas e pagamos em favores. Mundo cão. É que para além dos favores ainda temos de ser gajos porreiros, senão elas mandam-nos logo para o fundo do poço. E nós não podemos fazer o mesmo. Quer dizer, poder... podemos... arriscamo-nos é a ficar com as calças na mão. As calças e o resto. Obrigado Deus, por teres inventado o chip da foda.

Imagem

A imagem é a primeira característica que se aprecia numa pessoa. Nesta imagem mando eu. E não me apetece meter cá imagens. Necessárias ou não, aqui quero é que se leia(m).

Vícios

Apaga as luzes... Pronto, armada em romântica. Anda lá, fico envergonhada, assim. Ficas envergonhada? É que caso não tenhas reparado já estás nua. Se os teus pais te vissem agora não recebias nem meio cêntimo da herança. Parvo, não digas isso, assim é que fico mesmo mal. Por acaso nem fica nada mal, bem pelo contrário. E se me apetecer fazer com as luzes ligadas? Nao comeces... Apetece-me. Estúpido. É, mas já estás a ficar impaciente para foder um estúpido. Pois estou. Então trata de esquecer a luz ligada, hoje quero que o mundo nos veja a fazer uma coisa bonita. Para isso filmava-se. Filmar? Quem és tu? A mesma que à bocado queria desligar as luzes? Sempre a mesma merda, começa-se com a timidez e basta ganhar um bocado de confiança para tirar logo da cartola o lado mais porco das gajas. Sim, filma-se, mete-se na internet, abre-se um site porno e ficamos ricos à custa disso. Sim, tu é que depois não conseguias acompanhar o meu ritmo. Pronto, detesto quando se armam em fodilhonas. É um golpe baixo, mas resulta comigo, deixo-me logo de merdas e lá se faz o trabalho. Duvidar de um homem é o maior catalisador que se pode usar. Depois não te queixes se o meu "não aguentar o ritmo" te baixe a auto estima. Só por causa dessa merda nunca mais me vais ver na mesma cama que tu. Embora umas vezes no carro, ou no sofá, sejam de pensar. Depois vejo. O mais provável é estar cá amanhã outra vez para te manter no ritmo. Homens...

Tempos verbais.

Isto já não tem piada nenhuma. Qual é o problema em gostar de ti? Mesmo que não te conhecesse gostava na mesma. És daquelas pessoas que se gosta e pronto. Não tens ninguém assim? Eu tenho várias. Quem me dera não te conhecer e gostar de ti na mesma. Gostava menos. Deve ser por isso que até o planeta se apaixonou por ti. Tenho ciúmes dele, não digo que não. E teus também. Onde é que já se viu um planeta apaixonado? Também quero. Tu és como os famosos quando saem à rua. Tanto querem passar despercebidos que acabam sempre rodeados de fãs. Sabes quando os gajos se armam em senhores e pensam em escrever umas linhas? Inspiram-se em gajas como tu. Que passam e ficam. Ou nas outras, nas que fic(ar)am e que pass(ar)am.

Viste?

Quantas e quantas vezes já me disseram para ter cuidado contigo... Eu nunca tenho. Não preciso. Acho que nada do que possas fazer possa verdadeiramente magoar-me. Quem não gosta pensa sempre assim. É por isso que gosto de ti. O raciocínio ficou giro. Tu também és, mas o raciocínio é mais. As coisas sem rosto ficam mais bonitas. Não gosto de ti, mas és o único hálito a tabaco que suporto. Se bem que a vontade de te enfiar com uma escova de dentes na boca está sempre presente. Não consigo perceber qual é o gosto em ter os dedos a cheirar a tabaco o dia todo. Eu só os tenho na manhã seguinte às noites agitadas, e só dura até me levantar, ou seja, até me afogar num banho de espuma. Um daqueles que só existem nos filmes, a taparem apenas as partes que não se podem mostrar aos mais novos. Ás vezes imagino como seria gostar de ti. Podia ser giro. Podia resultar. Se calhar, com o tempo, até podia gostar de gostar de ti. Mas ainda bem que não gosto. És gaja de estar, falar, comer, em ambos os sentidos, mas de amar... não. Deve ser este o segredo de estarmos sempre bem. Por muita merda que façamos, o fim é sempre o mesmo. Amor. Quando não se sente... faz-se.

domingo, 13 de maio de 2007

Amores perfeitos

Há uma coisa que me escapa. Qual será o melhor casal-tipo, aquele em que, como se costuma dizer, os dois se completam, ou aquele em que os dois são almas gémeas? Já acreditei nas almas gémeas, depois de acreditar nos complementos. E já acreditei em almas gémeas que se completam, mas esse conceito é demasiado complexo para ser explicado. Tenho plena consciência que a teoria das almas gémeas é uma estupidez completa, tal como todas sobre sentimentos amorosos. Nada está estabelecido. As coisas acontecem. Mal de nós se fôssemos regidos por um caminho. Our world, our rules. As teorias das almas gémeas e do amor perfeito é suportada pelos apaixonados melosos, que só vêm o seu mais que tudo à frente e é refutada pelos angustiados da vida, que passam a vida à procura de algo que ela não pode dar. Viver é tão fácil, é como respirar. Gostar é que é difícil.

Régua e Esquadro.

Hoje não vim cá para te perder. Não vim. Venho buscar-te, levar-te onde nunca foste. Queres ir? Perguntar tão cedo sem um plano à vista parece loucura, e as hipóteses de aceitares são abaixo de zero. E se eu tentar? Que distância separa a sorte da estupidez? Anda comigo, não te peço outra vez. Hoje só te quero mostrar o que quiseres ver. Mesmo que não queiras nada. Nada te darei. Mas ao menos saio de consciência limpa, dei-te o que quiseste. Anda comigo, que tenho nada para te dar. Vais gostar. Podemos fumar cigarros até doer a garganta ou dar as mãos e sentir o ar da manhã. Tanto me faz. O importante era vires ver o que tenho para te mostrar. Esse ar não me inspira confiança. Bem sabes que nunca inspirou, daí estar calmo. Vamos? Vamos. Vai para dentro, só me queria medir. És tão pequenina. Vou dar-me uma prenda.

Perigo

Vi logo que não ia lá fazer nada. Olá. Olá. Demasiado simpático. Um sorriso menos aberto e estavas lá. Assim já estás a fracassar no primeiro minuto. A entrada é acolhedora. Os sofás também. Quantos gajos já não lá foderam. Qual é o interesse de meter o não no meio das frases? Não ficaria melhor sem ele? E faço-o outra vez, caso não tenham reparado, chamo à atenção. A casa é acolhedora. Acolhedora é a palavra que os pobres usam para dizer pequena. Anda, vou mostrar-te a cozinha. Quero lá saber da cozinha, achas que algum dia a vou usar? A não ser que queiras fazê-lo lá. Aí até viro chefe. Estou a brincar, não te iludas, não estou assim tão desesperado para vir cá fazer isso. Só vim atender às preces do costume. Anda cá Ricardo, preciso de um amigo. Lá vai ele. Até te dava a trancada se não fosses mais furada que o Kosovo. Penso nisto muitas vezes. Demasiadas, até. Penso porque tenho pena. Davas uma boa rapariga, se não fosses uma merda. É suposto falar bem de ti só porque sou teu amigo? Não há um dia que não diga aos meus amigos que são uns filhos da puta, porque é que não posso dizer que és puta? E acredita que lhes digo com sentimento. E eles orgulham-se disso. Porque para nós, gajos, ser filho da puta é uma arte. Falas-me dos gajos que andam atrás de ti para saciar a fome, do vizinho que é um prevertido de primeira, dos teus colegas de curso, de umas aulas que não interessam a ninguém. Enfim, de tudo um pouco. E um pouco de coisa nenhuma. És sempre assim a falar. Falas e primeiro que apanhe uma frase que me interesse já passou metade da tarde. Ou da noite. O que vale é que é raro lembrares-te de mim. Será que é desta que perdes a ideia que me vais conseguir convencer a foder-te? Nunca mais meteste na cabeça que a primeira vez foi um erro. Dos grandes. Mesmo. Já me disseram que foi depois de mim que te perdeste completamente. Tenho culpa? Não consigo gostar do que não me dá tesão. Preferia um clip erótico de 30 segundos na televisão que uma noite de amor (Amor? Foda-se, vou deixar de dizer “fazer amor”, é muito homossexual, quando se está a falar de gajas assim) contigo. O que vale é que me esquivei aos teus beijos, ainda me engolias a língua. O medo que eu tive dos teus beijos nessa noite. Foi traumático. Não posso falar de sexo, perco-me logo. Acabas com o assunto da treta e passas finalmente à razão pela qual me chamaste lá, como sempre, eu. Detesto esta parte. Tenho mesmo de parecer amigo. Dá-me pena da rapariga. Sabes bem como és especial para mim. Cá vamos nós. Sei, e tu também sabes como és para mim, já discutimos isso. Eu sei, desculpa voltar a isto, mas é mais forte que eu. Estou cansada de gostar de ti, quero mudar, quero outra pessoa. Olha também eu quero que queiras e que faças isso! Lógico que não falei, pensar é uma arma poderosa. Contra as mulheres nem por isso, adivinham muitas vezes. Mas a encontrar outra pessoa, era alguém como tu. Exactamente como tu. Foda-se lá a sorte, igual a mim? Mas nunca ouviste dizer que não há duas pessoas iguais? Sempre sonhei com o dia em que conhecesse um sósia ou um clone meu. Ou que conhecesse um Eu vindo do futuro. Sonho demais, isso sim, é a verdade. Preciso de encontrar alguém que me faça esquecer-te. Vai dando umas fodas, isso passa. Mais? Ups, és mesmo cabra. Então não tenho como te ajudar, isso costuma resultar com toda a gente. És a razão pela qual sou meia puta, admito. Meia? Meia, calça, camisola, casaco, tu és é o conjunto todo. Deixa lá… Isso vai passar, nem que seja quando morreres. És mesmo cabrão, nem quando estou mais em baixo és capaz de parar com essas merdas. Que merdas? Essas, que deixam louca. Não digas isso que fico com medo que me violes. E ri-se descontroladamente. Vontade não me falta. Fujo já. E fugia mesmo, a gaja parece uma leoa. Não, vá, eu páro, era um crime tirares-me assim o tesão. Podes sempre ir para o quarto com uma fotografia minha e masturbares-te. Para quê fazer o costume se estás aqui ao vivo? Joana, por favor, pára com isso, juro que estou mesmo para me por a andar. És gay? Desculpa? Se és Gay. Homossexual. Paneleiro. Familiarizado com o tema? Estou é meio deficiente. O que é ser meio deficiente? É ter só o lado direito deficiente? Ou só da cintura para cima? Que seria da lingua portuguesa sem o “meio”? Estávamos perdidos com certeza. Claro que não sou, sabes disso tão bem como eu. Claro que não sei, so fodemos uma vez, depois fugiste e desde essa vez que parece que tens medo de mim. E tenho. Eu não quero que tenhas medo… É impossível, já viste como são as nossas conversas? É impossível criar um clima, uma conversa decente, sem que vá parar ao assunto do costume, a foda. Entre nós, claro está. Vou dizer-te pela enésima vez. Tu não me atrais. Minimamente. Mentaliza-te disso. Queres ajuda para ultrapassar isso? Posso tratar-te mal, deixar-te com uma má imagem minha, pode ser que esse pedestal onde me tens caia finalmente por terra. Que tal? Nunca ia funcionar. Que merda de gaja que me saíste. Sujeitas-te a tudo. Dás-me pena, foda-se, chega desta merda. Ai que tesão que me estás a dar. Foda-se, adeus.