Às vezes fazemos das relações carnais mais do que elas são. No fundo não passam disso mesmo - que o nome indica -, mas tendemos a montar uma teia gigante à sua volta. Imaginemos então um dia como todos os outros, em que saímos à rua, vemos pessoas, olhamos, somos olhados. Quantos destes olhares não poderiam ser hipotéticos sim a uma relação carnal ali mesmo? Tanto nossos como dos outros. Desenvolvi uma teoria que poderá ser aplicada no futuro, caso a tecnologia avance o suficiente. Gostava de estar vivo nessa altura. É bastante simples, assenta num código binário e numa pequena série de restrições, nada mais. Então, imagine-se que passamos por alguém e comentamos connosco próprios not bad, not bad - qual galifão saído dum filme porno -, e accionáva-mos uma espécie de interruptor incorporado não sei onde. Meaning? Means que estamos dispostos a iniciar um movimento oblíquo superior na direcção da pessoa que identificamos - ou seja, saltar-lhe para cima. Esta informação ficaria armazenada numa base de dados qualquer. Por outro lado, a outra pessoa poderia fazer o mesmo. Imaginando que o faz, é enviado um sinal a ambas as pessoas, informando que ambas estão dispostas a partilharem fluídos. Isto, claro, em completo secretismo. Ah, e convém que a tal informação demore um pouco a chegar, depois da segunda confirmação, para que a última pessoa a dar o sim não fique a perceber que o outro já estava, digamos, feito. E este delay teria de ser aleatório, senão era uma questão de contar os segundos e confirmar que tinhamos sido, realmente, a segunda pessoa. Posto isto, ou seja, havendo consentimento mútuo e respectiva notificação, o que se sucede? Aqui já não tenho um caminho óptimo, mas duas hipóteses que poderão ser discutidas posteriormente pelos senhores da ciência. Uma está bem mais ao alcance tecnológico actual, e em termos económicos é incomparavelmente mais rentável: a tal notificação traria consigo dados da pessoa pretendida, sejam eles foto, telemóvel ou algo do género, para que as coisas fossem planeadas. A outra... implica avanços no campo da física que se adivinham ainda longe da nossa era. Dizia Einstein que caso consigamos atingir uma velocidade superior à da luz, conseguiremos viajar no tempo. Ora, fica bastante fácil, no instante em que ambas as pessoas são notificadas, são também teleportadas - o teletransporte está relacionado com o tempo - para determinado lugar, onde poderão dar azo às suas fantasias. A questão aqui é... mas então as pessoas desapareciam, e depois? O resto da malta via logo que os malucos iam pinar. Pois, lá está, as pessoas teriam de ser dirigidas para um sítio onde o tempo estivesse, digamos, congelado. E quando acabassem o serviço voltariam aos seus lugares e... press play, please.
Prós: caso apenas uma das pessoas manifestasse desejo, ninguém saberia de tal acto, e o mundo continuaria feliz como sempre.
Contras: com tamanha tecnologia e lei que autorizasse este tipo de coisas, o estado - caso ainda por lá continue o Sócrates, ou pior, tenha cedido o lugar à Manuela Ferreira Leite - trataria de cobrar taxas por utilização. Estilo parcómetro. Conselho aqui do idealista disto tudo: não colocar preços acima de 30 euros, senão o pessoal prefere ir às putas. Ou então aplicar o princípio dos preços da fruta, vende-se ao quilo, quem quiser leva mais... ou menos. Ou seja, imaginando que o preço tabelado seria de 30 euros, os precoces fodiam por pouco, os mais valentes iam à falência em pouco tempo.
Ah, convém também estabelecer que não há garantia de reembolso nestas coisas, uma vez accionado o mecanismo, o acto tem mesmo de ser consumado. Não é ser teleportado lá para a casota do tempo, chegar lá... foda-se, perdi a pica, caga. Caga nada, é a partir lenha. Isto leva-me a imaginar um cenário engraçado, um gajo a premir o botão, ser teleportado com a respectiva, chegar ao tal lugar... e quando as roupas vão ao ar, deparar-se com um tronco humano apoiado em duas belas próteses, a sorrir para ele. Pá, disseste sim, agora enfia-te lá para dentro. Cuidado é para não trilhares o piriquito nos ferrinhos. Ao menos podia contentar-se ao pensar que não devia ser a primeira vez que um gajo era enganado daquela forma. Foda-se, agora que estou a pensar nisto direito, isto não podia acontecer. Os deficientes tinham de ser catalogados. Este tipo de surpresas não é viável. Deficientes e pessoas com verrugas enormes cheias de pêlo. Ai que estou a ver que o raio da teoria tem algumas carências, ainda. Tenho de aperfeicoá-la para entregar um dossier perfeito ao comité científicio. Em breve prometo notícias do PFRC, Partido a Favor das Relações Carnais.
Entretanto, vou parar de... parar de estudar. A sério, pode dar-me para tudo enquanto estudo, deixei aqui uma pequena prova. Desculpem-me este momento menos são, mas pode ser que mais tarde o mundo me agradeça.
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Há 3 anos
2 comentários:
Hoje a meios de estudos também tive uma conversa parecida com um amigo meu em que ele me contava uma história dele com uma rapariga, em que ambas as partes viravam objectos sexuais quando ligado "o radar"! ... dá que pensar!
Três palavras: Estás todo cego.
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