quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Parasitismos

Olho para mim e não me reconheço. Já me perguntei vezes sem conta o que quero da vida e nunca sai uma palavra bem construída. Monossílabos, no máximo. Fuma outro que isso passa, dizem vocês. Sento-me na janela e olho para o deserto que está lá fora. Meto Muse na playlist e ouço a Stockholm Syndrome, uma boa guitarrada para me acordar as ideias. É das melhores letras que conheço, é pena que esteja camuflada por tão estridente música. Eu adoro, mas uma versão acústica era capaz de chegar a top de vendas facilmente - tal como tudo que é mais comercial. Canto-a em surdina e deixo-te a letra gravada na testa, para a leres sempre que te vires ao espelho. Um dia vai sair-me um génio gordo e azul duma lamparina - qual Aladino - e o meu desejo vai ser encarnar o espelho da tua casa de banho. Só para poder ver essa cara de sono todos os dias. Ah, as manhãs... Como é bom estar uma manhã enfiado na cama com... tigo. Ou sem tigo, também gosto. O problema de me por à janela é este. Fico nostálgico. Será que aquelas velhas que passam a vida à janela também o sentem? Se calhar só as que vestem de negro até morrerem. Não quero nostalgias. Sorrio para tudo, isto não é excepção. Sinto-o geralmente quando volto para a cama. É como que um abandonar das filosofias que me atravessam a cabeça. Digo-te vai embora, estou cansado, deito-me decidido a sonhar com alguém diferente, pela primeira vez desde que me conheço. Claro, mal fecho os olhos o teu corpo nu paira à minha frente. É por isso que nunca adormeço cedo, tens uma tendência estranha de nunca me abandonar. Mesmo comigo a afastar-te a todo o segundo. Raios te partam, vai(s) ser sempre assim? É que eu não te quero, de todo, por perto. Está bem, está... tal e qual como os meus Muse cantam: I wish I could!

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