Mal te vejo vomito logo um
puta, com sabor a ódio e rancor. Não sei para quê tudo isto, só sei que o sinto. Quase tanto quanto sentia vontade de estar contigo quando te conheci. Sentimentos ambíguos, mas pergunto-me até que ponto serão assim tão diferentes. Acho que o pior que te posso considerar é como uma foda por necessidade. Daquelas que se dão porque... porque, vá lá, os testículos não são depósitos infinitos. Quem ganha nestas coisas é quem não vê o acto como necessidade. Leva com uma boa noite de acção - porque a descarga é enorme - e pouco amor à mistura. No fim o costume é sentirmo-nos putas. Sujos por sermos tão fúteis, mas com a sensação da traça finalmente saciada. Apetece fugir e tão cedo não voltar a ver tal cara. E tal corpo. Até que a vontade venha outra vez. No
Things we lost in the fire, o Del Toro define o consumo de heroína como um
kiss of god, mas apenas no início. Daí para a frente são apenas tentativas de chegar à sensação das primeiras. E é essa busca que se torna o vício. A busca pelas sensações que sentimos pelas primeiras vezes. O bem estar, a surpresa, o prazer, tudo. Mas nunca é como a primeira. Nunca. Bela sina, esta, a que todos vamos estando sujeitos. Pegando noutra citação, desta feita dos nossos Ornatos,
o amor é uma doença, quando nele julgamos ver a nossa cura.
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