segunda-feira, 3 de março de 2008

thoughts of a dying atheist

Sempre que olho para ti dá-me vontade de chorar. Nunca contei isto a ninguém, mas é a verdade. Tanto como me pintares o dia de negro sempre que apareces na esquina dos semáforos. O meu corpo ganha autonomia e pede-me incomensuravelmente para me espetar na próxima curva de modo a se remeter à tetraplegia. Porque é que sorris quando me vês se nada do que há em mim para ti te pode verdadeiramente fazer feliz? O que te reservei, depois de te ter dado o mundo, foi uma mão cheia de nada, a segurar uma caixa cheia de coisa nenhuma. Queres o quê? Um sorriso de volta? Não tenho. Tenho um "olá" forçado e uma pressa bem grande de passar por ti para te poder insultar com o primeiro conjunto de palavras que me vier à cabeça. De qualquer maneira a hipocrisia toma sempre conta de mim. E tu, de tanto o saber, até que achas piada a isto tudo. Se algum dia te perceberei... Lembras-te do primeiro beijo? Estávamos bêbedos, eu sei, mas tenho uns flashes. Um rio, uns bancos e um ambiente zen. Assim uma descrição mais seca que o beijo em si. Que nem foi nada de especial. Foi, isso sim, o espelho ideal da nossa relação, fria em quase tudo. Se nos tivéssemos casado a nossa lua de mel seria no palácio do gelo. Certinho como sermos os maiores burrinhos à face da Terra. Só por continuarmos a puxar a corda que mal aguenta com ela própria. Como dizem os Muse, it scares the hell out of me.

3 comentários:

Rafa disse...

Não teria escolhido melhores palavras. Tudo dito!

Abraço

ineiiizi disse...

Infelizmente sei bem demais o que é puxar uma corda que mal se aguenta.. mas há sempre aquela coisinha dentro de nós que nos incentiva a continuar, porque pode não partir.. Depois quando parte é q é pior... :|

Quando é q vamos para os copos?! :D

Unknown disse...

É a tal esperança que não aconteça o mais provável, há de morrer connosco isto.

Copos? É já! :P