quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Sondagem

Não vos vou esconder que fiquei desapontado com esta votação. A opção Contigo, qualquer coisa. Tu és mais que sexo, és uma religião, um modo de vida, uma utopia necessária no meu dia a dia :$ ficou em terceiro lugar, com uns singelos 20%, depois de no início prometer bastante. Pensava mesmo que ia provar ao mundo que melhor que sexo, só sexo comigo. Mas não, ok.
Ganhou o Vaginal. E com 29%! Pff, vaginal... Vaginal é o geral. É como ir a fórum e querer fazer abrir um tópico, mas como não se sabe onde espeta-se com ele no geral. É como votar em Vaginal.
Em segundo ficou Receber Oral. Tudo bem, até porque sou adepto da corte pré sexual, é como um cavalheirismo que mete classe no acto. Dar prazer é sempre bom, embora fazê-lo não seja sempre a coisa que mais nos apetece fazer. Quer dizer... para duas pessoas não é bem assim, visto que votaram em Fazer Oral. É de louvar, colocar um broche ou um cunnilingus à frente de tudo o resto, se quiserem o meu contacto é só pedir (acho que não preciso lembrar que caso sejam do sexo masculino devem ignorar esta última frase).
Uma das opções que mais me intrigava era o Anal. Um vontante! Rezo todos os dias para te conhecer - reler último parêntesis. A expressão levar no cu tornou-se tão banal e com conotação tão negativa que parece blasfémia fazer tal coisa. Quer dizer... não falo por mim. Caso o votante seja gajo... bem, é à escolha de cada um. Apanhei em qualquer lado - expressão bem aplicada, neste caso, não haja dúvida - que os rapazes mostram mais interesse no sexo anal antes do o experimentarem do que depois. Porque será...? Desculpem a labreguice, mas ir ao cu é como comer caviar, é mais fama que outra coisa. Difícil de arranjar como tudo, depois fica-se com aquela ideia do "foda-se, é isto?".
Por fim, duas pessoas votaram em Nenhum, seu pervertido de merda. (vota nisto e assumes o teu celibato, idiota). Sinto que quem votou aqui apenas o fez por lá estar um insulto à minha pessoa, daí a vontade de me ultrajar ter superado qualquer resposta racional no que toca a uma preferência sexual. A não ser que... o celibato vos tenha mesmo apanhado... idiotas!


Não arranjei criatividade para elaborar nova sondagem, mas mal me surja algo decente (decente, dizes tu) venho cá. Se quiserem dar sugestões estou mais que disponível a ouvir-vos, meus anjos.

Beijinhos e abraços à comitiva.

Inverno da angústia

Meti mais um cobertor na cama. Tinha frio. Por mais que me enrolasse para dormir nunca estava bem. Faço uma playlist daquelas músicas que não gostas e ouço-as uma a uma. Ainda falta qualquer coisa. Não tenho fotos tuas nas paredes, mas o teu nome ocupa as quatro, de cima a baixo. Fecho os olhos e sorris, com aquele sorriso parvo que me apaixona. Sai. Já é tarde, deduzo que não saias tão cedo. Muito menos com esse sorriso. Também não faço grande esforço. Pinto o fundo de violeta e coloco-te no centro, nua. Detestas violeta, eu sei, mas sempre achei que te ficaria bem. Aliás, tudo te fica bem. Ouço sempre o teu raio de cama minúscula, gosto de dormir à larga. Eu não me importo, quanto menos espaço para nós, mais nos enroscamos. Há algo melhor que adormecer nos braços de alguém? Reparo: há algo melhor que adormecer nos teus braços? Há. Adormeceres tu nos meus. Nem com bebés teria tanto cuidado. Ver-te dormir ilumina-me, sentir o teu respirar leva-me a lugares que nem sei definir. Lugares pintados por ti, mesmo sem o saberes, dignos de exposições em galerias famosas. Era desses lugares que caía abruptamente quando, de manhã, saías de mansinho. Lembro-me dos braços leves, do espaço enorme, dos lençóis todos meus. E do frio. O frio que ficou da última vez que saíste e que teima em nunca mais ir embora. Agora já percebi. Por muitos cobertores que meta naquela cama, ela vai sempre parecer-me gelada, porque o frio não se manifesta no meu corpo nem passa pelos lençóis, ele está sentado no meu coração, em greve por te ter visto partir. Volta rápido, é a cama que está a pedir.