domingo, 31 de agosto de 2008

No expectations, no disappointments

Sempre fui uma pessoa de planos e projectos. Optimista como tudo, mesmo que o mundo estivesse para ruir por baixo dos meus pés. Talvez seja essa a ligação entre nós e o mundo: sempre que te quero, o mundo... rui. Decidido a por fim a este fenómeno com o meu nome, cheguei à conclusão que o melhor é não te querer. Toda a gente tem medo de se magoar. Pergunto-me porquê... hmm, eu nunca tive. Regra geral: magoo-me sempre. O problema é que temos tendência a criar ilusões desmedidas, ás vezes por quase nada, até. Claro que quem sonha com o mundo e recebe um continente nunca fica inteiramente satisfeito. Será assim tão complicado querer alguém sem esperar nada em troca? Partir para uma relação sem expectativas? Dito assim parece completamente fútil, mas até pode ser uma das melhores formas de se tirar o melhor de alguém. Tudo se treina, e os desapontamentos não são excepção. Quanto melhor estivermos preparados para eles, menos nos irão custar. Alguns, até, poderão nem nos atingir. Querer um beijo e tê-lo é menos bom que o ter sem o esperar. O grande entrave desta teoria chama-se tempo. Com o tempo, as expectativas nunca se mantêm. Vão sempre aumentando, evoluindo, porque nunca queremos menos do que o que já tivemos no passado. Vamos começando a querer um continente, e mais outro, e outro. Até que pedimos o mundo. Quando o mundo não nos chega... voltamos ao meu nome, ou seja, o tal mundo... rui. Este ciclo só me prova que, independentemente da forma como abordemos uma relação, ela acabará sempre por sofrer um colapso, mais cedo ou mais tarde, à custa das nossas expectativas. Sabes que mais? Nem quero saber, acredito que somos adultos para alguma coisa. Que seja para saber a melhor forma como lidar com isto. Não há relação que não ande pela corda bamba, de vez em quando. Vamos fazer melhor, vamos já saltar os continentes e pedir o mundo um ao outro. Nunca tive medo de sonhar alto, não vais ser tu a fazer disso uma fobia.

2 comentários:

Anónimo disse...

Disappointments... Não se resumem apenas a perder um mundo que um dia conquistaste... Não se traduz apenas pela queda de um sonho demasiado alto, vivido a dois. Por vezes são suficientes as expectations que apenas tu constróis. Sim, apenas tu. Quando queres saltar directamente para o felizes para sempre, quando queres “pedir o mundo um ao outro”, nada te garante que mesmo que entregues o teu mundo e arredores, não receberás apenas um país e uma cidade como troca. E mesmo assim, caímos sempre no erro de dar um pouco mais cada dia, e acreditar que teremos o mesmo carinho de volta. In the end, “tudo foi uma estúpida canção que só eu ouvi...e eu... eu fiquei com tanto para dar...”, Ornatos.

Sabes, discordo sempre que dizem que não podemos perder algo que nunca tivemos. Acredito verdadeiramente que, infelizmente, as nossas expectactivas nos podem roubar pedaços preciosos de realidade.

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Unknown disse...

:o Isso é tão verdade! Embora costume afirmar o oposto tenho de reconhecer que me contrarias de forma irrefutável neste assunto, o vazio que sentimos não é falta de coisa nenhuma, é falta de sonhos realizados. E se não nos tiraram nada físico... bem, tiraram-nos algo bem importante, mesmo que não seja visível, bate-nos bem forte, e algo assim nunca pode ser nada, bem pelo contrário. É preciso muito cuidado com o que construímos na nossa cabeça, a linha que separa o mental do real é muuuito ténue :) *