quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Vida num segundo

Eu queria ter-me apaixonado aos 12 e nunca mais ter trocado de amor até morrer. Dar o primeiro beijo atrás da escola, encher a cara de vergonha e entrelaçar as mãos nervosas, dizer amo-te sem saber bem o que significa. Ser da mesma turma, rezar a um deus em que não acredito para que a próxima aula não seja por ordem alfabética para poder ficar ao teu lado, brincar com os amigos mas querer fugir para a tua beira. Ficar mais contente pelo teu 78% do que pelo meu 95%, fazer-te ver que sempre foste a melhor, entrar na sala sempre a olhar para ti. Passear no jardim, escrever bilhetes, tirar fotografias. Crescer e ver-te crescer. Fazer amor, juras de amor e dedicatórias de quatro páginas. Ir para a universidade, ver-te trajada, senhora, doutora. Latadas, queimas, jantares, after-hours, e tudo o que mais encontrássemos. Não faltar ás aulas, faltar ás aulas. Fugir por três dias, não sair de casa durante uma semana. Cair de bêbedos e adormecer à porta de casa, a sorrir, sempre a sorrir. Apresentar dissertações, pegar no canudo e aventurarmo-nos no mercado de trabalho. Estágio ali, part-time acolá. Casa arrendada na baixa, T1. Menos jantares, menos tempo livre, excepto para nós. Menos amigos, melhores amigos. Emprego estabilizado, salário fixo. Casamento. Estás mais bonita que nunca. Ainda mais. Melhor dia das nossas vidas. Quem casa quer casa. Casa será. E filho anexado. Mil brinquedos, quarto mais bonito do mundo, cama amorosa. Parto. Novo melhor dia das nossas vidas. É a tua cara, e eu nem me importo, é da maneira que fica mais bonito. Noites sem dormir, olheiras no trabalho, chegar a casa e esquecer tudo isso. Primeiro aniversário, festa de arromba o dia inteiro. E a noite inteira também, resultado: outra criança pela casa. Novo melhor dia das nossas vidas. Mais mimos, mais leite às 4 da manhã, mais noites em branco, mais passeios no parque com o mais velho a empurrar o carrinho do mais novo, vê-los a brincar, a fazerem birra por um chocolate. Um no meu colo, outro no teu, a ver um filme de animação na televisão da sala. Até ao dia em que algum diga macaquitos outra vez?, toca o sino da evolução e os peluches dão lugar às PlayStations, aos computadores e a tudo mais que eles possam devorar. Crescem, vão para a escola, apaixonam-se, com sorte por alguém que seja um quarto do que tu és. Não gostamos das nossas noras/genros. Nunca se gosta. Vão tirar-nos os rebentos. Sejam felizes, vá. Saem de casa, ficamos sozinhos outra vez. Ganhamos uma fase nova, tiramos uns tempos para nós, uma prenda por tantos anos que lhes demos. Umas férias aqui, outras ali. Pisamos solo de mil países e dizemos amo-te em todas as línguas oficiais. Somos avós. Temos novo melhor dia das nossas vidas. O primeiro é sempre especial, dizem. O segundo também. E o terceiro. Brincar com eles, ensinar-lhes os valores que passamos aos filhos. E vê-los crescer, até mais não poder. Envelhecer contigo como minha bengala, como cobertor para as noites frias, refresco para as mais quentes. Companhia. Agradecer. Agradecer a algo ou alguém por te ter tido por perto, mesmo que por tão pouco tempo - uma vida contigo passa a correr, sabes? -, e fazer disso, sim, o melhor momento da minha vida.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Hackers.

A gerência deste blog vem por este meio pedir desculpa pelo ataque sofrido por este espaço na noite de quinta. Esclarece também que nega qualquer envolvimento com as palavras proferidas e não se revê em qualquer opinião expressada. Por motivos forenses o post não vai ser apagado, pois contém provas importantes para averiguar o autor de tal atrocidade. Quem me conhece sabe bem que gosto tanto de pretos como de brancos armados em pretos.

Continuação de bom fim de semana, estejam à vontade para estranhar o facto de eu estar a postar às 10 da manhã a um sábado.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

FILHOS DUMA GRANDE PUTA.

Era para escrever todo este post em maiúsculas, mas não o vou fazer por mero requinte estético. Mesmo assim, entendam-no como se fosse "falado a gritar".

Dj Vibe, puta que te pariu mais quem te convidou a vir a Coimbra. Só para que conste, foi a Vodafone e os seus concertos Flash. É que onde há Vibe há gunas e pretos. E se num dia normal em Coimbra isto já anda infestado de pretos numa noite onde anda por cá o cabrão do Vibe então parece que saem todos da selva. Por momentos pensei que estivesse perdido em África. Filhos da puta. Pretos e brancos armados em Zé Dreads, com bonés que custam uns 50 euros e não valem uns 2 cêntimos. E vocês, minhas pitas putas, não têm aulas à sexta? Andamento, foda-se, já chega encherem esta merda à sexta e ao sábado. Havia de ser eu o vosso pai, faltavam às aulas na sexta levavam um enxerto de porrada que não se seguravam. E se fossem boas ainda vos violava, para ver se gostam de sentir o que procuram quando saem nestas noites. Putas. Um gajo vai a uma discoteca e não se consegue mexer, olha para os lados e só vê pretos e bonés. Pá, vão para a vossa terra, a sério. Aqui só fodem é o juízo a quem se quer divertir. Dançam armados em techtonik como se isso fosse a nova moda. Nova moda só se for dos idiotas. Vocês quando acordam não fazem o mesmo que eu? Ou seja, verem-se ao espelho? Foda-se, vocês não podem ter pais, ou pelo menos eles não devem saber como vocês se vestem e se comportam. A não ser que eles sejam outros orangotangos que tal.
Sempre consegui tolerar que a discoteca que costumo frequentar por cá tenha porteiros pretos (grandes como tudo, por sinal), agora ter merda do género lá dentro a dançar - como se não houvesse amanhã, reforço - é nojento. E melhor que isso, só mesmo aqueles que, sendo brancos, querem provar que são melhores que os pretos. Brancos imbecis, aprendam uma merda, vocês são melhores que os pretos pelo simples facto de NÃO serem pretos, não precisam de andar a humilharem-se. Por sorte, um destes brancos armados em suiços, de t-shirt branca justa e palinha à foda-se, lembra-se de me enfiar com um copo de cerveja pela cabeça abaixo. Foda-se, que é esta merda? Imigrantes de merda, vêm para cá e ainda fodem quem vos acolhe? Eu sou o gajo mais pacífico que possam conhecer (como podem ver por este texto), mas há merdas que me fazem saltar a tampa. Se o meu grupo de amigos já andava picado com uns gunas que por lá passeava (passeava = fazer macacadas e abanar os braços tipo circo), a partir desse momento até se equacionou que aquilo tivesse sido feito com o intuito de nos provocar. E note-se que gente desta é capaz de dizer Quinta da Maia, caralho!, como se estivesse a ameaçar com uma bela merda. Oh meus animais, que vocês são da quinta já eu bem sei, agora se é da Maia ou da Lurdes quero mais é que vocês se fodam! Imaginem o que é voltarem-se para um gajo que vos acabou de virar uma bebida na cabeça, desatar a discutir com o cabrão e ele ficar calado, a olhar, como se não se tivesse passado nada. Estou a falar português ou nem por isso? Imigrantes filhos da puta. Todo especado a olhar, com um "enfia-me um soco" estampado nos cornos. Só sei que a dada altura, já o círculo à nossa volta tinha aumentado, sinto uma mão no ombro, e uma voz grave a dizer há algum problema? Pronto, tá tudo fodido, vêm os amigos armados em gang da esquina salvar o monte de merda. Qual quê, era o preto da entrada, do alto dos seus dois metros de altura e 130kg de peso. Pá, este caralho virou-me uma bebida nos cornos e ainda está armado em filho da puta. Sai um braço no pescoço do merdas e até amanhã. Ironias do caralho, um preto resolve-me a questão com um suiço de merda. Como se não chegasse, enquanto tento tirar - o mais que posso - a bebida do cabelo, OUTRO preto chega à minha beira e põe-se com uns tem calma, já sabes como isto é... Oh filho da puta, sai da pista mas é, e pára de mandar esse hálito de babuíno para os meus pulmões. Cabrões como tu já estou eu quase a vomitar - penso eu, enquanto levo mais um encontrão doutro preto ou doutro zé dread. Anyway, não vou continuar o relato desta noite, por sinal a pior de sempre desde que estou em Coimbra- e note-se que já é o meu quarto ano -, não vale a pena e tenho de ir dormir que estou com uma cabra que nem sei como já escrevi tanto. Tive mesmo de vir descarregar a minha ira para aqui, senão ainda me punha aos socos às paredes. Peço-vos desculpa por isso, mas acho que de certa forma ainda se riem que nem uns perdidos com este post. Já eu nem um sorriso deixo ao escrever isto. Filhos da puta. Quero muito que o PNR tome o poder deste país e mande estes símios para a terra deles, de lixo está o território nacional cheio.

Raça do caralho, estou com um ódio que nem vos passa pela cabeça. O meu dilema, agora, é se consigo deslocar-me até ao chuveiro e tomar um banho para limpar esta merda que tenho encrostada no cabelo. Vou tentar. Mas não prometo nada.

Até amanhã.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Gajas giras e gajas giras que afinal são feias

Eu gosto daqueles momentos em que vemos alguém com quem engraçamos na hora. Vê-se e gosta-se. Mas gosto ainda mais quando engraçamos e o resto do mundo não é muito da mesma opinião. Fica-se na dúvida. Será que é mesmo bonita? Será que perdi o bom gosto? Eu acredito sempre nas minhas opiniões. São momentos como este que safam muita gente feia de uma vida sem namorados. Podem, no entanto, ser também um sinal de algo maior. Embora eu não acredite nessa treta dos sinais. Por exemplo, a Rosario Dawson e a Eva Mendez têm um sinal bem grande perto da boca e eu não acredito que elas existem. É tudo CGI, nos filmes. Até porque se existissem já tinham elas engraçado comigo. O ponto central de todo este post é o seguinte: será que me devo preocupar por isto me acontecer quase todos os dias? Ok, todos os dias. Não sei se é Coimbra que tem muita gente bonita ou se sou eu que ando com os padrões ao nível do esgoto. Existe outra hipótese, claramente inferiorizada em relação às últimas, que se deve a alterações que o meu organismo sofre durante os jantares, principalmente ao nível dos movimentos e da visão. E da estupidez, também. Começo a pensar que nós, gajos, não bebemos para andarmos bem dispostos, bebemos pela adrenalina de correr o risco de comer uma gorda durante uma noite inteira. A maioria passa o obstáculo sem dificuldades, até porque comer alguém nunca é uma tarefa assim tããão fácil, mas como em todas as grandes guerras... há sempre baixas. E há sempre o dia seguinte, para um telefonema e um "AHAHAH, COMESTE UM BALÃO!!". Coisas de gajos.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Perguntas curtas, respostas grossas

- Como te sentes depois de fazeres amor com alguém que não amas?
- Mais leve.

- O que fazer quando não estás com disponibilidade para fazer um minete?
- Define disponibilidade para fazer um minete...

- O que fazes depois de o fazeres sem preservativo?
- O mesmo que faço quando faço com.

- O que dizes depois de uma pessoa que não amas te dizer amo-te?
- Deixa-me dormir.

- Provocar orgasmos excita-te?
- Sou um gajo pacato, não provoco ninguém.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

O Rui Leão

Está um frio capaz de suplantar o de lá de fora. Não há luz. Refugio-me em imagens de calor abrasador para camuflar o palácio de gelo que me rodeia. Repito-o vezes sem conta, mas acordo sempre, mais tarde ou mais cedo, pelas picadas que sinto nos nós dos dedos. É como estar à noite, na Pedra do Reino, e imaginar que é meio dia. Qualquer movimento faz um eco assombroso, qual armazém de carnes congeladas, mas não deixo de me mexer por causa disso. Estivesses cá tu, e a esta hora estaria eu a receber uma mensagem com um tenho medo estampado. Eu não tenho medo de nada, digo eu, armado em Simba, em pleno cemitério dos elefantes. Na verdade, já, já tive: - e agora, encarnando Mufasa (incluindo o tom de voz do António Marques) - tive medo de te perder. Ás vezes sinto falta de viver com medo, mas quem é que troca a segurança da velha casa pelo mistério da nova? E compensa arriscar o adeus aos hábitos criados durante anos, os sítios secretos onde guardamos as cartas de amor, o calor da lareira calejada... por algo que, reforço, poderá ser melhor? Já estive em muitas habitações e em mil quatros. Cada qual tem a sua história, a sua identidade. Pergunto-me quantos mais terei de conhecer até encontrar aquele, o tal que se entra e se pensa porra, este podia ser o meu, é a minha cara. E se por um lado procurar em tudo o que é lugar pode ser bastante desgastante e desmotivador, pegar no nosso quarto, nú, e extrair dele o potencial máximo pode muito bem ser algo que nos marque para sempre. Às vezes o material está mesmo lá, só não sabemos é trabalhar com ele. O velho Rafiki sempre foi o mais sábio, podes esquecer o passado... ou aprender com ele! E aproveita para mandar outra castanhada no leão confuso. Sorte dele ser um quick learner, e esquivar-se a tempo. Veremos se desencanto um Simba dentro de mim e faço do meu quarto a minha Nala. Afinal de contas, ele acaba a viver no lugar onde foi criado, embora o encontre completamente vandalizado. Deve ser bem pior. Sou um afortunado nesse aspecto.
Hoje mudei de casa. Em breve verei de quantas casas estou a falar.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Mais notas

Às notas que deixo neste blog, qualquer dia fico sem dinheiro nenhum.

Só para informar que acabo de sair do meu último exame. Se correu bem? Foi o melhor exame que já fiz na vida, atendendo ao facto de não ter estudado nada. Se passar deixo de acreditar no estudo. Por isso reprovem-me, é um favor que fazem ao meu índice de trabalho. Posto isto, é com orgulho que comunico que me vou dirigir agora mesmo à minha bela caminha e dormir uma boa sesta, visto que fiz directa com o intuito de estudar. Digo intuito porque não estudei. Quem é que consegue estudar quando sai o episódio novo de Heroes? Eu não, pelo menos. E depois, ao fim da tarde, quando acordar, tomo um banhinho, ponho-me bonito, enfio-me no tasco mais perto e zau, saio de lá a ver 7 Coimbras à frente.
Por isso, caso me queiram ver a lamber passeios, hoje é o dia. Apareçam por cá que eu tentarei articular meia dúzia de palavras.
Estou de volta à ociosidade e vida boémia, obrigado tempo por passares. Devagar, mas passares.

Yay.

PS: Esta euforia é provável que passe à medida que as notas dos exames forem publicadas. Mas até lá um gajo anda feliz. Vou sonhar com copos de vinho virados em cima de sebentas.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Nota:

Estou sob o efeito de drogas.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Ah...



Fuck no! Logo eu, que a única coisa que sei cozinhar é leite com chocapic. E se apanhasse a palavra jindungo fora deste contexto desconfio que assumia que era uma espécie de dialecto africano. Tsc tsc.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

22

Hoje faço anos, façam o favor de me dar os parabéns.

E tenho duas coisas a partilhar:

Uma delas é o facto de à dias ter estado aqui no blog à procura de um texto antigo, e dei por mim a vasculhar em quase todos, reli muita coisa que escrevi ao longo do tempo, e - perdoem-me este momento de rara humildade - houveram momentos em que gostei mesmo do que estava a ler. Como se parte de mim se orgulhasse da parte que escreveu aquilo. E se por um lado fiquei muito contente, por outro fiquei com algum receio de que tenha colocado uma fasquia demasiado alta para alguns momentos menos conseguidos. Foi como uma prenda de aniversário que o meu interior deu a mim próprio. Yay. Primeiro desabafo feito. O segundo:

Agora que tenho 22 anos decidi sair do buraco e mostrar-me ao mundo. Calma, não vou postar nenhuma foto minha em roupa interior (por pena da campanha Armani/Beckham, que sairía, claramente, a perder), deixo só ali num canto um link para o hi5, de modo a que possam ver quem é realmente esta pobre alma que por aqui vagueia.

E também reparei que vocês, caros leitores, me deram a singela prenda de passar a marca de 15000 visitas, estou imensamente grato, gostei muito, nenhum amigo meu se lembrou de tal coisa!

Posto isto, parabéns a mim. Não me vou por com aquelas tretas de estar a ficar velho, poupo-vos disso. Beijinhos e abraços.