quinta-feira, 15 de maio de 2008

Cartas 100 destino

Este texto é para ti. Só para ti. Podia deixar uma folha em branco e dizer que era isso que te queria dedicar. Depois enchia-a de beijos e perfume e entregava-ta, na esperança que conseguisses interpretar o que os olhos te esconderiam numa primeira apreciação. Não era um adeus que te queria dar, era um fica comigo para sempre, que eu tenho medo do amanhã. E tenho! Se o meu amanhã não rimar contigo ao meu lado prefiro não sair do escuro o resto da vida. És tu quem dá cor aos meus objectos. Uma eternidade de preto e branco nunca me irá seduzir. Vem comigo e trás o arco-íris, esse que pintámos um dia nas plantações de café. Aquele cheiro ainda está na minha t-shirt azul, mesmo depois de lavada vezes sem conta. Quando me perguntam por ti digo-lhes que desapareceste. Desapareceste da mediocridade mal te vi. E desde aí que não abdico do facto de não abdicares desse dom, de te impores em mim como ninguém o fará. Curvo-me para ti onde o mundo se curvaria perante mim. Ofereço-to. É pouco, eu sei, mas tentar rivalizar com o que me dás, todos os dias, é, no mínimo, uma tarefa hercúlea. Deito-me sempre a olhar para o lado direito, mas só consigo adormecer quando me viro para o esquerdo. Só aí te consigo ver, ao meu lado, de olhos fechados, qual anjo adormecido. São momentos em que se nos fosse pedido uma imagem com a qual tivéssemos de viver para sempre, enclausurada na mente... a resposta seria imediata. Não deixes nunca que esse teu brilho se apague. A minha mão ainda dorme por baixo da tua, não te esqueças que prometi nunca a deixar cair. E eu ainda sou daqueles que cumpre promessas. Por ti.

5 comentários:

ineiiizi disse...

Mais um daqueles super dociiiinhos, mas doce de chocolate que nao gosto de mel :P
Nao sei como consegues escrever coisas assim sem te estares a dirigir a alguem... é fantástico!

Mais um daqueles textos q aquece o coração!

Beijos*

Unknown disse...

Tenho os meus truques :P obrigado*

Anónimo disse...

Cumprir promessas… um conceito um pouco vago num mundo que carece de pensamentos e convicções. Talvez seja por isso que nos iludimos. Talvez seja assim que afirmamos, com uma exuberância inabalável, que estaremos sempre lá. Que deixaremos que essa vida se apodere de nós e invada o nosso corpo naquele momento chamado sempre. E pertença a nós, sem perder a singularidade de que ela própria transborda. Só assim o espírito se consegue manter inquieto e se deixa constantemente apoderar pelos reflexos de uma união perfeita (que só o nós sabe alcançar!). E juramos a pés juntos que nem sol, nem mar, nem estrelas, nem ondas, nem brisa, nem céu… nada nos mantém tão quente como aqueles beijos. Nada nos completa tanto a alma e nos seduz como aquele olhar. Nada nos arrepia tanto como sentir aquele corpo entrelaçado no nosso (um simples toque basta!). Nada nos rouba verdadeiramente o sorriso como sentir aquela ausência. E acredito que somos sinceros quando afirmamos que os nossos dias, as nossas noites, as nossas vidas necessitam de rimar com o nós para que façam sentido Sim, não o posso negar! Até ao dia em que a realidade se confunde com as fantasias por nós idealizadas e as palavras proferidas no passado se tornam difíceis de invocar.
Promessas, compromissos… são apenas um compasso de espera, até que a magia se desvanece e já todos estão cansados de feitiços, de lutar, de compreender, de respeitar, de manter vivo sentimentos que deixam de fazer sentido. São simplesmente ilusões que nos sustentam a alma até ao dia em que tudo o que resta são dúvidas. Simples incertezas que se desvanecem em véus de cinza frágeis… Fortes em recordações, tristes em pensamento.


“Depois de algum tempo (…) aprendes que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. Começas a aprender que beijos não são contratos e que presentes não são promessas.” William Shakespeare



PS. Experimenta lavar a tshirt azul com Skip e vais ver q resolves o problema :P

Unknown disse...

Não sai porque nunca vi skip a lavar memórias... é que o cheiro ficou gravado foi cá dentro. Não posso deixar de discordar contigo... Promessas foram inventadas para serem cumpridas. O facto de serem, realmente, cumpridas (ou não) já depende de vários factores... como por exemplo - e a meu ver, mais importante - a pessoa a quem prometemos algo. Tenho pessoas a quem sou capaz de prometer o mundo e fazer de tudo para o cumprir; Outras a quem posso prometer muita coisa mas nem faça o tudo por tudo para o cumprir; E ainda outras às quais não prometo nada. O acto de prometer não requer um regime intransponível de cumprimento. É, na verdade, o propósito que nos guia num certo caminho, mas não o pode, de todo, limitar a esse fim. Eu acredito que o facto de cumprirmos a nossas promessas depende muito mais das pessoas a quem o fazemos, do que de nós. Cada uma nos dá uma motivação diferente. Eu tenho cumprido com todas as promessas que fiz a quem realmente sinto que merece que as cumpra. As restantes... ás vezes fico-me pelo tentar, outras pelo conseguir. É tudo uma questão de prespectiva. Beijo

Anónimo disse...

Mantenho-me céptica. Não por seres tu a dize-lo, mas porque acredito que não depende sobretudo de “a quem o dizes”, ou até mesmo do “nós”. Acredito que as pessoas mudam constantemente de significado na tua vida e, por vezes, aquelas promessas tão convictas de outrora perdem-se nas memórias de uma "t-shirt" mal lavada. Promessas de amor eterno (talvez todos, ou pelo menos alguns de nós já o tenhamos feito), de amizade perene e apoio incondicional a alguém que acaba por nos desolar num futuro mais ou menos próximo. Acredito na sinceridade com que as promessas são proferidas e seladas. Atrevo-me até a acreditar que tentes, que jures que as vais manter e que tenhas diferentes motivações para cada uma delas. Mas quantas vezes já não ficaram algumas pela utopia?
São prespectivas sim. Não as discuto...opto apenas por as expressar :)

O skip é metafórico…troca-o por outro substantivo: o tempo. Ele é capaz de apagar, distorcer ou simplesmente atenuar muitas lembranças...

Bjinhx