segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Teoria do frustrado

Seriously, quem é que vos está para ouvir dizer que o homem certo nunca mais chega? Vocês nunca lhe dão hipóteses. Eu sou o homem certo de meio mundo e só a outra metade é que me dá chances. É mais fácil quando é fácil, não é? Se um gajo se manda de cabeça é tarado, se não se manda é paneleiro. Se diz olá é parvalhão, se está calado é convencido. Se se mexe tem a mania, se está parado é imbecil. Vocês são uma equação de resolução impossível, é por isso que ninguém vos decifra - nem um brilhante engenheiro, como eu. Raio de bicho me saiu a gaja. Depois os moralismos: ai que sou tão boa rapariga e ninguém de jeito me pega - mas pegam uns poucos sem jeito nenhum; ai que só sofro desilusões - é o que dá comer pessoal em discotecas; ai que qualquer dia nem saio à rua - faz isso, por favor. Argh, que ódio de estimação que vos tenho a todas, gajas. Podiam ter criado três sexos, só para o caso de quando não estamos com disposição de vos aturar podermo-nos virar para outro lado. É uma prisão. Sem barras de ferro. Ao menos connosco, gajos, está sempre tudo bem, se é para matar siga la fiesta, tivessem vocês metade do pragmatismo que nós temos nestes assuntos e o mundo era um sítio bem melhor... aliviado sexualmente. É pena que vocês tenham que ser mesmo assim para manter o gozo disto tudo. Mas não nos tira o direito de vos odiarmos por serem raínhas e senhoras no que toca ao sim ou não. Mas só até aí. Depois... bem, depois o comando é meo.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Listen...

...to the music i've put in here. É Pearl Jam, ao vivo no Pavilhão Atlântico. Se não quiserem aturar a parte menos importante metam logo no minuto um, que é onde começa a Better Man. Os portugueses até que de vez em quando sabem fazer umas coisas bonitas, esta ficou linda. Era menino para dar o meu rabinho e cinco tostões para ter lá estado.

domingo, 14 de setembro de 2008

Cigarros contigo

Cheguei à conclusão que sou um bocado como o fumo do tabaco que fumas. Se reparares, quando expeles o fumo em direcção ao céu, de noite, ele dispersa-se na atmosfera, como que desaparece. Esse sou eu. Vê o teu ritual... se sentes saudades, sacas de um cigarro e tens me ali, até que me perca pelo ar. Como não estás satisfeita, dás outra passa. E assim sucessivamente, até acabar o cigarro. Por vezes mais forte, por vezes mais fraco, a verdade é que não deixas de querer sentir o fumo sair-te pela boca e espalhar-se em teu redor. Se não for suficiente, sacas outro. Repetes o ciclo. Dá-te gozo ver-me ali, ao som do vento, perdido, como que sem vontade própria, movido por algo mais forte. Fumas outro, outro e mais outro. Ao longo dos dias. Até enjoares. Páras umas semanas, porque fumar não faz parte das tuas actividades preferidas. Quando sentes a falta lá voltas a fazê-lo. Nunca te perguntaste o que acontece ao fumo, quando o atiras pela janela fora? Tenho respostas para ti. Ah, espera, e quando acaba o maço, lá me largas? Pouca sorte, vendem disto em todo o lado, estou à distância de uma tabacaria, de um café, de algum amigo que resolvas cravar. E volto a servir-te, a satisfazer-te a ressaca, como quem nasce para aquilo. Como o fumo nasce para ser sugado de um cigarro e expelido das nossas bocas. Deviam reformular os rótulos pretos e brancos estampados nos maços. Sabes, é que Fumar(es) mata(-me).

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Kiss kiss, bang bang

Porque é que as putas têm a mania de não beijar? É que não me cabe na cabeça. Quer dizer... lamber tudo o que é sítio, espancar, realizar fetiches, andar para lá a chafurdar com a pilinha... tudo bem. Mas beijos? Nada disso, ui, és parvo ou quê? E rabinho, dá? Só se for o teu, o meu é só para o meu marido. Para o teu marido e para quem te der mais 20 euros - medida válida para o beijo também.
Feita esta introdução algo harcore, venho por este meio indagar sobre a importância do beijo. Há beijos que dão mais tesão que certas fodas. Ok, poucos, mas há. Um beijo bem dado é meio caminho andado para uma boa noite. Mesmo que a foda seja uma valente merda, há sempre aquela atenuante do foste muito carinhoso. É como um backup para casos extremos. Saber beijar não é para qualquer um. Não sei se sou eu que não sou lá muito afortunado, se sou esquisito ou se - medo! - sou eu que não sei beijar, mas confesso que tenho uns problemas de química linguística na hora de trocar saliva. Uns mais agressivos (agressivo é bom, ralar um lábio nem tanto), outros mais fofos (fofo é bom, deixar morrer o beijo nem por isso), outros todos desencontrados (dentes a chocar, lábios trilhados, saliva a mais, sei lá). Isto tem muita ciência, desengane-se quem pensa que é chegar ali, espetar uns lábios contra os outros e siga. Eu só tenho que agradecer às putas - em nome de todos os homens, mesmo os que não concordem comigo - por não fazerem questão de beijar. Mesmo sabendo uma ou outra coisa - que devem saber, com tanta prática -, quantos mais gajos se safarem de estar em contacto com uma boca que... hmm, vá lá... não é livre de germes, certamente, melhor será para todos. Claro que há sempre uma percentagem que nem quer saber disso, o que vale é mergulhar o ganso e o resto Jesus que salve. Um bocado à imagem de quem vota na hipótese Sei lá, quero é o bicho lá dentro, sou mesmo assim, badalhoquice é o meu lema, ali na sondagem ao lado. Nestes casos a esperança já se foi à muito tempo.
Coitadas das putas, tenho pena delas, no fundo. Embora ganhem dinheiro a fazer o que a maioria gostava de conseguir fazer quando sai à noite, é sempre chato. Quando era puto ensinaram-me um lema que aplico neste caso, daí ser praticamente impossível ver-me num acto sexual com prostitutas: Não se goza com quem trabalha.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Parasitismos

Olho para mim e não me reconheço. Já me perguntei vezes sem conta o que quero da vida e nunca sai uma palavra bem construída. Monossílabos, no máximo. Fuma outro que isso passa, dizem vocês. Sento-me na janela e olho para o deserto que está lá fora. Meto Muse na playlist e ouço a Stockholm Syndrome, uma boa guitarrada para me acordar as ideias. É das melhores letras que conheço, é pena que esteja camuflada por tão estridente música. Eu adoro, mas uma versão acústica era capaz de chegar a top de vendas facilmente - tal como tudo que é mais comercial. Canto-a em surdina e deixo-te a letra gravada na testa, para a leres sempre que te vires ao espelho. Um dia vai sair-me um génio gordo e azul duma lamparina - qual Aladino - e o meu desejo vai ser encarnar o espelho da tua casa de banho. Só para poder ver essa cara de sono todos os dias. Ah, as manhãs... Como é bom estar uma manhã enfiado na cama com... tigo. Ou sem tigo, também gosto. O problema de me por à janela é este. Fico nostálgico. Será que aquelas velhas que passam a vida à janela também o sentem? Se calhar só as que vestem de negro até morrerem. Não quero nostalgias. Sorrio para tudo, isto não é excepção. Sinto-o geralmente quando volto para a cama. É como que um abandonar das filosofias que me atravessam a cabeça. Digo-te vai embora, estou cansado, deito-me decidido a sonhar com alguém diferente, pela primeira vez desde que me conheço. Claro, mal fecho os olhos o teu corpo nu paira à minha frente. É por isso que nunca adormeço cedo, tens uma tendência estranha de nunca me abandonar. Mesmo comigo a afastar-te a todo o segundo. Raios te partam, vai(s) ser sempre assim? É que eu não te quero, de todo, por perto. Está bem, está... tal e qual como os meus Muse cantam: I wish I could!

segunda-feira, 1 de setembro de 2008