quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Fácil de escrever

Escolho uma banda sonora adequada, para que as expressões mais tocantes me consigam levantar a motivação que teima em vaguear em terrenos medíocres. É fácil escrever para ti. Tão fácil que o que me sai agora não é premeditado, é fruto de movimentos involuntários. Look what you've done, é a escolhida, Jet. A letra não é a ideal, mas foi a primeira que apareceu, a melodia é boa. Um dia somos capazes de a ouvir à beira-rio, à românticos, armados em gente bonita. Um beijo roubado no banco do jardim e outro perto da água gelada, para nos aquecer o coração. Miminhos a tarde toda, para sairmos dali sem necessidade deles durante uns cem... segundos. Estar contigo é chocolate a meio da tarde e açucar em maracujás. É quase tão bom como esperar duas horas numa paragem de autocarro pela viatura que nunca irá chegar. O problema? Nenhum. Podemos sempre pedir boleia ao carinho e tratar de fazer a noite valer por cinco. Cinco beijos na disposição e outros cinco no coração. Como é que consegues? O quê? Por-me sóbrio com dez shots em cima. Medo. Medo é acordar com cara de quem tem de ir dormir. Mas, vendo bem, quem se importa com a cara com que acorda se temos uma mais bonita ao nosso lado?

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Crenças

É enquanto o mundo dorme que me refugio na rebeldia do sono. É tudo tão bonito quando estamos sozinhos. Tão calmo e sossegado. Se assim o é, para que existe esta necessidade constante de querer sempre alguém do nosso lado, a acompanhar as nossas vitórias diárias e a corrigir os erros que damos pelo caminho? Acho que o erro é pensarmos que precisamos. Porque, na verdade, não precisamos - queremos. Se não estivermos com ninguém durante um ano, não morremos nem tão pouco ficamos com problemas graves de saúde (salvo certas pancadas, claro). Logo, não precisamos. Ou seja, tenho para mim que a tal necessidade é criada apenas e só por nós. É bom ter uma alma gémea, mas também é bom ter um Ferrari e não é por isso que todos temos. Agora uma coisa é certa, ninguém envelhece sem um grande amor ou uma relação de longa duração. É a natureza humana, a busca incessante da sua outra metade. E eu pergunto-me, inúmeras vezes, se poderia ser mais bonito tal ritual de descobrimento. Mil e uma condicionantes físicas e psicológicas a terem de encaixar na perfeição com outras mil e uma. Há teorias que defendem que para cada pessoa existe a tal. A tal que a completa, a tal com que sonham desde que viram filmes de amor na infância. Eu não acredito que seja assim tão linear, mas acredito que a minha ande por aí. Se a encontrarei ou não, isso deixo a cargo do destino. No qual, já agora, também não acredito, mas que é uma óptima forma de encarregar os nossos planos futuros ao sabor do vento.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Odisseias

Estou a ouvir a nossa música. Ainda me dá arrepios, como da primeira vez que a ouvimos, acreditas? Fico parvo com estas coisas. Quase que aposto que se a ouvisse no deserto, na hora crítica, me arrepiava na mesma. O concerto memorável, embora fraquinho e com pouca adesão. O dia fantástico, embora chuvoso e frio. As adversidades foram criadas para serem ultrapassadas. Enquanto por cá andarmos, pouco ou nada saberemos sobre o significado dessa palavra. Gosto que a minha visão seja o teu olhar, o meu tacto as tuas mãos e o meu paladar a tua boca. E que o meu amor... o meu amor sejas apenas tu. Dói no coração ter de estar dois metros afastado de ti, imagina quando sais do meu campo de visão. Por mim testava o limite da exaustão conjugal contigo. Ver até onde nos aturávamos. Só porque sei que seríamos eternos. Quem não sente como eu te sinto não sabe o que é sentir. É acordar de manhã e ter uma mensagem bonita no telemóvel, beijar o canto do lábio como quem conta um segredo. Escolher um céu estrelado e alugá-lo por uma noite, para nós, denominar cada estrela com um nome à tua escolha e levá-las a todas, no bolso, para o quarto. Colá-las no tecto para que nos testemunhem todas as noites e saibam que gostamos tanto um do outro hoje como gostávamos no dia em que as adoptámos. Sabes o que há de melhor em ir dormir agora? É saber que vou sonhar contigo. Até já.

Teorias do gostar

Já dizia Fernando Pessoa, Primeiro estranha-se, depois entranha-se. Nem que seja à força. Ambiguidades! Estou a falar, claro, de nunca ter gostado de musica tocada por uma orquestra até ter ouvido o álbum dos Metallica com a orquestra de São Fransisco, S&M, e mais tarde me ter rendido a Drink up me hearties, de Hans Zimmer. Tudo bem que fora isto, pouco ou nada me agrada, mas isto prova-me que somos capazes de gostar de tudo, desde que venha moldado à nossa maneira. Eu não gosto de feijão, mas se vier um embutido num abacaxi a acompanhar picanha... adoro feijão! O difícil é encontrar a forma de gostar. Acho que o equilíbrio é essencial em tudo que a Natureza comporta. Posto isto, em relações sérias, propriamente falando, nunca podemos gostar demasiado de algo (ou alguém) nem convém nutrir algo abaixo do termo gostar, claro. O que é demais enjoa, já diz o ditado. É que, na minha maneira de ver, o gostar muito tende a confundir-se com sufocar, apertar ou limitar até a vida comum. Para ultrapassar estas adversidades é preciso... gostar muito da outra pessoa(?)! Mais paradoxal que isto é difícil. Para que gostar em demasia não seja o fim das relações é preciso gostar ainda mais? Então mas qual é o drama? Dinheiro gera dinheiro, amor gera amor. Quantas vezes temos de fazer o triplo da força para que as coisas corram bem? Procurar algo que pode ser rectificado, melhorado. É só encontrar o álbum correcto, por uma banda sonora que se adeqúe e... gostemos à vontade, sem medos, haverá maneira de tudo correr bem.

Comparações e repetições

Ouvir trovoada de auscultadores é como chorar à chuva. O mal está camuflado, mas continua lá. Afirmemos perante todos que quem gosta nem sempre se importa. Eu, quando gosto, importo-me! O problema é gostar. É assim tão fácil gostar de alguém? Apaixonar devia ser um verbo tão executável como a maioria dos demais. Respirar, caminhar, escrever. Não fazia jeito? Apetece-me gostar. Gosto! Era óptimo e dava um jeitão. As fases que levam um gajo a apaixonar-se são tão complicadas como imperceptíveis. É mais ou menos como naqueles jantares com o pessoal... bebemos que nem uns desalmados, nem sabemos bem como, e quando damos por nós... já éramos. Tão apanhados que estamos na bebedeira já nem sabemos como nos livrar daquilo. Daí que estar apaixonado seja uma espécie de embriaguez intemporal. A única diferença é que a embriaguez é opcional. Se nos quisermos emborrachar... emborrachamo-nos! Se nos queremos apaixonar... não fazemos nada. Deixamo-nos ir, ao som dos acontecimentos que nos são reservados. Afinal de contas quem não gosta de estar apaixonado? Os dias até ficam melhores! Nós ficamos melhores. Por acaso até sei quem não gosta de estar apaixonado: quem gosta de quem não deve. Mas isso são outras histórias.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Rise up

Achar uma rapariga suficientemente engraçada é o mesmo que dizer que se roça os mais baixos padrões de beleza aceitáveis. Mas se há coisa estranha que pode acontecer, é estar com alguém desse nível. Não nos sentimos especiais, não sentimos que estamos no céu. Sentimos, apenas. O que não quer dizer que tenha de ser, obrigatoriamente, mau. Bem pelo contrário, quem fica a dever à beleza na cara... convém que compense num qualquer outro aspecto. Estava a falar da conta bancária, por exemplo, preversos. Quando somos putos, a sensação de estar pela primeira vez com alguém, "a sério" (como dizíamos na altura), é equiparável à primeira vez que nos fazem a barba duas vezes na barbearia. "Já és um homem", lembra-nos Deus. A diferença, é que quando comíamos alguém íamos logo contar aos amigos, todos contentes. Com a barba íamos para casa, na mesma todos contentes. Nesses tempos os padrões são muito relativos visto que se cingem, basicamente, à beleza do rosto. É gira? Come-a. É feia? ... Come se quiseres. Resumindo, come. Depois um gajo cresce, ganha juízo, começa a fazer uma dieta racional (no que toca ao mulherio) e deixa de contar tudo aos amigos. E coloca fasquias altas. Tão altas que quando se encontra um meio-termo já não se fica satisfeito. É a ambição, em matéria de relações. Qual é a adrenalina de estar com alguém que... serve? É como poder ir ao restaurante mas contentar-se em ir ao banco alimentar. Haverá maior verdade que afirmar que a fome é a maior inimiga da selectividade?

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Diário boémio

Um dia saí à noite sozinho e sóbrio, para um sítio que não conhecia, só para me sentir desconfortável. Propus-me voltar para casa só depois das oito da manhã. Um desafio dos grandes. Como diz um colega meu, levei a minha melhor roupa. É um desastre. Tentar não passar despercebido é uma tarefa bem mais difícil para um gajo do que para uma gaja. Os gajos são todos iguais quando saem à noite, calças de ganga e t-shirt ou camisa e lá vão eles. Ou em dias em que a veia homossexual se apodera de nós, cavas (de mim nunca se apodera e eu abomino cavas (exceptuando quem não depila a axila, fica sexy)). Mais artefacto espalhado pelo corpo, menos artefacto, não podemos muito fugir à nossa mais pura natureza. Já a gaja pode escolher mil combinações que há sempre maneira de melhorar infinitesimalmente o conjunto. Tendo noção disto, um gajo só pode confiar numa coisa: em si. E das duas uma, ou se encosta no num canto armado em bom e espera que tudo o que passa olhe e comente (e se fique por aí), ou desce do pedestal e dá uma lapada à mania. (Tentar) Falar, pagar bebidas, fazer de conta que conhece, tudo vale no caminho para a glória. Na mente dum gajo tem de estar sempre presente uma coisa: chegámos sozinhos, se sairmos sozinhos não perdemos nada. Daí que o verbo que mais se conjugue na mente masculina seja tentar. Mas sempre aliado à inteligência, como é óbvio. Se o alvo for um avião de primeira, por exemplo, não convém irem com o paleio que resulta lá na aldeira de onde vêm. Uma gaja assim já ouviu de tudo e mais alguma coisa, a tentar é a fazer algo pela qual ela nunca tenha passado. Difícil, claro. Há sempre o plano B, que consiste em escolher a melhor das que ela já ouviu ou a que ela gosta mais. Isto já depende da vossa dedução (que vai, invariavelmente, falhar). Quem pensa que para sair e divertir-se não precisa de ninguém... ou tem corpo de modelo, ou quando sai é para ir de portátil para um sítio com cobertura wireless ler blogs como este. É que os amigos não são mais que apoios que levamos para nos divertirmos se não arranjarmos acompanhante do sexo oposto. Imaginem que saio eu e mais três gajos. Eu e outros dois arranjamos qualquer coisa (claro que não posso ser eu a servir de exemplo a ficar a seco!), o outro... está desgraçado! Ou se emborracha no balcão e gasta uma pipa de massa ou vai para casa ou para o carro pensar no infortúnio que a vida é. Geralmente, este costuma ser o gordo, com carta (que não bebe para não haver problemas com a polícia). Para que conste, até costumo levar o carro e sou gordo (de criatividade e inteligência (desperdiçada)), mas como bebo, mesmo que tenha o carro... não posso servir de exemplo na mesma. Quando escrevo com a Liliana Aguiar na televisão as ideias perdem-se um bocado, admito. Imagino-me qualquer dia a encontrá-la numa disco, eu a usar a minha melhor roupa, a apostar tudo. No fim de contas só ia ter uma coisa a mais na vida... mais uma conjugação do verbo tentar. Ah, e o desejo de ter levado amigos!

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Teoria da confiança alheia

Sou um homem de crenças. Acredito no amor, no dinheiro, no trabalho (nem tanto), no jogo... por aí. No que não acredito, entre muitas outras coisas, é na amizade entre gajo e gaja. A não ser no meu caso, que tenho algumas boas amigas raparigas. O resto dos gajos não é capaz de ter uma boa amizade sem ver com bons olhos umas bem dadas ou até uma relação séria. E isto não é ter a mania, é a mais pura das verdades. Neste assunto, sou a excepção que confirma a regra. Qual é o gajo que anda por aí à procura de gajas para serem amigas? Nenhum! Anda tudo é à procura do que toda a gente sabe. Não estou a dizer que não ando também, mas o facto de ter boas amigas (e amigas boas também) por quem nunca nutri qualquer desejo ou algo do género deixa-me orgulhoso. O que quero dizer com tudo isto, é que custe o que custar, e dêm vocês os exemplos que derem, gajas, os vossos grandes amigos estarão sempre receptivos a uma aventurazinha de cariz sexual. Claro que isto só é válido se forem minimamente bonitas e bem feitinhas. Não há nenhum que diga não. A não ser, claro, os rabetas. É isto que vocês nunca vão entender e que será sempre tema de discórdia entre casais, quando os ciúmes chegam. Os grandes amigos só lá estão para reservar lugar na primeira fila quando for tempo de chorar mágoas. E tentar ficar com qualquer coisa para comer, claro! Tirando eu, como é obvio, não se esqueçam, eu sou a excepção que confirma a minha própria teoria.

Eu? Não!

Haverá coisa melhor do que ouvir uma rapariga, com toda a sua vontade, chamar-nos filho da puta? És um filho da puta! Foda-se, que bom! E meter aquela cara de pouco ou nenhum impacto... ui, vão à lua! Apostava até que preferiam naquele momento substituir aquela cena por uma lavagem de dentes com o piassaba. Ok, se calhar nem tanto, mas fica a hipótese. Claro que para merecerem um momento destes, têm de fazer merda - da grossa (engraçado o jogo entre piassaba e merda). Trair, tratar como lixo, ignorar constantemente, ser apanhado com outras gajas já com bastante confiança, sei lá, a lista é enorme e toda a gente a conhece. Ou, lembrei-me agora da melhor, estar todo amoroso com a nossa mais-que-tudo (do momento) e recebermos uma mensagem, ela quase nos obrigar a lê-la e nós cheios de medo que seja quem não deve e... (surpresa das surpresas) é mesmo! Uma mensagem em cheio, daquelas que por muito que tentemos dar a volta estamos resumidos a uma palavra: fodidos. Uma pessoa tenta de tudo para evitar estas situações, mas a acontecer, que venha com um filho da puta no fim, senão lá se vai o gozo. Mas uma coisa vos digo, amigos e amigas, que uma pessoa uma vez me disse e guardei: nunca, mas nunca, saiam chateados de uma relação. O objectivo é bem dedutível.

(A)talhos

Existem coisas que por muito que se tente, não se conseguem esquecer. O teu namorado é uma delas, embora nem o conheça pessoalmente. Paradoxal ou nem por isso, a culpa foi tua de tal acontecer. Só passado muito tempo é que vim a saber que o rapaz andava metido na musculação e lutava uma arte marcial qualquer. Mete respeito, no mínimo. Embora eu também ande no ginásio e continue com os mesmos quilos flutuantes de sempre. De qualquer maneira não sei como estão vocês agora - quer dizer, estou-me a cagar para vocês, não sei é como estás tu agora - e a minha ignorância permite-me imaginar cenários delirantes. Não preciso imaginar o vosso passado à minha efémera passagem (em termos temporais, é claro), visto que o contaste, basicamente... (vamos la escolher uma palavra sem hiperbolismos) todo! E todo o bom assassino estuda bastante a sua vítima para não falhar na hora crucial. E que grande hora crucial saímos nós. Estou habituada a que seja rápido... por favor tenta variar as coisas! Não sei se era tentativa de pressão ou caso sério de necessidade (o espelho relembra-me que é a primeira, depois de analisar bem a minha face), mas a primeira reacção foi lógica: rir! E a segunda também: continuar a rir. É que se passar pelo namorado na rua sei quem é (e o que não é... capaz). Adiante, a admiração era dela, visto que a minha insistência em não ser rápido se mantinha, aliada à super motivação do toma lá(,) caralho, para veres a merda de namorado que tens!, que resultava em constantes reacções de espanto pela duração do acto - Foda-se, mas que merda é esta? O teu recorde é 10 minutos? Pronto, que seja, ainda bem, mais valor me dás. Não deves é conhecer o mundo lá fora. O que imagino, várias vezes, é voltares para o João (chamemos-lhe assim) e ele a fazer o trabalho de sempre. A cara de insatisfação a olhar para o tecto. As horas - Horas? Que digo eu? Minutos, não era assim? - a passarem e tu a pensares quem seriam os convidados do programa da noite da Sic. Mil e um possíveis problemas que brotam do que mais teme o casal: coisas novas - vindas do exterior. (Bem) Para o interior.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Pipi rules the nation.

O caminho até ao sexo é das coisas mais injustas que existe. Mais ainda que lutar contra o Pinto da Costa. As gajas fazem o que querem de nós. E isto deve-se a apenas uma razão: o pipi é delas. Apetece-me. A mim não, fode-te. Que giro. Quando lhes dá a vontade a elas até agradecemos a São Pedro (pelo bom tempo). O que não há maneira de fazer é tentar mandar nesta vontade, isto é, sermos nós a decidir quando apetece, ou não. A ideia que mais me prende na cabeça para que tal seja possível (que não é), é ter de não nos apetecer, para que ela fique fodida (que não fica, nos dois sentidos). E não podemos ceder. Quem, no seu juízo perfeito, faz isto? Quem se sujeita à luta pelo domínio da vontade sexual abdicando... disso mesmo? Quer dizer, o caminho para a felicidade é... a infelicidade! Foda-se, merda mais a banalização das desculpas para não querer foder. Ai amanhã tenho de acordar cedo, estou mal disposta, tenho sono, estou cansada, estou... - foda-se, cala-te, caralho! Acho que me enerva mais ouvir desculpas que não aliviar a te(n)são. São elas que têm a faca e o queijo na mão, daí que só dê para comer tosta mista quando ela quer, caso contrário ficamos só com o fiambre na mão.

No way!

Não acredito em relações superficiais. Acredito que existam casos de uma noite e relações para a vida. Ou, pelo menos, a longo prazo. Não é concebível que duas pessoas se juntem por carência sexual. Isto claro, não tendo uma relação. Que mentalidade é esta, incutida nos levianos dias de hoje? Todos temos como objectivo de vida encontrar a rapariga ideal, apaixonarmo-nos e fazer um filme bonito, certo? Posto isto, que raio de fome é esta que leva meio mundo a tentar galar raparigas a toda a hora? E digo isto com enorme franqueza, tendo alguém que amamos ao nosso lado, nunca, mas nunca, precisamos de algo mais que isso. Já diziam os trolhas do meu pai, quem ama não vê cona. E tinham uma moral do caralho. Not. Adiante, o medo da traição só nasce quando a confiança não é total. Sem amor não há confiança. Logo... juntando todos os pontos inversos... basta que as duas pessoas se amem para que confiem e para que não tenham medo da traição. E, já agora, o mais importante, que não caiam no pecado da carne. Mas não deveria ser isso algo normal? O não trair? Uma ocasião estava numa daquelas jantaradas de família em que se reúne toda a gente (até vem o tio do meio irmão da mãe que emigrou para a Suiça com 2 meses), e eis que uma das personagens se vangloriza de estar casado à 40 anos sem ter traído uma única vez! Isto é que é amor!. Foda-se, amor é não trair? Não devia isso ser levado como mais que normal? Amor é nem sequer pensar nisso! Cheguei à conclusão que ele deve amar tanto a companheira como as mulheres árabes amam os respectivos. O que interessa nisto tudo é que acho linda a capacidade que o amor nos oferece de ficarmos plenamente satisfeitos com o que temos sem precisar de nada vindo do exterior. Seja linda, feia, gorda, magra. Se gostarmos, é sempre bom! Quem não olha para aqueles velhinhos que dão passeios de mão dada, já fartos de ver cabelos brancos, com olhos de admiração? Eu olho e ás vezes perco-me em divagações sobre uma vida assim. Usando a teoria do ying-yang, o nosso mais-que-tudo tem de andar em qualquer lado, e eu acredito que mais cedo ou mais tarde todo o mundo encontra a sua velhinha de cabelo branco e que possa chegar aos 80 anos e dizer, com reciprocidade instantânea, que é uma alegria ter vivido uma vida inteira sem olhar com interesse a outras pessoas. São formas de prazer que o sexo nunca vai superar. Nem com terceiros.

Way!

A atitude mais fácil de tomar nas relações em que não investimos nem nos preocupamos é usar o don 't care a toda a hora. Saí. Tudo bem, nem quero saber para onde; Não se fala durante uns dois dias. Tudo bem; O facto de sabermos que a gaja faz asneira é que nos revolta, porque se ficarmos na ignorância it's all good. Imaginemos que, uma noite, a rapariga com quem ando metido (a direita, para que conste) andou meia bêbeda, perdida por bares a dar bola a tudo que se metia com ela. Quando chega à minha beira está bem de saúde e disposta a festa. Chegando eu ao local como santo inocente, sem saber de nada, o lógico é tratar de gozar um bocado a noite e depois... a cama. Ou outro sítio qualquer. E dizem vocês, com a prepotência que vos é reconhecida, algo como és um manso do caralho!. Concordo. Mas em absoluto! No entanto sou um manso realizado. E leve. Das duas uma, ou és mesmo corno e estás a tentar desculpar-te, ou... és ainda mais puta que ela. Hmm, ser homem-puta é o sonho de qualquer homem. Perguntem a qualquer homem (com h grande) e verão que tenho razão. Se discordarem encontraram um paneleiro. É que as coisas são muito simples, o gajo que começa uma relação de circunstância, só para ir tendo alguém, já tem na mente encornar mais cedo ou mais tarde, tal como vai precavido para ser encornado de vez em quando. A poligamia é uma coisa linda. Se em vez de usarmos a palavra trair usarmos a palavra variar, a relação fica algo de mágico. Ok, já estou a exagerar. Não há homem na Terra que goste de partilhar a mulher. Ponto final. Mas gostamos de ser partilhados. Se elas se partilham e ficamos a saber... vem a casa abaixo e vem a caçadeira à mão. Se nunca chegarmos a saber... fica tudo na mesma e passamos por ser uns enormes tanços (tinha ideia que tanços se escrevia tansos, mas ontem, ao ler um livro do MEC, deparei-me com tanços e o meu mundo desabou, 20 anos de palavra mal escrita). A questão que se prende no meio de tanta filosofia é o caminho a escolher. É preferível viver na ignorância em relação ao marfim que vão semeando na nossa cabeça ou saber de tudo e ser o eterno miserável (sim, porque todo o mundo encorna)? Eu tenho a resposta, amigos. Tudo depende... da gaja. Se for boa, caguem nisso (provavelmente vocês serão também o amante de outra relação que ela tenha), se for naquela, tratem-na abaixo de cão. Ah, sem descurar nunca (!) o vosso lado, tratem de ir brincando de vez em quando para não chegarem ao dia do juízo final e lamentarem-se do sempre decandente ai se eu soubesse, na altura tinha sido diferente... Foda-se, os princípios são assim tão fortes que não vos permitam brincar ao amor de vez em quando? Feliz de quem é puta.