sexta-feira, 27 de julho de 2007

Mindtrap

Quando a vi até tremi. De medo. Vinha tão furiosa que o Katrina à beira dela era um menino. Assumo a minha culpa mas, foda-se, haja bom senso, não mereço que ninguém se chateie comigo. Toda a gente sabe que sou bom rapaz. Hmm, por momentos revejo o filme todo. Uma noite, andava ela toda bêbeda, começou a pregar aos sete ventos que era virgem. Virgem que nem uma africana explorada todo o santo dia, pensei eu. Pensas mal, disseram-me na altura. Parece que o tal ditado académico de que uma pessoa bêbeda só diz verdades se aplica. Tenho para mim que toda a mulher que debande pela suprefície terrestre com o seu pipi inviolável leva um bónus de 20 pontos em termos de motivação para qualquer gajo. Não me perguntem porquê, não respondo. Neste post, pelo menos. Isto são coisas que se ouvem, que ficam guardadas na memória. Para futuro tratamento de dados. Acontece que as pessoas se encontram na noite. As pessoas falam. Falam. Falam. Falam. Beijam-se. Fodem. E fodem-se. De virgem nem o signo tinha. Se eu morasse naquele orifício vaginal passava a vida a falar mal do frio, tal era a corrente de ar. Mas tinha a sua escola, fizeram-se coisas engraçadas. Já tinhas estado com muita gente antes? Queres o meu número, é? Se quiseres dizer. Na boa, 916117123 (é fictício, nada de ligar para o desgraçado). Engraçadinho. Sei lá, que pergunta... pouca coisa, não sei ao certo (Como é que cabe na cabeça de alguém não saber ao certo e serem poucas?). Eu já estive com alguns rapazes. Pois já vi que sim, mas como tinhas dito, uma vez à noite, que eras virgem... Eu disse-te isso? Quando? Já lá foram uns tempos... Se calhar na altura até era. Meio ano, no máximo. Ah, isso não. (A certeza da frase é tal que está a valer a dinheiro que andava metida era em ménages com 2 moçambicanos avastados) Devias estar a gozar comigo, então. Eu quando estou bêbeda dá-me para dizer coisas estúpidas, confesso. Eu quando sou enganado dá-me para foder gajas à chapada, confesso, QUE TAL? Podia ter dito algo do género. Depois admira-se que um gajo deixe de dar notícias. Foda-se, puta do caralho, a foda pode ser boa, mas o nosso Zezinho (quem escreve Zezinho com acento agudo no "e" merece a morte lenta) não precisa de andar a resguardar-se em tocas para ursos polares (sim, estou a referir-me à tua cavidade conal (cavidade conal, acabei de inventar uma expressão genial, estou feliz). Não sei se sabem o que sente uma pessoa quando pensa que vai comer uma Catarina Furtado e lhe sai na rifa uma Elsa Raposo (mais rebentada que o Iraque), mas acreditem, é uma merda. E depois mensagens para ver se a coisa continua ou evolui. Ou evolui! Que riso. Evoluir só se for o diâmetro dessa toca, o que duvido que seja fisicamente possível. Continuar, só se for a minha ignorância em relação ás tuas chamadas. Até agora, que me cruzo contigo. Tu saíste-me um grandessíssimo filho duma puta! Quer dizer, tem problemas comigo mas insulta primeiro a minha mãe, foda-se, mas afinal quem é a estrela aqui? Estas coisas fazem rir uma pessoa, mas tento ter respeito pela dignidade da minha colega e respiro fundo, meto um ar semi atrapalhado e lá me sai qualquer coisa. Mas o que é que foi, rapariga? Ainda tens a lata de me falar assim? Depois do que se passou devias pelo menos falar comigo. Já falamos, lembras-te? Levei-te a casa, depedimo-nos e está feito. Está feito? Olha para ti a falar, metes-me nojo! (Nota: o teu pipi também) Meto? Então para quê este alarido todo? Se não falo para ti é porque não quero falar. Foi isso que vim aqui confirmar, meu cabrão. E trata-me mal, como se eu me importasse ou ficasse magoado. Só torna isto tudo mais giro! É por isso que gosto de discutir estas coisas assim, abertamente, com quem se preocupa connosco. É amor a transbordar em todos os sentidos. Um dia, quando o Inverno rigoroso chegar, a comida escassear e a água congelar, vou precisar de uma caverna quente para hibernar. Qual urso polar. E quão urso me irei classificar quando essa altura chegar. E tão bem que vão fazer à puta da mania de mandar foder quem nos fará falta, esses tempos. Tenho de deixar de ver o National Geographic.

terça-feira, 24 de julho de 2007

Not enough

Your love alone, is not enough. Pois não é, de todo. Nem elevado ao cubo era. Amor assim posso dar-me ao luxo de meter no lixo. You said the sky would fall on you. Não caiu mas devia ter caído. Mania do caralho de se acharem coitadinhas. Têm mais é que aguentar com as merdas que vos acontecem. Depois os homens é que são coninhas. Through all the pain your eyes stayed blue, baby blue. Baby blue é altamente. Gostas? Não. Deve ser por isso que os teus olhos se mantiveram dessa cor. A vida pode dar vinte voltas, esse azul nunca muda. Quando tiveres uns olhos castanhos esverdeados vais ver que aquela treta dos olhos serem o espelho da alma até pode bater certo em alguns dias. Se não acreditares vai olhando para mim com atenção (sem exgarar, senão your love may be enough, some day). But your love alone won't save the world. Nem o mundo, nem a mim, nem a merda nenhuma. Isso é certo. Quando ouvires num hospital a pedirem duzentos miligramas de amor teu, foge, o mundo está fodido (como dizem os ingleses) for good. You stole the sun straight from my heart. True. E que bela praia que estava o meu coração. Bandeira verde e azul, aprovada pelo estado e recomendada pela OQDQSAMPOQMDG (Organização Que Diz Quais São As Melhores Praias Ou Qualquer Merda Do Género). Não foi tarefa difícil. Entrar, ver, roubar o sol e pores-te a andar. E eu que me foda. Tranquilo. No you won't make a mess of me. Pois não. Não fosses tu a enésima gaja a tentar foder-me e eu a ver. Posso uma ou outra vez criar ilusões com alguma, tipo tu, mas daí a ser fodido à grande... Que venha uma J-Lo, só aí é que baixo a guarda. I could have made you feel alive. E tão bem que podia! Mas não, vais morrer sem saber o que é sentires-te viva. Eu vou ficar feliz por isso. Quer dizer, feliz por te foderes. Não tão feliz... por não te foder. Outras histórias. I could have shown you how to cry. E havias de chorar à grande, cabra. Por teres esse feitiozinho de merda, havias de chorar como nunca choraste. E eu, com a raiva que me restasse, na minha varanda, a fumar o meu cigarro, a pensar nas mil maneiras que estraguei na tentativa de fazer de ti alguma coisa de jeito. Enjeitei-as, peguei no teu esboço e meti-o no saco de plástico que guarda o lixo. A música acabou. Acabei também contigo. You're simply not enough for me.

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Indignação

Açambarcar é uma palavra linda. Isto foi só uma nota (e uma maneira estúpida de começar um texto). Uma dúvida que sempre me assolou a alma, e que gostava de partilhar neste espaço, é o porquê da inexistência (salvo uma ou outra raríssima excepção) de queixas de violação por parte dos homens. (Atenção, inúmeras vezes as pessoas escrevem este tipo de frases (como esta última, por exemplo) finalizando-as com um ponto de interrogação. Está mal, não é nenhuma pergunta, é uma simples afirmação de carácter retórico. A próxima que virem fazer isso crucifiquem-na em praça pública.) A primeira deve ser a provável inexistência de violações masculinas por parte de mulheres (sim, porque por parte de homens andam por aí muitos Carlos Cruz com uma fome doida) no verdadeiro sentido da palavra. Aqueles joguinhos que se brincam com a namorada ou com a fuck friend não contam. Depois, que raio de cara teria de ter um homem para dizer a alguém "fui violado"? Daí, caso estas situações realmente existam, serem guardadas para os violados. Na minha singela opinião, um homem que seja violado tem mais é que dar graças a todos os santos. Sim, porque a vida não está fácil para ninguém, hoje em dia. Darem-nos assim uns momentos de amor desprevinido não é prenda de enxotar. Bom, se for uma daquelas angolanas com seios a assemelharem-se a duas placentas no seu potencial máximo, com um rabo a prometer explodir a qualquer momento... Talvez aí seja de pensar duas vezes. Mas violação é violação. Que raio de gajo é que nunca sonhou ser violado por uma daquelas loiras que só aparecem na televisão? Era mesmo um tormento dos grandes. Já para nem falar na depressão que teríamos de enfrentar posteriormente. Por mim, a violação passava de crime a dever. Ou obrigação. É que, sinceramente, não vos percebo, mulheres. Se tantas vezes apregoam que gostam mais de sexo que os homens, e que o conseguem saborear muito mais que nós, porquê tanta indignação com a violação? E que é feito daquela história do foi tão bom para ti como foi para mim?, hein? Sexo é sexo, seja em que estado for. Haviam as mulheres de saber apreciar uma boa violação e o mundo era, certamente, um lugar melhor. Ando a precisar de ser violado.

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Postais

Esta é uma daquelas noites em que me apetece dizer-te gosto de ti. Como te disse da primeira vez, com mais nervos que sentimento (e o sentimento era bem grande). Uma vez mandei-te um cartão que dizia tudo, em muito pouco. Foi o cartão mais bonito que já vi. Era uma imagem digital, mandei por e-mail. Os tempos são modernos, as cartas já não são tão úteis, bem sei, embora tenham mil vezes mais romantismo. Tinha uma frase simples a acompanhar uma fotografia. Enviei e guardei uma cópia para mim. Perdi-a, entretanto. Nunca mais a vi. Um dia vou partilhá-la com o mundo. Toda a gente merece conhecer coisas bonitas. Como tu conheces-te, conheces e vais continuar a conhecer. Embora a maior parte sejam só tuas. De qualquer forma, o que sei é que nunca me retratei tanto num cartãozinho. Nunca me retratei tão bem para contigo em algo escrito por terceiros. Quando a encontrar perdida algures na net, depois de a analisar durante uns largos minutos, reenvio-te a pérola. Só para que saibas que nada muda, apesar do tempo e de tudo.

Merdas que enervam

Fodo-te de manhã, à tarde e à noite. E tu só me fodes uma coisa. A paciência. Não é que não sejas boa pessoa, boa companhia, boa foda. És o protótipo fiel daquela expressão masculina, és toda boa. Pronto, enumeram-se atributos e sais tu. Mas pessoas como tu cansam como o caralho. Não te percebo. Podia-te cair um piano em cima que tu ainda pedias desculpa a quem te atirou o bicho. Posso ir ao ânus em vez de ir à vagina (sem querer, sempre sem querer) que tu limitias-te a um simples seu maroto. Maroto? Maroto há de ser quem te mande foder quando passar por ti. Com esse ar de quem veio ao mundo à dois dias, com esses melões que não lembra a ninguém, não há gajo (por mais satisfeito que ande, sexualmente falando) que passe por ti que não tente a sorte ou fique a pensar nela. O que vale é que ainda sabes que os gajos decentes não existem e que o que mais se aproxima disso sou eu. Estás com o gajo certo, está descansada. Eu é que não estou com a gaja certa. As gajas boas devem ter um problema hormonal quando desenvolvem os seios. A matéria que lá se acumula para gerar um seio cada vez maior deve vir... do cérebro. Por isso é que elas só saem da escola lá para o fim do secundário, que é quando o cérebro já está quase todo comido. Ou então metem-se em faculdades privadas a secar a carteira do papá. Adoro. Não é que eu seja um exemplo de bom menino, mas é sempre bom ver que há muita margem de manobra até ao topo. Encontrar a gaja perfeita é um desafio constante. Merda do caralho.

Submisso?

Todos temos um lado mais carinhoso e outro mais fodilhão. Um não vive sem o outro, isso é certo. Por muito garanhão que um gajo se tente fazer crer que é (ou tente fazer crer aos demais, que já é outra história), há sempre lá no fundo uma vozinha apaneleirada que nos faz vacilar em momentos cruciais. É aqui que entra a velha ideia de que quem ama não fode, faz amor. E quem fode, faz o quê? Amor não é de certeza. A foda em sim, pouco ou nada tem de amor. A única alusão ao amor nisto tudo é, talvez, as ancas femininas, que já ouvi muito boa gente chamar-lhe peguinhas de amor. Acho que não preciso explicar porquê. A necessidade constante das gajas em fazer da foda um acto de amor é tão grande como a necessidade dos gajos em tirar do acto o máximo prazer. Isto em relações sérias, porque em casos esporádicos é uma alegria, claro. Quando penso que o acto sexual em si dá tanto prazer a homens como a mulheres perco-me em divagações. Por exemplo, o gozo que dá a foda ao homem tem de ser muito maior do que o da mulher. É que não imagino como pode ser bom estar deitado de pernas abertas a levar com um rolo de carne. Ou de quatro. Ou sentada no colo. Sei lá, qualquer merda. Um gajo sempre lá está a martelar qualquer coisa, ainda faz qualquer coisa pela nação. O mulherio limita-se a estar ali. Isto tudo sem esquecer que enquanto os gajos se podem entreter com um par de mamas (instalado sempre a jeito das nossas amigas mãos), vocês... entretêm-se com o que podem. Com as nossas barrigas de cerveja ou com os nossos rabitos (que nunca valem nem um quinto dos vossos). Partilhando convosco o segredo de que nunca me foderam a vagina (e daí não poder escrever sobre as sensações que sentirão vocês, raparigas), tenho de deduzir que a penetração vos deve dar um prazer do caralho. Ainda maior que a nós, digo eu. Senão, que raio de gente se sujeitaria a tal acto de submissão constante? (E num dia longínquo pode ser que escreva sobre o sexo anal, aí é que vem a casa abaixo)

Post mais machista de sempre. Peço desculpa ao sexo feminino. Já aos homens... é giro ver que todos se riem ao ler que escrevo o que todos eles pensam.

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Knock?

Falando agora como Rui, autor do blog, e não como as mil personagens que por aqui devaneiam, acho que quem sabe ler deve saber interpretar. E interpretar não se cinge a ler e a perceber o que um conjunto de palavras quer dizer no dicionário. Uma frase pode ser interpretada de várias formas, e lá por aqui se escrever que tal porta é azul, essa porta não terá necessariamente de ser azul, para mim, Rui, autor do blog. Um piscar de olho à tripulação, fiquem bem.

Noites

Estou na varanda onde fumamos o nosso primeiro cigarro. Desta vez estou sozinho. Mas tenho uma cadeira ao lado, vazia. Podias estar aqui tu. Podia estar qualquer pessoa no mundo. Embora te preferisse a ti. De vez em quando troco uma ou outra mensagem contigo, só para não ficar isolado do mundo e para que saibas que não és de deitar fora. As noites passadas sem fazer nenhum, ao som do luar e à luz das lâmpadas fundidas têm mais beleza quando partilhadas com alguém. Para ser sincero, o que mais gosto nesta varanda é a privacidade. Conseguimos ver muita coisa, mas ninguém consegue ver para cá. Ou pelo menos pensa-se que não. Agora que penso nisso, talvez se veja alguma coisa. Mas é daí que vem a adrenalina. Tive uma professora de história que uma vez perguntou à turma se alguém já tinha nadado nu, que era uma sensação incrível de liberdade. Claramente que ninguém se lembrou de responder pois ficou tudo a imaginar a professora a nadar nua num rio pobre qualquer. Uma varanda vai dar quase ao mesmo, não é que seja uma sensação de liberdade, mas pelo menos o calor que se costuma sentir normalmente é amortizado. Temos de fazer mais vezes, disseste com aquele sorriso de cabra envergonhada. Por acaso temos, quanto mais não seja para que o resto do prédio não consiga dormir com esses berros que acordam metade da cidade. Brincadeira, foi um teste ao teu controlo vocal, não acordaste ninguém. Acho eu. Saco outro cigarro e olho para os prédios lá ao fundo. É estranha esta calma toda, no meio de uma cidade tão agitada. Para dizer a verdade, nem sinto a tua falta, nem queria que estivesses aqui. Isto basta-me, por hoje. O vento lento e morno está mais afável que os teus carinhos em dias mais ternurentos. Para que é que precisaria de ti? Estou bem assim. Por hoje.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Economia em baixo

Não me apetecia. Estava me a dar ao luxo de ir embora. Para passado uns tempos me arrepender, mas isso é sempre assim. Vais-te embora?! Vou. Agora? Deixas-me aqui a trepar paredes e vais-te embora? E ia mesmo. Mas estas frases metem o ego dum gajo no quadragésimo andar. Ponho-me a pensar duas vezes. O corpinho bem delineado, a cara de pedinte... Até que era de ajudar. Mas não. Isto de achar o corpinho muito bom e tudo o resto só acontece passado uns tempos, porque quando andamos a comer do melhor, o bom vai perdendo qualidade aos nossos olhos por ser sempre o mesmo. A não ser que tenham aquelas filosofias de que a cada dia que passa a vossa companhia consegue estar ainda melhor do que no dia anterior. Isto, em relações longas, só é verdade se ela, ou ele, estiverem a recuperar da obesidade. Porque de resto, comer sempre a mesma coisa enjoa. E faz mal. É claro como água. E digo claramente, aquilo, atendendo aos meus padrões base (que considero exigentes, até), era bem bom. Daí a minha pena. Engraçado, quando um gajo fica encalhado, segue sempre o mesmo ritual. Corre-se a lista telefónica, vê-se quem está disponível (ou quem está a fim, que vai dar ao mesmo), se nada servir, começa-se a magicar uns nomes de amigas de amigos de amigas. A coisa tende sempre a resolver-se, umas vezes a foder feitos coelhos, outras a lamentar as que podíamos ter fodido.

terça-feira, 10 de julho de 2007

Nova doutrina

Vamos lanchar. Isto depois da noite de ontem. Lá passo por tua casa, entras no carro, dás-me um beijo (que eu nem sabia se ia haver, visto que o que tivemos foi... uma simples foda) e dizes-me tinha saudades. Mau. Saudades? Saudades são aquelas coisas que nunca sabemos se é bom ou não a gaja ter. Mas visto que só tinhamos tido o que já foi referido, o facto dela ter saudades é porque não ficou desiludida e... deve querer mais (como bom amigo, estou aqui para te atender). E tem o extra de ser bonita. E o corpo... guardo-o para mim. Um dia conto-vos. Já te tinha dito que deliro contigo? Já, já me tinhas dito que querias outra bem dada. A sério, passo-me. Calma, não precisas de tanto para me levares para a cama outra vez. Vamos a casa com a desculpa de fazer qualquer coisa que não me lembro, nem deve ter interessado a nenhum dos dois, na altura. Depois põe-se com dilemas. Eu não posso fazer isto porque não sei quê e mais não sei quantos, blá blá blá... Aquela conversa de quem quer levar à grande mas não se quer sentir puta no dia seguinte. Espera lá que tenho duas amigas que te fazem já mudar de ideias... a direita e a esquerda. Um quarto de hora e já está no ponto. Tens protecção? Tenho, um tio meu é da máfia, ninguém me pode tocar. Estúpida, claro que tenho, com essa rodagem deves pensar que quero apanhar essas merdas todas que tens aí guardadas. Os beijos deram lugar a gemidos. Os gemidos a gritos. E a cama? Ate tenho medo de irmos parar ao chão. Não preciso fazer nada, é? Precisas, precisas de me dar tesão que estar aqui a trabalhar para ti não dá com nada. Tu mandas. Por pouco não me arrependia de ter dito aquilo. Deve ter libertado o monstro que havia dentro dela. Óptimo. Canzana? Alinho. Céu. Mais devagar, as palmadas, senão deixa marca. Vai já, aguenta mas é e cala-te, foda-se, agora queres beijinhos também, não? Não se queixa durante uns tempos, deve estar a gostar. Ou com medo. Queres que páre? (Ela mal consegue falar) Queres...? Não... está bom demais! Desato-me a rir feito estúpido, a gaja afinal é que chegou ao céu. E o deus lá do sítio sou eu. Converteu-se, vamos lá ver se é menina de vir à missa todos os domingos ou se se fica pelas rezas.

Family Portrait

Passam vinte anos a correr. Ainda no outro dia nos encontrávamos quase todas as noites, nos nossos tempos de estudantes universitários. Namorávamos na casa um do outro, perdíamos a conta aos jantares, ás saídas, ás festas, aos passeios. Corríamos as salas de cinema, as praias e as praças pelo país fora. Víamos juntos o pôr do sol com uma garrafa de martini e fazíamos ciúme ao mar por conseguirmos ser mais bonitos que ele. Os planos para o futuro eram zero. Era ir vivendo. Depois vê-se no que dá, não faças planos, dizias tu. Mas eu fazia. Sempre fiz. Queria casas, carros, dinheiro. Aviões, ilhas e clubes de futebol. Tudo o que o dinheiro pudesse comprar e o que a vontade se lembrasse. E nós. Cheios de putos e amor. Eu de fato Armani e tu de vestidinho Versace. O que te ofereci quando fizeste 27. Quando o vestiste conseguiste ficar mais bonita do que da primeira vez que te vi. Todos os dias nascia uma meta nova na minha cabeça a concretizar daqui a uns anos. Hoje, olho para trás e sorrio. Não é normal uma pessoa gostar tanto de ter vivido como eu gosto. Ainda continuas aqui perto, como da primeira vez que nos cruzámos. E consegues gostar mais de mim do que ontem. E ontem já gostavas muito. O Pedro e a Maria já são grandinhos, o orgulho dos papás. A casa é linda. Como tínhamos projectado, quando eramos putos com ideias malucas. Sabes o que sabe melhor nisto tudo? É saber que quando parar de escrever estás à minha espera na sala, para irmos à festa que o Pedro organizou para mim, por eu ser o melhor do mundo, e isso ser mais que suficiente para se fazer uma festa. Esse vestido Versace mata-me. És a melhor quarentona do mundo. Tenho de ir ter contigo.

Uma.

Estou a ouvir a Linger, dos Cranberries. A música é tão gira que se a metesse a tocar à tua beira nem a ias reconhecer. É por isso que nunca sei se vamos na direcção certa quando estamos juntos. Quando discutimos um tema não gosto de ter razão porque, segundo a tua linha de pensamento, sou melhor que tu, logo devo ter mais lógica. Devias ser assim é quando te digo para parares de falar com tal gajo ou quando sais à rua a parecer uma empregada duma casa de alterne. Ou principalmente quando quero festa e tu não. Mas não, teimas em errar nos sítios onde menos deves. Então explica-me, porque é que ainda te tento ensinar o ABC da vida? Já deve fazer parte do meu ADN, suponho. Aliás, ensinar nunca esteve nos meus horizontes, em termos de plano de vida, mas acho que ainda tiro um mestrado a aturar-te. Decidi, estou farto. Vai para a escola, o teu querido professor bateu a porta ainda antes do fim da primeira semana.

domingo, 8 de julho de 2007

Um obrigado

O blog regista hoje mais de mil visitas em mês e meio. Um muito obrigado a quem cá passa. E um ainda maior aos que gostam do que por cá aparece escrito.

Love love

Nunca vais saber o quanto gosto de ti. Mesmo que eu continue a tentar, todos os dias, a toda a hora. É inevitável, esta necessidade constante que temos de mostrar aos outros os sentimentos que nutrimos. Sem querer nada em troca. Para que a reciprocidade seja um bónus. Seja como um gosto de ti desprevenido. Um beijo fora de tempo. Dos que sabem bem. Sabes aquele lado que todos os homens têm que só mostram às mulheres especiais? O meu lado é especial por tua causa. E faz bem lembrar todas as vezes que dizes que és como eu te pinto só por minha causa. E acredita que as decorei todas. E foram muitas. E muitas virão (Estes polissíndetos enjoam-me). O giro das relações bonitas é o acreditar que se durarem para sempre vão ser sempre boas. Geralmente não é assim. Mas o que custa tirar a prova dos nove? Enquanto a gente gosta, a gente cuida, não é assim? E se para termos uns tempinhos perfeitos temos de acreditar no amor eterno... qual é o problema? Do presente ao futuro a distância é mínima. O sempre é um conjunto de amanhãs. Se todos os dias conseguirmos gostar um bocadinho mais... O sempre nunca vai chegar, mas o presente vai ser muito melhor que o passado.

sábado, 7 de julho de 2007

Boomerangs

Ter-te por perto faz pior que dormir ao som das obras. Daquela vez que encontrei a Ângela com duas amigas achei piada. Disse a mim próprio que ia ser daquela vez. Que tinha de ser. Que não podia adiar mais. Há dias em que um gajo se sente confiante, mais vale tentar a sorte nesses. A conversa nasce animada, a vontade de avançar a noite e ir já para o quarto é grande, mas vamos lá trabalhar no assunto, é capaz de valer a pena. Falas-me tão perto que já me sinto meio bêbedo de estar a inspirar o teu hálito a vodka melão. Óptimo, não preciso de gastar dinheiro a emborrachar-te, já andou alguém a fazer metade do trabalho por mim. Obrigado amigos da Ângela, aos quais nunca tive oportunidade de agradecer. Onde vais? Vou dançar contigo. Ai vais? Vou. Então vamos. E fomos. Tanto não querias que as tuas amigas me conhecessem que toda a gente me ficou a conhecer por O Amigo da Ângela. Senti-me desejado no meio de tanto tubarão. Pena era que mais de metade dos tubarões metia medo ao susto. Para quem nunca se deu conta da figura que fazemos quando estamos a dançar... tentem dançar sóbrios. Eu tentei uma vez. Continuando, estava já a ficar sóbrio (e consequentemente a começar a aperceber-me das minhas qualidades ao nível da dança), tinha de ir recarregar baterias urgentemente. Ainda para mais, quando se está a dançar com alguém e a dança não começa a desenvolver... Das duas uma, ou a gaja não quer nada de mais, ou deve achar que nós dançamos porque dançar é fixe. Gajas, entendam uma coisa, nós só dançamos para chegar a outros fins. Basicamente, o que quero dizer é que só fui dançar com a Ângela para a levar para casa. Agora, quando se põem com coisas de dançar à distância... está tudo fodido. Digo-lhe para irmos beber qualquer coisa, pego-lhe pela mão, 3 finos depois voltamos ao sítio, confiança de volta ao lugar natural. Nem se espera muito tempo, começa a dar a So sexy (ajuda divina) e os contactos mais íntimos sucedem-se. Claro que umas mãos determinadas auxiliam sempre a situação. Depois disto tudo chegas tu, com esse ar de cocó enjoado. Vou estar a aturar-te e ás tuas divagações sobre o que somos ou deixamos de ser? Era eu quem costumava trazer essas filosofias na mochila, lembras-te? Bem dizes que muita coisa que tens a sugaste de mim. Sugaste muita coisa, realmente, mas podias ter-te limitado às mais íntimas. Nunca vi miúda tão mal agradecida. Fiz, disse, caguei e toca a andar. Era o teu estilo. O meu era mais soft, género it's all good. Até que o tempo se encarregou de fazer das suas. Força do hábito, começaste a perder aquela violência inicial. Força do hábito, comecei a deixar o lado calmo em casa. O fim é tão previsível que tenho preguiça de o contar. É por isso que ter-te por perto é pior que dormir ao som das obras. É como voltar a ter algo que não preciso, que não me faz falta, que não me nada. Mas que mesmo assim... quero. Mudam-se os tempos... as vontades, deixem-nas lá estar quietas.