terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Betray

Após longa reflexão, lá me decidi a pegar nos extensos dados estatísticos providenciados por vocês na minha poll e fazer algum uso deles.
Gostei das quatro pessoas que disseram que foi uma coisinha sem importância. É bonito. Embora logo após ter colocado essa hipótese tenha reconhecido que é um pouco ambígua para se cingir a uma única opção. Porque o que para uns não tem importância para outros é um escândalo de pregar na cruz. Eu sou bastante liberal nestes assuntos, um beijo sem querer não é absolutamente traição nenhuma, bem pelo contrário, é um teste, só para nos certificarmos que o que temos é melhor que o que acabamos de beijar, repito, sem querer. Vá, não me julguem, eu nunca traí ninguém - também nunca namorei, mas isso não interessa ao caso. Se por deficiência mental considerarmos que ter um caso com alguém e ter outro em simultâneo, por mais pequeno que seja, seja traição... obviamente - tal como metade da população mundial - já traí.
Quem é que se mantém fiel a uma relação de circunstância? Oh, já sei, os que se iludem que as ditas possam evoluir para algo maior e melhor. Que, sei lá, talvez dali vá surgir a tal pessoa. Hmm, eu não sei, mas se a tal pessoa realmente existe, ela não vos vai andar a foder e a mandar passear quando bem lhe apetece. Isto sou eu a especular.
Não sou apologista do namorar por namorar nem do não namorar. Há que achar um meio termo. Geralmente difícil de encontrar quando levamos com um par bem levado - reacção normal: gajas (ou gajos) são putas (ou filhos das ditas, no caso delas). E toca a tentar encontrar alguém para nos vingarmos. É uma reacção engraçada, não digo que não. Quem gosta de saber disso costuma ser aquele vosso ombro amigo que está lá sempre para vos amparar quando precisam. Preciso de ajuda, vamos ao meu quarto. Feito. Estou melhor. Foda-se, agora também sou puta, merda. Três palavrões numa frase, sinal que a raiva é capaz de ser grande. E uma ponta de arrependimento. E outra de satisfação.
Trair, diga-se o que se disser, sabe bem. Se não soubesse ninguém traía. Dá uma adrenalina doida dar uma por fora. É aquela coisa de lutar contra o conhecimento do mundo para que ninguém saiba que somos cabrões. E quem disser que não... das duas uma, ou está com a/o acompanhante ao lado ou está tão tão tão vidrada no amor que paira no coração que não consegue sequer pensar em traições. Ou lembrar-se da última vez que a praticou.
O essencial a reter é que trair está de tal forma banalizado que já há quem defenda o acto. Pronto, estou a exagerar, tal como estava de certa forma a brincar quando afirmava que era um mal necessário para avaliar a qualidade. Mas a verdade é que ficamos muito mais conscientes do que temos depois de uma traição, isso é inegável. E se a traição é tão boa de se realizar (os efeitos secundários - leia-se consequências - já cada um sabe de si) e se de certa forma até faz bem, será a luta inglória entre o manter na linha e o cruzá-la? Sempre achei que sim, mas também sempre esperei por alguém que me fizesse acreditar no contrário.

3 comentários:

Anónimo disse...

uma traiçao não é saudavel, nunca foi e acho que nunca será... as coisas nao ficam na mesma apos uma traiçao, claro que tou a falar das traiçoes que acontecem em relaçoes serias.. porque andar com alguem e aproveitar para variar um bocado, isso não é nada. nao há compromisso, nao há justificaçoes a dar.
conclusao trair é feio.. fazer com que alguem traia..até pode ser divertido ;)

Unknown disse...

Ah ganda maluca, tens toda a razão. Saudável é um termo muito positivo para traição, mas não digo que em casos de ruptura iminente não tenha conhecimento de uma ou outra situação em que trair tenha... vá lá, aberto os olhos a quem queria partir para outra. Enfim, cada um com a sua história :)

Mitssi disse...

Caro utopic, a untopic decidiu dar uso a um blog que tinha criado à imenso tempo! Não sei se vai ser para durar porque não tenho nem jeito para escrever (como tu) nem ideias. De qualquer das formas aqui fica ;)*