Acorda-me deste sono profundo. Parece que hiberno faz anos. Acorda-me, mas devagar, não sei se estou pronto para rever a tua cara assim tão perto outra vez. A última experiência foi traumatizante de tão intensamente produtiva. Tão catastrófico como o meu afastamento, que teve tanto de prematuro como de ingénuo, provado pelo facto de ter deixado contigo os dias de sorriso na cara e expressão radiante. Vivo como posso e não como poderia. Se as memórias do passado cobrassem imposto estaria soterrado em dívidas. Acorda-me, mas não o faças com um beijo. Não porque não o queira, nem o deseje, apenas porque não posso. Não posso querer ter-te nem ter-te, de todo. É um não poder absoluto. E é com esta amputação doentia que vagueio por lugares onde nunca irei contigo, mas que devaneio, por mil e uma alucinações, entre romances às escondidas e juras eternas. Acorda-me, para voltar ao inferno que decidi adormecer em mim, é o que te peço, pois só aí sei morar.
4 comentários:
Pronto... voltámos ao mesmo! Mais uma vez, as tuas palavras conseguem ser o espelho da minha alma... tu tens um dom, rapaz.. nao o largues nunca!
se eu nao soubesse que o texto teria sido escrito por ti, eu diria que fui eu que o escrevi! isto é tao eu! =)
Obrigado :)
Este sim, está bonito :) *
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