sábado, 20 de junho de 2009

Deja vu

Aconteceu-me uma coisa muito estranha, ontem. Andei a ler o livro Tudo que temos cá dentro, de Daniel Sampaio, e por acaso, enquanto remexia em textos antigos meus, que por cá tenho perdidos, encontrei um que me deixou um bocado pensativo. Escrevi-o em 2006 - faz três anos exactamente no próximo mês -, e, na altura, alguém (Lili, meu anjo) me disse que lhe fazia lembrar o tal livro que acabei agora. Não dei importância, visto que nem sabia do que tratava ao certo. Desta vez, depois de relido... foi estranho. Aqui vai:

Doutor, acho que estou a recuperar bem. Embora as noites continuem longas e os dias compridos, o amanhecer parece sofrer uma gradação de beleza a cada dia que passa. Estou a conseguir encontrar-me, não tenho dúvidas disso. Mas, doutor, hoje abri uma excepção. Não foi voluntária, a sério que não. Mas voltei a mergulhar naquele mar confuso que me acostumei nos últimos anos. Revivi tudo. Voltei a sentir o que queria e o que não queria. E voltei a ver que o que não queria vem sempre em maior quantidade que o que queria. Sempre soube onde a estrada acaba, mas teimo sempre em seguir aquele trilho. É como me dizerem que o caminho de pedra é o mais rápido e mais seguro, mas de já estar tão habituado ao de terra, nem me dou ao trabalho de o conhecer. Imagino que um dia estas sessões acabarão por ter valido a pena. Ou talvez me limite ao meu egocentrismo na hora da vitória, aclamando a minha grande personalidade como pilar base para o meu sucesso. Mas se acredito tão fortemente em mim, porque recorrer a terceiros? Porque não ultrapasso todas as barreiras sozinho? Hoje, tive uma recaída... já sei que o combinado era não poder ter mais. Mas ás vezes o amor fala mais alto. E eu sou assim, não aguento. É como estar de dieta e ter um pacote aberto de maltesers mesmo à nossa frente. Não dá. Pelo menos uma bolinha tem de ser consumida. Adoro chocolate porque é a coisa mais saborosa do mundo. Adoro o amor porque é a melhor coisa do mundo. Odeio chocolate por fazer borbulhas e engordar. Odeio o amor por fazer sofrer. Amanhã não sei o que vou fazer, mas não me arrependo de hoje.

Achei-o tão em linha com os diálogos, temas e um pouco de tudo mais que o livro contém, que começo a duvidar se não o teria já lido na infância. E gostei (deixem-me ser um bocadinho presunçoso, se fazem o favor), bastante, até.



P.S.: Desculpem-me este vómito constante de post's, mas estou a matar a ressaca de ter ficado uns tempos sem vos visitar, prometo acalmar as hormonas nos próximos dias.

4 comentários:

Reis disse...

Não te preocupes nem acanhes com isso. Por mim podes te deixar andar assim ressacado e a vomitar post's que não me chateia nada :D


abraço

DeepGirl disse...

Imagina uma linha... Onde acaba uma vida e recomeça outra.
Levas muitas vezes bagagem, mesmo que não te lembres :)

Unknown disse...

- I will, vocês que aguentem :D

- É, passa muito por aí, passa...

l. disse...

e tens razão ao gostar do texto =)