Quando era puto nunca entendi a razão de ser dos divórcios. Um gajo quando casa, é para vida, sempre ouvia dizer. Depois um gajo começa a crescer, a saber umas coisas e outras. Aprende que separação é tão normal como casamento. Trair é primo do mentir. E amigos transformam-se em programas conjugais aos fins de semana. O bom disto tudo é que não temos de nos casar para saber, porque melhor que passar por más experiências, é conhecer alguém que passe por elas. O engraçado desta tese toda, é que sou apologista precisamente do lado contrário da ideologia. Eu quero casar. Aliás, eu vou casar, mais cedo ou mais tarde. Quanto mais não seja, quando for velho e podre de rico, com uma
porn-star qualquer. Fora de gozo, tenho uma pancada pelo casamento, e acho que hoje em dia é levado tão pouco a sério que anda a perder todo o significado. Essas coisas de família, casa, carro, vida comum, bla bla bla, já é tudo feito antes dos casórios, não vá depois o pessoal não se adaptar bem e ir um casamento de vela. Modernices. Pergunto-me então para que serve o casamento, se não mais que uma obrigação... apenas e só para nos lembrar, com um bocado de ferro no anelar, que temos alguém a quem juramos fidelidade, e amar na dor e na doença, e em todas aquelas coisas que repetimos da boca do padre. A sério, que confusão que isto tudo me faz. No fundo detesto o casamento, por toda a ideologia que lhe está associada, mas gosto da ideia de família feliz que vem acarretada. Ah, lembrei-me, uma vantagem do casamento... é a separação, porque depois na arte de bater couro podemos sempre usar aquele título com o verdadeiro charme... Então e tu, como é a tua vida? Pá... sou divorciado. Divorciado, grande pinta. Uma pessoa quando diz que é divorciada é logo a admitir que quer molhar o bico. Estou ansioso por me divorciar. Ok.
Perco-me a falar destas coisas porque nunca sei qual é o lado bom nisto tudo. O que sei são umas linhas básicas. Vou casar. Não tão cedo. Aliás, velho. Vai ser com uma que vou gostar mesmo muito. Ou então com a menos má, caso não encontre um amor digno disso. Vou ter uns poucos de filhos. Vou ser um deus para eles. Nem que não haja mãe. Talvez me divorcie, só para provar a quem casei (que vai acreditar no amor eterno) que... o amor eterno não existe! Sou um gajo que curte refutar as ideias dos outros. É só por capricho, mas é provável que aconteça.
Noutro dia pus-me a discutir o casamento não sei com quem, tinha de cá vir despejar ideais!