quarta-feira, 2 de setembro de 2009

O Carlos Cruz, por exemplo

Há dias em que acredito quando me dizem que podia ter qualquer coisa no mundo, outros em que acredito no contrário - embora isso nunca o digam (mera questão de respeito, presumo). Que seja a teoria do falhado, mas por muita boa aparência e background económico - chamemos-lhe assim - que um gajo tenha, as coisas não caem do céu. E a palavra coisas pode facilmente ser substituída por termos menos correctos que não se coadunam com a elite linguística por que sempre primou este blog.
Foda-se, vocês bem sabem que eu acho que os feios estão desgraçados, mas quem não articula um verbo e um substantivo está perto disso - de ser feio, entenda-se. Está menos mal, mas está perto.
Jesus descia à Terra e fazia-me optar entre ser bonito, podre de rico e burro, ou com um QI à Einstein com... vá lá, a aparência do mesmo, para abreviar a descrição. Eu quero bem que se fodam os avanços na física quântica, o que não faltam são batas brancas a descobrir o que me levaria uma vida a investigar. Muito mais interessante seria ir tomar o pequeno almoço ao Dubai e ir cagá-lo à Polinésia Francesa. Na mesma manhã. E enganar-me no quarto de banho e ir parar à cozinha, visto que seria burro, encontrar três empregadas soviéticas ex-modelos - as ex-modelos têm qualquer coisa, não sei - prontas a expulsar-me e acabar a comprá-las como escravas sexuais. E durante o acto cagar o resto do pequeno almoço e o mojito que tinha enfardado a seguir - note-se que o enfardado advém da linguagem rude que deveria ter, como burro que era (e dizem vocês: mas quem tem linguagem rude não tem necessariamente de ser burro. Tem tem, foda-se. Não basta sê-lo, é preciso parecê-lo. Quando um gajo vê um imbecil a dizer, por exemplo, disseste-zia, não deduz que ele trabalhe num laboratório de investigação da NASA. A não ser que faça a limpeza das casas de banho. Fim de parêntesis.), na poltrona branca da suite virada para um paraíso qualquer, por mera confusão com uma sanita. Era provável que soltasse um riso desprovido de inteligência e elas ficassem a olhar para mim. E depois continuavam o que estavam a fazer, com mais três notas de quinhentos euros entaladas num sítio qualquer, só para não fazerem caso.
Ou isto ou passar os dias na minha cadeirinha, com os meus livrinhos e tubos de ensaio, a realizar experiências para tentar livrar o mundo da sida (ou dos cães), com os meus amiguinhos investigadores - note-se, homens, sempre rodeado de homens, porque os inteligentes vêm-se gregos com as mulheres, logo, juntam-se e formam os clubes de leitura e essas merdas - e de repente um de nós saltar de alegria e desatar a dizer eureka para a frente e para trás, como o ídolo Einstein, e vai a ver-se e descobriu-se... uma possibilidade de atenuante para o vírus duma doença que não interessa a ninguém. A notícia nem sequer chega a passar em rodapé no jornal da noite (já as que passam... 98% da audiência ignora, imagine-se as que não passam), mas ganhamos o dia, festejando com uma actualização do twitter a contar o sucedido, cujos seguidores (ainda mais bichos-do-mato que nós) nos dão os parabéns. É a loucura.
Importante: qual é o ponto de tudo isto? Eu, se fosse gaja, preferia ter um filho dum gajo bonito e burro, a um inteligente e feio.
Primeiro, porque - não sei se estão familiarizados com o conceito de filho, conjugação de adn, hereditariedade e afins - os putos tendem a ser uma mistura dos pais (e avós e tios e primos e por vezes do carteiro), logo, se vocês, gajas, forem inteligentes, escolhem o gajo bonito e burro e rezam para que haja possibilidade de ele ser bonito - do pai - e inteligente - da mãe. Senão, partindo do princípio que querem engravidar do Einstein, ele sairá feio com toda a certeza (nenhuma gaja gira quer foder o Einstein) e poderá haver a possibilidade de sair burro. Imaginem a dor.
Ou então nasce preto e ainda acabam a levar porrada do suposto pai por ter assim descoberto aquela noite de copos passada na Amadora. Histórias.
Resumindo, o meu conselho é... querem pinar, pinem os giros. Querem casar... casem com os giros na mesma. Se for com um rico e burro façam-no em comunhão de bens. E mesmo que os putos saiam mesmo burros, caguem nisso, quem quer putos por perto quando se pode tomar o pequeno almoço no Dubai e ir cagá-lo à Polinésia Francesa?