domingo, 30 de março de 2008

Rendo-me

Ok, entendi a mensagem. Se com dois dias de votação os resultados são estes... nem quero ver no fim. Estou praticamente entregue às mulheres, neste espaço. Tenho medo!

quinta-feira, 27 de março de 2008

Apartes

Noutro dia estava eu numa conversa, a indagar sobre a probabilidade elevada dos gajos que fazem as revistas masculinas serem paneleiros. Ou pelo menos, perto disso. É que eles têm de andar sempre a pensar no que um gajo gosta. Mais ou menos como as mulheres. Sim, quer admitam quer não, quase tudo o que fazemos é para agradar ao sexo oposto. Somos uns seres merdosos, a verdade é essa. Continuando, a linha é mesmo por aí, a diferença entre trabalhar numa revista masculina e ser mulher... não é assim tão grande. O medo que me assolou a alma, noutro dia, foi de ter criado um espaço tipo revista, mas feminina. Será que a diferença sexual entre os visitantes deste espaço é assim tão colossal? É que baseio-me no pouco que sei sobre os meus visitantes, ou seja, nos visitantes que sei quem são. E a esmagadora maioria são raparigas. Tento sempre pensar que os gajos não estão muito virados para ler - muito menos assuntos destes -, as raparigas é que param para pensar sobre as coisas que ás vezes por cá são dissecadas. Tanto é o medo de me tornar rabeta que criei nova votação, só para ter noção de como as coisas andam por esse lado. É que não saber quem nos lê é quase como andar todo bêbedo uma noite inteira, toda a gente nos vê, mas nós não vemos ninguém.

Ah, já que estamos numa de extra, aproveito para agradecer as contínuas visitas, o contador já vai em mais de 6000, nem fiz referência às 5000, queria resistir até às 10000 sem dizer nada, mas não dá, a minha necessidade de comunicar convosco (e de me gabar!) é superior! Obrigado meus anjos. :)

Até amanhã

Acho que nem chego a casa hoje. Podes sempre chegar à minha, a cama é quente e o carro está já ali. A cama sei bem que não é quente. Agora funciona a calor humano, tens de experimentar. Tenho, tenho... Pronto, esquece o aquecimento, dormimos como irmãos, cada um para o seu lado, só quero o melhor para ti. Já ouvi essa conversa vezes a mais. Costuma resultar? Não. Adoro regras gerais, há sempre uma excepção. Comigo tende a ser a meu favor. Eu fazia-te o favor. Chamas-lhe assim, agora? Chamo-lhe o que tu quiseres. Chama-lhe vai para casa dormir, então. Podes acreditar que vou, estou só a ver se alguém quer ir comigo. Sim, só queres ir dormir, não é? Sim, estou mesmo muito cansado, só penso em dormir.... dormir... dormir... a noite toda, sempre a dormir, e adormecer de manhã. Chamas-lhe dormir então, presumo. Chamo-lhe dormir quando é contigo. Ai que grande anormal. Sou, admito. Estúpido de merda, vou embora. Comigo? Querias. Quero é dormir. Com quem? Com quem me quiser, sou tão fútil que nem me importo com isso. Não sei como é que essas bocas ainda resultam. Não resultam. Resultam, resultam...

Gosto

Mal te vejo vomito logo um puta, com sabor a ódio e rancor. Não sei para quê tudo isto, só sei que o sinto. Quase tanto quanto sentia vontade de estar contigo quando te conheci. Sentimentos ambíguos, mas pergunto-me até que ponto serão assim tão diferentes. Acho que o pior que te posso considerar é como uma foda por necessidade. Daquelas que se dão porque... porque, vá lá, os testículos não são depósitos infinitos. Quem ganha nestas coisas é quem não vê o acto como necessidade. Leva com uma boa noite de acção - porque a descarga é enorme - e pouco amor à mistura. No fim o costume é sentirmo-nos putas. Sujos por sermos tão fúteis, mas com a sensação da traça finalmente saciada. Apetece fugir e tão cedo não voltar a ver tal cara. E tal corpo. Até que a vontade venha outra vez. No Things we lost in the fire, o Del Toro define o consumo de heroína como um kiss of god, mas apenas no início. Daí para a frente são apenas tentativas de chegar à sensação das primeiras. E é essa busca que se torna o vício. A busca pelas sensações que sentimos pelas primeiras vezes. O bem estar, a surpresa, o prazer, tudo. Mas nunca é como a primeira. Nunca. Bela sina, esta, a que todos vamos estando sujeitos. Pegando noutra citação, desta feita dos nossos Ornatos, o amor é uma doença, quando nele julgamos ver a nossa cura.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Hi.

Faz tempo que ninguém me conhece. Conhecer os outros é tarefa fácil, sempre me dei bem nisso. Uma parte de mim deve estar louca por mudar para Psicologia. Conhecerem-me é que é um trabalho. Gosto que me conheçam, que comprem dois rebuçados e que não me ofereçam o de sabor a morango, porque és alérgico a corantes de morango. E conhecer não é dizer que sou assim, é sabê-lo e empregá-lo no dia-a-dia. É comportar-se duma maneira que me surpreenda; falar-me do que gosto, como gosto; fazer o que eu poderia pensar querer fazer; É a ser exigente que a perfeição se atinge, se não puxamos pelos nossos limites, quem o fará? Não me lembro da última pessoa que verdadeiramente me conheceu. Talvez porque nunca tenha havido, talvez porque (eu) nunca tenha querido. Tenho para mim que se tivermos alguém na nossa vida que nos conheça tão bem como a nossa mãe, das duas uma... ou nos adora, ou nos detesta. Eu conheço-me bem e adoro-me. A sério. Eu considero-me a pessoa mais... fixe (!) que conheço. E digo-vos, quem me dera ser os meus amigos, para ter um amigo como eu. E quem me dera ser as minhas amigas, para... hmm, não, aqui talvez mudasse um pouco de figura. Se eu fosse as minhas amigas tratava de me violar a mim próprio primeiro, depois aí sim, ia ter comigo.

sábado, 8 de março de 2008

A foto

Bem, apesar de 9 pessoas terem dito que o blog era decididamente mais bonito que eu, não levo tal afirmação pelo lado negativo, visto que o blog é muito, mas mesmo muito bonito. Daí que a margem de beleza seja bem ampla, o que deixa o meu ego a salvo. De resto, tenho responsabilidades com outras 9 pessoas que disseram que eu era definitivamente mais bonito que o blog. Isto sim, é um elogio. E como 5 delas querem que eu me exponha, decidi fazê-lo, ainda que com algumas restrições. Vou mostrar o corpo semi nu e apenas parte da cara. Perguntam vocês, porquê mostrar tanta coisa e não mostrar a cara (até porque ser bonito se resume praticamente à face)? Simples, é só porque não estou pronto para o reconhecimento e fama mundial. Ok. Feitas as introduções, aí vai parte de mim, para o mundo. Note-se que isto foi um trabalho, numa sessão fotográfica para a Calvin Klein, daí não ter ficado lá muito bem.



Fast Food

Nem me lembro de chegar ao quarto, foi como piscar os olhos e aparecermos nus e deitados. Sai-te logo um faço tudo. Fazes tudo? E tostas mistas, fazes? Então vai fazer uma, que com esse ar de puta já me puseste a meio pau. Foda-se, o que é que se passa com a cabeça desta gente? Para atendimentos destes vou ali à portagem de Estarreja (note-se, lugar frequentado por... profissionais do sexo). E 69, já? E de quatro? E... E o pino invertido, com cambalhota à rectaguarda e com oral contínuo, já? Queres que preencha um formulário? Eu não sei, mas se fosse a ti fazia o que tinha a fazer e calava-me. Hum? Um? Um soco levas já tu que já estou a ficar doente. Pronto, foda-se, romance pela janela abaixo. Anal, já? Anal não... Ah, sim senhora, com que então sou a mestre da foda, venho aqui com a atitude de que já fiz, desfiz e voltei a fazer e nunca soube como é meter uma pilinha a cheirar à merda. Desde quando é que a foda passa a concurso do maior conhecedor? Só por causa de tanta merda vai uma estilo encomenda alimentar: meia dose de pé, uma dose da tradicional missionário, e dose até transbordar de canzana desenfreada. Foi rápido? Deu pra suar. Pelo menos ficaste toda molhada (molhada é o termo mais que adequado). E calada.

Devaneio Negro

Acorda-me deste sono profundo. Parece que hiberno faz anos. Acorda-me, mas devagar, não sei se estou pronto para rever a tua cara assim tão perto outra vez. A última experiência foi traumatizante de tão intensamente produtiva. Tão catastrófico como o meu afastamento, que teve tanto de prematuro como de ingénuo, provado pelo facto de ter deixado contigo os dias de sorriso na cara e expressão radiante. Vivo como posso e não como poderia. Se as memórias do passado cobrassem imposto estaria soterrado em dívidas. Acorda-me, mas não o faças com um beijo. Não porque não o queira, nem o deseje, apenas porque não posso. Não posso querer ter-te nem ter-te, de todo. É um não poder absoluto. E é com esta amputação doentia que vagueio por lugares onde nunca irei contigo, mas que devaneio, por mil e uma alucinações, entre romances às escondidas e juras eternas. Acorda-me, para voltar ao inferno que decidi adormecer em mim, é o que te peço, pois só aí sei morar.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Go out

Saía de minha casa, parava na entrada da tua e ligava-te, a dizer que estava à tua espera cá em baixo. Levava-te a lanchar, jantar e tomar café, tudo bem acompanhado por boa conversa e disposição. Ia arranjando tempo pelo meio para engolir o orgulho e o ar superior. Arrancava-te sorrisos, expressões sérias, algumas de razão, outras de culpa. Fazia-te ver que as coisas não têm de ser obrigatoriamente más quando nem tudo está bem. E lutar por isso é sempre bonito, é sinal que nenhum de nós quer desistir, apesar de tudo. Um dia, um gajo bonito disse que tudo se treina, até o coração. Aposto que esse mesmo gajo bonito, hoje, seria incapaz de a repetir. Quem doma tal animal selvagem devia enveredar pela carreira circense, leões e ursos polares são canja à beira do bicho do batimento sanguíneo. O meu parece um idiota, sempre aos saltos. É por isso que não me preocupo muito com a saúde, é impossível ter uma paragem cardíaca (ok...). E, - voltando ao assunto - no fim do dia, levava-te a um sítio, daqueles que depois ficam na memória durante anos, e selava contigo a paz que os casais tanto desejam quando se chateiam. Era engraçado, não era? Quase quase perfeito. Mas não vou fazer isso. O que vou fazer é sair de casa e imitar aqueles putos imaturos que querem ir para a noite para esquecerem as gajas que os aborrecem. Podia bancar aquela do "ai isso não me afecta, sou superior". E se não for? E se quiser ir para a noite só mesmo para esquecer? E para estar com alguém que não tu? E para no dia seguinte ir fazer as pazes contigo na mesma com aquele sentimento de filho da puta que é tão caracterísitico nos gajos? Sentia-me bem, juro. E merecias. Não menos do que eu merecia, mas isso são outras coisas. É por isso que nos damos tão bem.

segunda-feira, 3 de março de 2008

thoughts of a dying atheist

Sempre que olho para ti dá-me vontade de chorar. Nunca contei isto a ninguém, mas é a verdade. Tanto como me pintares o dia de negro sempre que apareces na esquina dos semáforos. O meu corpo ganha autonomia e pede-me incomensuravelmente para me espetar na próxima curva de modo a se remeter à tetraplegia. Porque é que sorris quando me vês se nada do que há em mim para ti te pode verdadeiramente fazer feliz? O que te reservei, depois de te ter dado o mundo, foi uma mão cheia de nada, a segurar uma caixa cheia de coisa nenhuma. Queres o quê? Um sorriso de volta? Não tenho. Tenho um "olá" forçado e uma pressa bem grande de passar por ti para te poder insultar com o primeiro conjunto de palavras que me vier à cabeça. De qualquer maneira a hipocrisia toma sempre conta de mim. E tu, de tanto o saber, até que achas piada a isto tudo. Se algum dia te perceberei... Lembras-te do primeiro beijo? Estávamos bêbedos, eu sei, mas tenho uns flashes. Um rio, uns bancos e um ambiente zen. Assim uma descrição mais seca que o beijo em si. Que nem foi nada de especial. Foi, isso sim, o espelho ideal da nossa relação, fria em quase tudo. Se nos tivéssemos casado a nossa lua de mel seria no palácio do gelo. Certinho como sermos os maiores burrinhos à face da Terra. Só por continuarmos a puxar a corda que mal aguenta com ela própria. Como dizem os Muse, it scares the hell out of me.

domingo, 2 de março de 2008

Inspirem-me

A inspiração é um bicho complicado de domar. Precisa de alimento variado constante e de muitas aulas práticas para aperfeiçoar o rendimento. E isto para não falar nas restrições. É que vocês não sabem o que sofre um gajo que escreve sobre a vida íntima das pessoas, vá lá, no geral. Para terem uma ideia, imaginando que vivo uma experiência íntima que me dá mil e uma ideias para meter no papel, o que é que posso fazer? Nada. Porquê? - perguntais vós (a segunda pessoa do plural é tão exclusiva dos padres e dos idosos, detesto). Porque há sempre o perigo da pessoa com quem se vive determinada experiência cá venha e lá se vai a festa pelo cano abaixo. Sim, porque a escrita é um embelezamento da realidade, tudo tende a ficar mais bonito - ou mais engraçado - do que na realidade o é. Basicamente é parecido com a ideia que tínhamos antes da nossa primeira vez. Rematando, o que se pode deduzir é que quanto mais escrevo menos fodo. E é uma pena que este sentimento paradoxal me invada sempre que posto um texto, porque gosto bastante das duas coisas - talvez mais de uma do que de outra (e dou uma pista, não escolhi um curso de línguas (mas utilizo-a bem, já agora)) -, mas conciliá-las é um trabalhão dos diabos. Isto, claro, se houver interesse no prolongamento conjugal. Imagine-se o que é, por exemplo, acontecer uma daquelas noites em que a performance é tão má, tão má, tão má, - das que nos faz indagar sobre quem será a capa da FHM no próximo mês - que seria de baixo tom, depois de uns tempos a convencer alguém do contrário, determinada pessoa vir a sabê-lo por um blog. Era mesmo mauzinho...